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Toxicologia

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05-01-2011 ESCOLA SECUNDÁRIA FILIPA DE VILHENA Ano lectivo 2010-11 TOXICOLOGIA TÉCNICO DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO  NOÇÕES DE  TOXICOLOGIA É a ciência que tem como objecto de estudo o efeito adverso de substâncias químicas sobre os organismos vivos, com a finalidade principal de prevenir o aparecimento deste efeito, ou seja, estabelecer o uso seguro destas substâncias químicas. TOXICOLOGIA SISTEMA BIOLÓGICO Isabel Carvalho ESFV, 2011 TOXICOLOGIA – CONT.  A TOXICOLOGIA – CONT. toxi toxiccolog ologia ia apoia poia-s -see, em 3 elem elemen ento toss bási básiccos: os:  agente químico (AQ) capaz de produzir um efeito;  sistema biológico (SB) com o qual o AQ irá interagir para produzir o efeito;   AGENTE QUÍMICO Agente químico Sistema biológico • • O efeito resultante que deverá ser adverso para o SB. Torna-se necessário, também, a existência de um meio adequado através do qual o SB e o AQ possam interagir; • TOXICOLOGIA – CONT.  TOXICOLOGIA – CONT. TOXICOLOGISTA É o profissional treinado ou capacitado a estudar os efeitos nocivos nocivos produzidos pelos agentes químicos químicos e avaliar avaliar a probabilidade probabilidade do aparecimento destes efeitos.   As principais principais tarefas do toxicologista toxicologista são: a) Avali valiar ar o risc riscoo no uso de subst ubstân ânci cias as Efeito adverso ou tóxico quím químic icas as..  A toxicologia é uma ciência multidisciplinar, que abrange uma vasta vasta área de conhecime conhecimento, nto, relacionando-s relacionando-see estritament estritamentee com outras outras ciências, ciências, pois sem os conhecime conhecimentos ntos inter-re inter-relacio lacionados nados,, dificilmente se poderá atingir seus o bjectivos:  prevenir,  diagnosticar  tratar. b) Estabelecer os limites de segurança para o uso das mesmas. c) Realizar análises toxicológicas que permitam a monitorização e o controle dos limites de segurança estabelecidos âmbito da toxic toxicolo ologia gia,, distin distingu guemem-se se várias várias áreas, áreas, de  No âmbito acordo com a natureza do agente ou a maneira como como este alcança o organismo. 1 05-01-2011 TOXICOLOGIA – CONT. TOXICOLOGIA – CONT.  TOXICOLOGIA – CONT.  Este sinal adverte para a existência de substâncias perigosas para a saúde, num determinado local. Sempre que num local sejam armazenadas ou manuseadas substâncias tóxicas que possam colocar em risco a saúde dos ocupantes desse local ou que exista na atmosfera concentrações consideráveis deste produtos, este sinal deve estar presente. Este sinal pode estar associado às seguintes situações: TOXICOLOGIA – CONT.    TOXICOLOGIA – CONT.  Tóxicas para a reprodução - quando as substâncias e preparações manuseadas podem aumentar a frequência de efeitos prejudiciais não hereditários na progenitura ou atentar às funções ou capacidades reprodutoras masculinas ou femininas; Uma substância é um tóxico quando, após penetração no organismo em dose relativamente elevada, de uma só vez ou em várias vezes próximas umas das outras ou em pequenas doses repetidas durante muito tempo, provoca de um modo passageiro ou durável, perturbações de uma ou mais funções, que podem chegar à aniquilação completa e mesmo conduzir à morte. Muito Tóxicas - quando as substâncias e preparações manuseadas podem, mesmo em pequena quantidade e quando em contacto com a pele, causar a morte ou risco de infecções agudas ou crónicas; Cancerígenas - quando as substâncias e preparações manuseadas podem provocar cancro ou aumentar a sua incidência Mutagénicas - quando as substâncias e preparações manuseadas podem produzir defeitos genéticos hereditários ou aumentar a sua frequência TOXICOLOGIA – CONT.  Em suma:  a noção de tóxico está normalmente associada a uma substância de origem sintética ou natural, orgânica ou inorgânica, simples ou mistura, que actuando sobre o Homem provocam danos graves na sua saúde. 2 05-01-2011 VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT.  