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Contéudo Para Estudo Para Prova Da Eear

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CONTÉUDO PARA ESTUDO PARA PROVA DA EEAR LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO: Interpretação de textos literários e não-literários. Conotação e denotação. Figuras de linguagem: metáfora, metonímia, catacrese, hipérbole, eufemismo, prosopopéia, antítese; e Tipos de discurso. GRAMÁTICA: Fonética: encontros vocálicos; sílaba: tonicidade; e acentuação gráfica; Ortografia; Morfologia: processos de formação de palavras. Classes de palavras: substantivo (classificação e flexão); adjetivo (classificação, flexão de grau e locução adjetiva); pronome (classificação e emprego); advérbio (classificação e locução adverbial); conjunções (coordenativas e subordinativas); verbo: flexão verbal, conjugação dos tempos simples (regulares e irregulares), classificação (auxiliares, anômalos, defectivos e abundantes); vozes verbais e locução verbal; Pontuação; Sintaxe: análise sintática dos períodos simples e composto; concordâncias verbal e nominal; regências verbal e nominal; e colocação dos pronomes oblíquos átonos. Crase. CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO Denotação é o emprego de palavra(s) no seu sentido próprio, comum, habitual, preciso, aquele que consta nos dicionários. Conotação é o emprego de uma palavra tomada em um sentido figurado, que depende do contexto.   Meu relógio de ouro foi roubado. Pedro nadava em ouro. No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa simplesmente o conhecido metal precioso, dúctil, brilhante, de cor amarela: tem sentido próprio, real, denotativo. No segundo exemplo, a palavra ouro sugere ou evoca riquezas, opulência, poder, glória, luxo, ostentação, conforto, prazeres: tem sentido conotativo, possui várias conotações (idéias associadas, sentimentos, evocações que irradiam da palavra). FIGURAS DE LINGUAGEM Figuras de linguagem (Brasil) ou figuras de estilo / figuras de Retórica (Portugal) são estratégias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretação do leitor. São formas de expressão mais localizadas em comparação às funções da linguagem , que são características globais do texto. Podem relacionar-se com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das palavras afetadas. É muito usada no dia-a-dia das pessoas. Por exemplo: O único sentido oculto das coisas É elas não terem sentido oculto nenhum.  tentei dizer mais de um milhão de vezes! (Exemplo de hipérbole) Embora haja mais de uma maneira de classificá-las, as figuras de linguagem podem ser divididas em: METÁFORA Metáfora é uma figura de estilo (ou tropo linguístico), que consiste na comparação de dois termos sem o uso de um conectivo. "Amor é fogo que arde sem se ver" O termo fogo mantém seu sentido próprio - desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de matérias inflamáveis, como, por exemplo, o carvão - e possui sentidos figurados - fervor, paixão, excitação, sofrimento etc. Didaticamente, pode-se considerá-la como uma comparação que não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada. METONIMIA Chama-se de metonímia ou transnominação uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles. Definição básica: Figura retórica que consiste no emprego de uma palavra por outra que a recorda.  Causa pelo efeito: Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno). Sou alérgica a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o efeito. Podemos ser alérgicos a fumaça, mas não ao cigarro).  Marca pelo produto: O meu irmãozinho adora danone. (Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)  Autor pela obra:  Lemos Machado de Assis  por interesse. (Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral).  Continente pelo conteúdo:  Bebeu o cálice da salvação. (Ninguém engole um cálice, mas sim a bebida que está nele.)  Possuidor pelo possuído:  Ir ao barbeiro. (O barbeiro trabalha na barbearia, aonde se vai - de fato, ninguém vai a uma pessoa, mas ao local onde ela está).  Matéria pelo objeto: Quem por ferro fere... (ferro substitui, aqui, espada, por exemplo)  O lugar pela coisa: Uma garrafa de Porto. (Porto é o nome da cidade conotada com a bebida - não é a cidade que fica na garrafa, mas sim a bebida).  