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História - Lenços Dos Namorados

Lenços dos Namorados Desde sempre, os portugueses partiram: ou para ganhar o sustento noutro lugar, ou para a guerra, ou para embarcarem em navios na aventura da Expansão. Em casa ficavam as mulheres e as crianças. Mulheres sós, tristes, que trabalhavam a terra, fiavam o linho, amassavam o pão e iam vivendo de esperança. Ora, na hora da despedida, em certas regiões do norte de Portugal, era ´obrigatórioµ a rapariga apaixonada oferecer um lenço ao namorado. Lenço bo rdado por ela, com uma qu

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       Desde sempre, os portugueses partiram: ou para ganhar o sustento noutro lugar, ou para a guerra, ou parambarcarem em navios na aventura da Expansão. Em casa ficavam as mulheres e as crianças. Mulheres sós, tristes,ue trabalhavam a terra, fiavam o linho, amassavam o pão e iam vivendo de esperança.ra, na hora da despedida, em certas regiões do norte de Portugal, era ´obrigatórioµ a rapariga apaixonadaferecer um lenço ao namorado. Lenço bordado por ela, com uma quadra da sua autoria. Se bordava com errosrtográficos, isso era pormenor insignificante, o que contava - e conta - são os sentimentos.epois dos abraços e beijos de despedida, o rapaz levava algo que lhe faria lembrar a amada distante. Este lençora como uma carta, mas mais bela e quase indestrutível, bordada em linho fino, no qual - quem sabe! - algumasgrimas masculinas cairiam nos momentos de maior tristeza. As cores e as quadras desses lenços são das coisasais bonitas do nosso património artesanal bordado, pela sua autenticidade e ternura.principalmente na região do Minho que esses ´lenços de namoradosµ têm a sua mais bela expressão. Houve-osordados apenas a branco ou a negro, mas os mais comuns têm muitas cores e há desenhos ´obrigatóriosµ. Nessanguagem secreta, fique a saber que rosa quer dizer mulher, coração é amor, lírios simbolizam a virgindade, cravosermelhos são sinónimo de provocação, e os pombinhos significam os namorados como não podia deixar de ser.sto, só para fazermos uma breve ideia destes sinais de amor, pois há muitos mais.   rado do site:   ttp://www.leme.pt/destaques/dia-dos-namorados/lencos.html   lgumas quadras de Amor, retiradas do Cancioneiro Popular, por J. Leite de Vasconcellos. Cartas de amor são mentirasE amores mentiras são;  entra o teu amorQue enganou meu coração.   Escreve-me, amor, escreve.Lá do meio do caminho;Se não achares papel,Nas asas de um passarinho   A carta que me escrevesteInda não ia acabadaFaltava-lhe pôr no meioUma rosa encarnada.   Escrevia-te uma cartaSe tu a soubesses ler, M as tu dá-la a ler a outrem,Tudo se vem a saber.   A carta que eu te escrevoSai-me da palma da mão A tinta sai dos meus olhosE a pena do coração.   ara mais informações consulta os sites:   ttp://lencosdenamorados.no.sapo.pt/   ttp://www.ceramicarte.com/exposicoes/sala3/mariasameiro/index.html   ttp://ritualcafe.wordpress.com/2007/02/14/lencos-dos-namorados/   inda a propósito de amor...   números escritores portugueses expressaram os seus sentimentos amorosos em versos de inexcedível beleza.   LHOS NEGROS  or teus olhos negros, negros,  rago eu negro o coraço,e tanto pedir-lhe amores...eles a dizer que não.mais não quero outros olhos,egros, negros como são;ue os azuis dão muita esp'rançaas fiar-me eu neles, não.ó negros, negros os quero;ue, em lhes chegando a paixão,e um dia disserem sim...unca mais dizem que não.   «Folhas Caídas e Outros Poemas»,eAlmeida Garrett   ENHORA PARTEM TAM TRISTES  enhora, partem tam tristeseus olhos por vós, meu bem,ue nunca tam tristes vistesutros nenhuns por ninguém.am tristes, tam saudosos,am doentes da partida,am cansados, tam chorosos,a morte mais desejososem mil vezes que da vida.artem tam tristes os tristes,am fora d'esperar bem,ue nunca tam tristes vistesutros nenhuns por ninguém.   ão Roiz Castell-Branco   oesia Palaciana   ancioneiro Geral, III, 134