RESPIRATÓRIA CUTÂNEA VIA RESPIRATÓRIA:  É a via ma is com um da penetração dos tóxicos presentes nos locais de trabalho.  Os efeitos nocivos fazem-se, muitas vezes, sentir ao nível das vias respiratórias DIGESTIVA  Ou os tóxicos, quando penetram por esta via, reproduzem os seus efeitos nas outras regiões do organismo. VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT.  O aparelho respiratório é uma porta de entrada no organismo para as partículas sólidas ou líquidas, em suspensão no ar. O mesmo se passa com os gases e vapores existentes no ambiente de trabalho. Os perigos de inalação são tanto maiores quanto mais elevada for a temperatura. VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT.  VIA CUTÂNEA (PELE E MUCOSAS): A pele tem, essencialmente, um papel de protecção contra os diferentes agentes agressivos (físicos, químicos e biológicos). PARTÍCULAS SÓLIDAS LÍQUIDAS GASOSAS -Poeiras, -Aerossóis, -Gases, - Fibras, - Neblinas, - Vapores, - Fumos,  Os poros, as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas funcionam como portas de entrada naturais. A transpiração facilita a penetração dos tóxicos na pele.  Também as alterações da pele (descamações, ferimentos, etc.) facilitam a entrada de tóxicos. VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT. VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT.  Estas alterações, nomeadamente na pele das mãos de trabalhadores, são consequência não só da utilização de ferramentas ou equipamentos agressivos, mas também de substâncias tóxicas com as quais contactam.  Os agentes tóxicos que penetram na pele e mucosas são :  nicotina,  derivados nitratos e aminados aromáticos,  solventes clorados,  tetraetilchumbo,  ou mesmo de derivados puramente minerais, como por exemplo, os sais de tálio. A absorção por feridas ou queimaduras profundas é particularmente rápida, por ausência da barreira dermeepiderme e por haver um aumento das trocas sanguíneas. 3 05-01-2011 VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT. Factores que condicionam a absorção:       Morfologia local da pele Circulação sanguínea local Circulação dimensões moleculares e grau de ionização do tóxico Características de solubilidade Metabolismo intercutâneo do tóxico Reacção local com outras substâncias químicas VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT.   VIA DIGESTIVA: Não é uma via habitual nas intoxicações relacionadas com o trabalho. No entanto, pode acontecer nas seguintes situações:  manipulação incorrecta de produtos tóxicos (contaminação das mãos, boca, olhos);  ingestão de alimentos erradamente guardados em locais de trabalho contaminados;  deficiente higiene corporal, nomeadamente das mãos, após trabalhos relacionados com produtos tóxicos; VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT.   CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS  A ingestão de substâncias tóxicas permite a passagem das mesmas para a corrente sanguínea (ao nível da boca, do estômago e do intestino); Por outro lado a absorção dessas substâncias, com a passagem para a circulação sanguínea, pode provocar lesões graves em órgãos afastados (rins, fígado, etc.).   CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS  Existe legislação portuguesa específica para algumas das substâncias tóxicas que se podem encontrar nos locais de trabalho: D IPL OM AS LE GAIS SU BS TÂNC IAS T ÓX ICAS D.L. nº 273/89, 21 de Agosto Cloreto de vinilo D.L. nº 274/89, de 21 de Agosto Chumbo e seus compostos D.L. nº 284/89, de 24 de Agosto Amianto D.L. nº 162/90, de 22 de Maio Poeiras (pedreiras) A toxicidade de uma substância ou produto no local de trabalho, depende de vários factores, nomeadamente • características da substância ou produto; • trabalho executado; • características do trabalhador exposto. Relativamente à substância ou produto tóxico podem-se enunciar as seguintes características: • composição química; • concentração O factores que pode ser controlado, de forma segura e objectiva, é a concentração do tóxico. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT.  