O abstrato pelo concreto:  A juventude é corajosa e nem sempre consequente. ( juventude pela palavra  jovens).  A coisa pela sua representação = (sinal pela coisa significada): És a minha âncora. (em substituição de "segurança").  Parte pelo todo:  A mão empurrou o carrinho do bebê. (na verdade quem empurra o carrinho é a pessoa e não só a mão).  Instituição pelo que representa:  A igreja publicou seu novo livro (quem publica é uma editora ou alguém)  Causa primária pela secundária: O engenheiro construiu mal o edifício (o engenheiro não constrói só planeja)  O inventor pelo invento: Ele comprou um Ford  (observe que estamos falando do criador não da marca)  O concreto pelo abstrato (e vice-versa):  A velhice deve ser respeitada (não é a velhice e sim os velhos)  Gênero pela espécie: Os mortais são capazes de tudo  O singular pelo plural(vice-versa): O brasileiro é um apaixonado pelo futebol (não é só um brasileiro e sim todos eles)  Determinado pelo indeterminado:  A matéria pelo objeto: Tirem os cristais (não estamos nos referindo aos cristais e sim aos copos) CATACRESE Catacrese é a figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra ou expressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por não haver uma outra palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum; são como gírias do dia-a-dia, expressões usadas para facilitar a comunicação. Estabelecem comparação às situações em que são atribuídas, qualidades de seres vivos, a seres inanimados. Exemplos comuns são: "os pés da mesa", "marmelada de laranja", "vinagre de maçã", "embarcar no avião", "cabeça do alfinete", "braço de rio", "dente de alho" etc. Consiste assim em uma metáfora de uso comum, deixando de ser considerada como tal.Consiste também em dar à palavra uma significação que ela não tem, por falta de termo próprio. Catacrese:é o emprego de palavras fora do seu significado real; entanto, devido ao uso contínuo, não mais percebe que estão sendo empregadas no sentido figurado: O pé da mesa estava quebrado. Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida. Quando embarquei no avião, fui dominado pelo o medo. A cabeça do prego está torta. A asa da xícara quebrou-se. Sentou-se no braço da poltrona para descansar HIPERBOLE Nota: Se procura a figura geométrica, veja Hipérbole. Hipérbole ou auxese é a figura de linguagem[1] que incide quando há demasia propositada [2] num conceito expressa, de modo a definir de forma dramática aquilo que se ambiciona vocabular, transmitindo uma idéia aumentada do autêntico. É habitual na linguagem corrente, como quando se pronuncia: "Já te ressalvei mais de mil ocasiões, para não retrocederes a proferir-me elevado!". Alguns exemplos de expressões que contém hipérboles, colhidos da literatura:  "Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac)  "Um quarteirão de perucas para Clodovil Pereira †(2009)". (José Cândido Carvalho)      "Na chuva de cores / Da tarde que explode / A lagoa brilha" (Carlos Drummond de Andrade )."o sol está me chamando "Assim esperamos - disse a plateia, já agora morrendo de rir." (Caetano Veloso) "Eu chorei rios de lágrimas." "Você me faz morrer de rir" "Estou morrendo de fome!" EUFEMISMO Eufemismo é uma figura de linguagem que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão. Consiste na visualização de uma expressão. É necessário ressaltar que em uma série de materiais didáticos há exemplos inadequados de eufemismo, principalmente no que se refere à morte: "Ir para a terra dos pés juntos", "Comer capim pela raiz" e "Vestir o paletó de madeira" são comuns nesses livros. Expressões populares têm um caráter cômico, o que pode atender em parte a intenção do eufemismo. Entretanto, seu uso em situações de grande impacto como a morte beira o grotesco e a função dessa figura de linguagem se perde. Um exemplo mais adequado é dizer que o indivíduo "partiu", ou que "deixou esse mundo". Exemplos:                        Você faltou com a verdade. (Em lugar de mentiu) Ele entregou a alma a Deus. (Em lugar de: Ele morreu) Nos fizeram varrer calçadas, limpar o que faz todo cão... (Em lugar de fezes) Ela é minha ajudante (Em lugar de empregada doméstica) "...Trata-se de um usurpador do bem alheio..." (Em lugar de ladrão) Filho do mesgramado! (Ao invés de desgraçado) "Era uma estrela divina que ao firmamento voou!" (Em lugar de morreu) (Álvares de Azevedo) "Quando a indesejada