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Saúde Mental

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 Sabemos que o conceito de doença mental tem evoluído ao longo da história e varia de cultura para cultura.  Tendo a psiquiatria sido confrontada com problemas concretos do que é normal e do que é patológico procurou socorrer-se destes estudos transculturais na procura de uma melhor classificação da doença mental. Podemos considerar três correntes de pensamento mais difundidas: MODELO RELIGIOSO MODELO SOCIAL MODELO MÉDICO MODELO PSICOLÓGICO A explicação religiosa dos comportamentos aberrantes vem do principio do homem. Segundo esta conceção os comportamentos estranhos seriam devidos a demónios e espíritos. Foi na idade média que esta explicação teve uma maior divulgação. Alcançou a sua expressão máxima no período da inquisição: O queimar pessoas na fogueira por causa dos comportamentos estranhos pode parecer-nos um procedimento cruel e absurdo mas isto é porque não aceitamos os conceitos de doença mental que prevalecia na Idade Média. Está menos centrado no indivíduo e tende a analisar situações em termos de regras e rituais de grupo e dos papeis que os indivíduos assumem nessas interligações. Factores como o contexto social: classe social, estilo de vida, sistema de crenças, etc, desempenham um papel fundamental na explicação da origem e evolução da doença mental. A explicação médica considera que o comportamento estranhos devido a uma lesão orgânica. Esta corrente teve grande importância na antiga Grécia e Roma. O comportamento irracional era atribuído a um desequilíbrio dos humores (a depressão devido na excesso de bílis). Durante a idade média, esta corrente, teve um declínio enquanto o modelo religioso atingiu o seu auge. Mas, a sua importância surgiu principalmente no fim do século XIX. Na medicina a maioria dos avanços foram na cirurgia e microbiologia, havia muitas razões para crer que as bactérias poderiam explicar tudo o que no homem estava perturbado, inclusive os seus comportamentos irracionais. Também se realiza um diagnóstico, não entendido como uma doença, mas como a integração da situação apresentada numa dinâmica existencial e histórica da pessoa. Tem uma abordagem mais compreensiva da pessoa, onde se incluem os sentimentos, as emoções e os comportamentos da pessoa . Então pergunta-se:  Onde estamos nós?  O que faço perante um doente mental?  Como se adoece mentalmente?  Qual a contribuição da hereditariedade?  Qual a contribuição do meio?  O que é o patológico? a patologia impõe-se como um facto, uma experiência vivida pelo doente, mas não é unicamente uma lesão de um órgão, nem uma degenerescência hereditária ou uma perturbação funcional, mas sim uma resposta de um conjunto do indivíduo (unidade somato-psíquica) em relação com o seu viver pessoal na comunidade dos outros Homens, assim surge o - Modelo Biopsicossocial Qual a contribuição da hereditariedade? MUTAÇÕES São alterações súbitas, induzidas ou espontâneas, em genes ou cromossomas, podendo acarretar variações hereditárias GÉNICAS - quando ocorre CROMOSSÓMICAS - uma alteração ao nível dos nucleótidos de um gene quando alteram a estrutura ou o número de cromossomas (estruturais ou numéricas) Formação dos gâmetas Ovo ou zigoto geneticamente diferenciados União aleatória de gâmetas na fecundação Deleção Criança com síndrome “Grito do Gato” Microcefalia Atraso mental acentuado Deficiente desenvolvimento da laringe Síndrome de Turner Sexo feminino com ovários atrofiados, deficiência hormonal, esterilidade, ausência de menstruação, mamas pequenas, vulva infantil, deficiência cardíaca, raramente deficiência mental . Criança com Síndrome de Down Ambos os sexos, deficiência mental, fendas palpebrais mongolóides, pescoço curto e grosso, cardiopatias, uma única linha transversal na palma da mão, genitais pouco desenvolvidos, grande flexibilidade nas articulações. Síndrome de Klinefelter Sexo masculino, testículos pequenos, esterilidade, genitais infantis, mamas desenvolvidas (ginecomastia), estatura elevada, deficiência mental. As perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental, em termos gerais, são hoje mais frequentes, com uma prevalência aparentemente superior nas sociedades desenvolvidas. O abuso de substâncias, os fenómenos de violência, e as taxas de suicídio conhecem proporções epidémicas, o autor aponta o exemplo de Japão em que o Ministro da Saúde declarou recentemente que 36% da população, entre os 15 e 65 anos, sofria de uma fadiga crónica que interferia negativamente com as obrigações laborais. Quartilho, 2001 No Relatório Mundial de Saúde de 2001, afirma-se que “ rara é a família poupada de um encontro com perturbação mental”, e ainda que “ uma em cada quatro pessoas será afetada por uma perturbação mental em dada fase da vida”. A doença mental atravessa assim todos os grupos, raças, nacionalidades, é independente do modelo socioeconómico e enfrenta-se com os medos, ignorância e inevitavelmente o mesmo estigma, discriminação e exclusão. Cada um de nós tem uma história de vida, uma narrativa interior cuja continuidade e sentido são a nossa vida. Pode dizer-se que cada um de nós constrói e vive uma narrativa, e que esta narrativa é a nossa identidade. Se queremos conhecer uma pessoa, perguntamos-lhe qual é a sua história porque cada pessoa é uma biografia, uma história. Cada pessoa é uma narrativa única que é construída por cada um de nós, dentro de nós, através de cada um de nós, das nossas perceções, sensações, pensamentos, ações e também através dos nossos discursos.