Em relação às outras substâncias tóxicas a norma portuguesa NP1796 (revista em 2007), fixa os valores-limite de exposição definidos como:  "a concentração de substâncias nocivas que representam condições às quais se julga que a quase totalidade dos trabalhadores possa estar exposta, dia após dia, sem efeitos prejudiciais para a saúde” 4 05-01-2011 CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT.    Os valores - limite de concentração para os tóxicos nos locais de trabalho, são estabelecidos pela Norma Portuguesa (NP) 1796. Assim temos:   Valor limite de exposição – média ponde rada (VLE – MP)  Concentração média ponderada para um dia de trabalho de 8 horas e uma semana de 40 horas, à qual se considera que praticamente todos os trabalhadores possam estar expostos, dia após dia, sem efeitos adversos para a saúde. O VLE-CD é definido como uma exposição VLE-MP de 15 min. que nunca deve ser excedida durante o dia de trabalho, mesmo que a média ponderada seja inferior ao valor limite.  Valor limite de exposição – curta duração (VLE – CD)  Concentração à qual se considera que praticamente todos os trabalhadores possam estar repetidamente expostos por curtos períodos de tempo, desde que o valor de VLE-MP não seja excedido e sem que ocorram efeitos adversos, tais como: 1) irritação; 2) lesões crónicas ou irreversíveis dos tecidos; 3) efeitos tóxicos dependentes da dose ou taxa de absorção; 4) narcose (alteração do estado de consciência devido à intoxicação por determinadas substâncias) que possa aumentar a probabilidade de ocorrência de lesões acidentais, auto-fuga diminuída ou reduzir objectivamente a eficiência do trabalho. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT.  Exposições superiores ao VLE-MP e inferiores ao VLE-CD não devem exceder os 15 min. e não devem ocorrer mais do que 4 vezes por dia. Valor limite de exposição – concentração máxima (VLE – CM)  Concentração que nunca deve ser excedida durante qualquer período da exposição. Estas exposições devem ter um espaçamento temporal de 60 min., pelo menos. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT.   Valores limite de exposição (VLE)  Concentração de agentes químicos à qual se considera que praticamente todos os trabalhadores possam estar expostos, dia após dia, sem efeitos adversos para a saúde. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT.  CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT. A Norma prevê, ainda, as seguintes situações: • Efeitos aditivos de substâncias tóxicas com características semelhantes; • Flutuações das concentrações ao longo do dia de trabalho; • Toxicidade percutânea Quanto ao trabalho executado é importante salientar:  tipo de trabalho:  leve  moderado  pesado  CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT.  As características do trabalhador exposto ao tóxico, que podem determinar, a toxicidade da substância são:  Idade: à partida os indivíduos jovens, em virtude do seu peso ser menor e o seu metabolismo mais activo, tendem a ser menos sensíveis que os adultos.  Sexo: influi muitas vezes sobre a receptividade dos tóxicos.  Peso: a toxicidade de uma substância varia com o peso do indivíduo. duração da exposição 5 05-01-2011 CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT.  Susceptibilidade individual: alguns organismos demonstram uma maior susceptibilidade (intolerância congénita) a certas substâncias, reagindo anormalmente a diversos produtos.  Estado Patológico: As doenças podem provocar lesões nos órgãos principais do organismo e essas alterações podem favorecer a acção de tóxicos, por estarem comprometidos os processos normais de desintoxicação. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT.  Estado fisiológico: digestão, fadiga e gravidez. • Digestão - o estado de digestão ou de jejum tem influência sobre a intensidade da acção dum tóxico administrado numa dose determinada. • Fadiga - faz aumentar, a toxicidade de uma substância. Por acção do trabalho, muscular ou intelectual, produzem-se alterações no metabolismo, no sistema nervoso, na frequência cardíaca e no ritmo respiratório.  