da gente chegar" (Em lugar de a morte) (Manuel Bandeira) Ele subtraiu os bens de tal pessoa. (Em vez de furtou) "...Para o porto de Lúcifer." (Em vez de inferno) (Gil Vicente) "Verdades que esqueceram de acontecer" (em lugar de mentira) (Mário Quintana) Passar os cinco [dedos] -- expressão popular (Em vez de roubar) "Ele vivia de caridade pública" (em vez de "esmolas") (Machado de Assis ) Ele foi morar com Deus. (Em lugar de morreu) (Gabriela Prizo) Ele foi convidado a sair da escola. (Em lugar de expulso da escola ) Ele se apropriou do dinheiro do colega. (Em lugar de roubou) (Marcelo Fileti) Ele não foi feliz nos exames. (Em vez de: ele foi reprovado) Enriqueceu por meios ilícitos. (Em vez de: ele roubou) Querida, ao pé do leito derradeiro (Em vez de túmulo) O regime cubano peca sim em alguns quesitos democráticos (Em vez de ditadura) Em que descansas dessa longa vida, (Em vez de morres) Ele virou estrelinha... (Em vez de morreu) Ela nao raramente falta com a verdade (Em vez de mentir) PROSOPOPÉIA A personificação ou prosopeia (prosopeia ou prosopopeia, no Brasil) é uma figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos. Dizer "está um dia triste" implica a atribuição de um sentimento a uma entidade que, de fato, nunca poderá estar triste mas cujas características (céu nublado, frio, etc) poderão conotar tristeza para o ser humano. Nas fábulas, a personificação toma um sentido simbólico, onde a atribuição de determinadas características humanas a seres irracionais segue determinadas regras determinadas pelo contexto socio-cultural do autor: os leões passam a ser corajosos (ou fanfarrões, como na fábula do leão e do rato, de Esopo); as raposas tornam-se astutas (ou desdenhosas); as características dos materiais passam a conotar o caráter humano ou o seu estatuto em termos de poder (forte ou frágil, como na fábula da panela de ferro e da panela de barro). É uma figura de estilo frequentemente utilizada na literatura infanto-juvenil, ao permitir rasgos de fantasia que a literatura para adultos nem sempre permite, ainda que a ela recorra frequentemente (por exemplo, no realismo mágico sul-americano ou em contos e novelas como em O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado ou História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar, de Luis Sepúlveda que funcionam como fábulas modernas e que, tal como em O Pequeno Príncipe , de Antoine de Saint-Exupéry , esbatem as fronteiras entre o que é literatura para adultos ou literatura para crianças). Exemplos de personificação: "O Gato disse ao Pássaro que tinha uma asa partida." "O Vento suspirou e o Sol também." "A Cadeira começou a gritar com a Mesa." "O morro dos ventos uivantes" "O Sol amanheceu triste e escondido." "A Bomba atômica é triste, Coisa mais triste não há Quando cai, cai sem vontade" (Vinícius de Morais) " A lua beijava a face do lago adormecido " "O fogo dançava com a chuva" ANTITESE Antítese é uma figura de linguagem (figuras de estilo) que consiste na exposição de ideias opostas. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Esse recurso foi especialmente utilizado pelos autores do período Barroco. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. É uma figura relacionada e muitas vezes confundida com o paradoxo. Várias antíteses podem ser feitas através de Amor e Ódio, Sol e Chuva, Paraíso e Inferno, Deus e Diabo. A antítese é a figura mais utilizada no Barroco, estilo de época conhecido como arte do conflito, em que também há presença de paradoxos, por apresentar oposições nas idéias expressas. Nasce o Sol, e não dura mais que um dia; Depois da Luz se segue à noite escura; Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas e alegrias.  —  Sendo antítese, as palavras ―luz e noite escura‖ e ―tristezas e alegrias‖. Viverei para sempre ou morrerei tentando Onde queres prazer sou o que dói (...) E onde queres tortura, mansidão (...) E onde queres bandido sou herói. (Caetano Veloso) Residem juntamente no teu peito/um demônio que ruge e um deus que chora (Olavo Bilac)            "Já estou cheio de me sentir vazio, meu corpo é quente e estou sentindo frio." (Renato Russo) "Uma menina me ensinou, quase tudo que eu sei, era quase escravidão, mas ela me tratava como um rei" (Renato Russo) "Eu vi a cara da morte, e ela estava viva". (Cazuza) "Será que eu sou Medieval? Baby, eu me acho um cara tão atual, Na moda da nova idade média." (Cazuza) "Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada" (Humberto Gessinger) "Fácil falar, fazer previsões, depois que aconteceu" (Humberto Gessinger) Do riso se fez o pranto. (Vinícius de Moraes) Ele a amava, ela o odiava. Hoje fez sol, ontem, porém, choveu muito. Com a morte de uma pessoa querida valorizamos a vida. Você é meu doce veneno. A antítese é também um dos três elementos da dialética hegeliana: tese, antítese e síntese. TIPOS DE LINGUAGEM Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prática social. A análise de um discurso deve, portanto, considerar o contexto em que se encontra, assim como as personagens e as condições de produção do texto. Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre. Não necessariamente estes três discursos estão separados, eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá de quem o produziu. Vejamos cada um deles: Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso permite que traços da fala e da personalidade das personagens sejam destacados e expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzidas e elas ganhem vida, como em uma peça teatral. Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito comuns durante a reprodução das falas. Ex. ―O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele  – Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!…‖ ―- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!‖ Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das personagens. É escrito normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem. Ex. ―Elisiário confessou que estava com sono.‖ (Machado de Assis ) ―Fora preso pela manhã, logo ao erguer -se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze horas.‖ (Lima Barreto) Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem. Ex. ―Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem  podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase… quase!‖ ―Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qualquer urubu… que raiva…‖ (Ana Maria Machado) ―D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.‖ (Graciliano Ramos ) ACORDO ORTOGRÁFICO Após várias tentativas de se unificar a ortografia da língua portuguesa, a partir de 1º de  janeiro de 2009 passou a vigorar no Brasil e em todos os países da CLP (Comunidade de países de Língua Portuguesa) o período de transição para as novas regras ortográficas que se finaliza em 31 de dezembro de 2012. Algumas modificações foram feitas no sentido de promover a união e proximidade dos países que tem o português como língua oficial: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. No entanto, não é necessário que haja aversão às alterações, pois são simples e fáceis de serem apreendidas! Além disso, há um prazo de adaptação que dá calmaria a todo processo de mudança! Para tanto, o Brasil Escola apoiará as novas regras e irá promover a atualização dos textos para que os internautas possam se sentir mais confortados e ambientados com esse novo jeito de escrever algumas palavras! A ABL (Academia Brasileira de Letras) dispõe de um link para quem tiver dúvidas sobre o acordo, é só acessar www.academia.org.br e procurar o serviço ―ABL Responde‖ à direita na página. No entanto, não há prazo para que as repostas sejam enviadas, já que cada pergunta passará por análise da comissão de lexicografia e lexicologia. Visite esta seção e tire todas as suas dúvidas de maneira rápida e objetiva, proporcionada por uma linguagem simples e prazerosa. Fique sabendo de todas as mudanças ortográficas significativas para o Brasil! É só clicar e informar-se! CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL De acordo com Mattoso Câmara ―dá-se em gramática o nome de concordância à circunstância de um adjetivo variar em gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere (concordância nominal) e à de um verbo variar em número e pessoa de acordo com o seu sujeito (concordância verbal). Há, não obstante, casos especiais que se prestam a dúvidas‖. Então, observamos e podemos definir da seguinte forma: concordância vem do verbo concordar, ou seja, é um acordo estabelecido entre termos. O caso da concordância verbal diz respeito ao verbo em relação ao sujeito, o primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o segundo. Já a concordância nominal diz respeito ao substantivo e seus termos referentes: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa concordância é feita em gênero (masculino ou feminino) e pessoa. Como vimos acima, na definição de Mattoso Câmara, existem regras gerais e alguns casos especiais que devem ser estudados particularmente, pois geram dúvidas quanto ao uso. Há muitos casos que a norma não é definida e há resoluções diferentes por parte dos autores, escritores ou estudantes da concordância. Veja com mais detalhes esse assunto nos links a seguir: Concordância Verbal – Regra geral e Concordância Verbal - Os casos especiais. ESTRUTÚRA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS Conceitos básicos: Observe as seguintes palavras: escol-a escol-ar escol-arização escol-arizar sub-escol-arização Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável -ar. Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema. Classificação dos morfemas: Radical Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal. Afixos Como vimos, o acréscimo do morfema – ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e – arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de afixos. Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como  – arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no radical a que são acrescentados. Desinências Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos , amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo). Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e desinências verbais. • Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as desinências -o/-a: garoto /garota; menino /menina Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema – s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que indica o singular: garoto /garotos; garota /garotas; menino /meninos; menina /meninas. No caso dos nomes terminados em – r e  – z, a desinência de plural assume a forma -es: mar /mares; revólver /revólveres; cruz /cruzes. • Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais): cant-á-vamos cant-á-sse-is cant: cant: radical -á-: vogal temática -va-: desinência modotemporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicativo) -mos: desinência númeropessoal (caracteriza a primeira pessoa do plural) radical -á-: vogal temática -sse:desinência modotemporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjuntivo) -is: desinência númeropessoal (caracteriza a segunda pessoa do plural) Vogal temática Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema – a. Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas. • Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sof á, caf é, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática. • Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação. primeira segunda terceira conjugação conjugação conjugação govern-a- estabelecdefin-i-ra va e-sse imped-iatac-a-va cr-e-ra sse realiz-a-sse mex-e-rá ag-i-mos Vogal ou consoante de ligação As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricot SINAIS DE PONTUAÇÃO Muitas pessoas não dão o devido valor à acentuação, acham que não há problemas em se esquecer uma vírgula, um ponto final ou um parênteses ou simplesmente ignoram os sinais. No entanto, uma vírgula ou ponto pode mudar todo o sentido de uma única oração. Observe: Eu ir lá claro que não. Agora veja: Eu, ir lá? Claro que não! Como se pode observar na última oração acima, a acentuação acompanha nossa fala, nossa entonação. Dessa forma, fica possível perceber as pausas feitas pelo falante, a fim de demonstrar com clareza o que e como quer dizer algo. Por exemplo: você dá parabéns a uma pessoa dessa forma: Parabéns. Desejo felicidades. , com o uso de ponto final na entonação, igual um robô? Creio que não, pois queremos transmitir alegria nas felicitações, e o mais certo nessa ocasião é abusar do sinal gráfico que representa esse sentimento de euforia: o ponto de exclamação! Assim: Parabéns! Muitas felicidades! Fica bem melhor, não é? Logo, a acentuação faz parte da nossa linguagem falada e escrita, e é imprescindível saber como usá-la corretamente! Nesta seção você vai ficar sabendo como e quando usar cada um dos sinais de pontuação: vírgula, ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação, ponto-evírgula, dois-pontos, aspas, reticências, parênteses e travessão. É só clicar!