Gravidez - a sensibilidade aos tóxicos aumenta, em geral, durante a gravidez. Aconselha-se que as mulheres grávidas sejam submetidas a exposições susceptíveis de exercer efeitos nocivos. TOXICIDADE AGUDA TOXICIDADE AGUDA –CONT.   Intoxicação aguda quando se verificam efeitos tóxicos no organismo resultantes da absorção de doses relativamente grandes, em curto espaço de tempo. Para além das características intrínsecas do indivíduo, a toxicidade de uma substância pode variar, dentro de am plos limites, consoante: • Via de penetração: para determinar a t oxicidade é sempre importante conhecer a via de absorção do tóxico, já que a toxicidade aumenta se forem vencidas as barreiras naturais de protecção e o tóxico entrar directamente na circulação sanguínea. Natureza do veículo: a associação dos tóxicos com  excipientes que favoreçam, nomeadamente, a absorção faz aumentar a toxicidade. TOXICIDADE AGUDA –CONT. TOXICIDADE AGUDA –CONT.  Concentração: a influência da concentração sobre a toxicidade é determinante pois a absorção é mais rápida quanto maior for a concentração. • Substâncias associadas: A acção de um tóxico pode ser modificada por combinação de uma ou mais substâncias tóxicas • Velocidade de administração: aumentando a velocidade de administração, provoca-se uma sobrecarga do tóxico no organismo, que pode até ser fatal. • Administração anterior: acção/exposição prolongada sobre um determinado tóxico • Condições exteriores: refira-se, como exemplo, o caso do aumento da temperatura ambiente que desencadeia uma maior actividade de certos tóxicos (aumento da toxicidade). 6 05-01-2011 TOXICIDADE CRÓNICA  Intoxicação crónica é resultado de uma exposição repetida ao longo de bastante tempo, a baixos níveis de tóxicos, e que embora sem sintomatologia clínica imediata, pode conduzir a alterações irreversíveis do estado de saúde. TOXICIDADE CRÓNICA-CONT.  TOXICIDADE CRÓNICA-CONT.  A absorção destas pequenas doses que, a serem eliminadas normalmente, não teriam consequências de maior, provoca, ao fim de algum tempo, perturbações de sintomatologia muito variada sobre: • crescimento; • comportamento geral; • composição química dos líquidos orgânicos (sangue, linfa, etc); • estrutura das células e tecidos do organismo; • funções dos órgãos (rim, fígado, centros nervosos, medula óssea, glândulas endócrinas, etc); • aptidão para a reprodução; • a duração da vida. TOXICIDADE CRÓNICA-CONT.    EFEITO DOSE-RESPOSTA  Para se actuar no campo da prevenção das intoxicações no ambiente de trabalho é fundamental trabalhar as seguintes variáveis: • tempo de exposição Dá-se o nome de tóxicos cumulativos, por ficarem retidos no organismo em virtude de afinidades de natureza física (solubilidade nos lípidos muito maior do que nos líquidos aquosos, adsorção, etc.) ou química (fixação sobre um ou outro constituinte celular) ou, ainda, em consequência da sua acção nociva sobre o filtro renal, o que dificulta a sua eliminação (metais pesados). Estas intoxicações surgem a longo prazo, e portanto, crónicas como consequência dos efeitos de uma toxicidade aguda. Das substâncias de toxicidade a longo prazo (ou crónica), salientamos as cancerígenas pois ocupam um lugar à parte entre os agentes deste tipo de toxicidade. Não se podem fixar doses limites, dado que, pelo facto do efeito persistir após a eliminação do produto, qualquer dose, mínima que seja, será perigosa se for repetida. EFEITO DOSE-RESPOSTA – CONT.  A dose absorvida pelo organismo provoca da parte deste uma resposta biológica. DOSE RESPOSTA • concentração do tóxico  Existe uma relação marcada entre o tempo de exposição e a concentração do tóxico. Ao resultado desta relação dá-se o nome de DOSE. 7 05-01-2011 EFEITO DOSE-RESPOSTA – CONT.  Para que se possa considerar admissível, no local de trabalho, uma determinada Dose é necessário que ela provoque no organismo uma resposta nula, isto é, que a dose de tóxico absorvida não tenha excedido a capacidade do organismo metabolizar (bio-transformar a substância num dos metabólicos do organismo) e eliminar o referido tóxico. DOSE ADMISSIVÉL EFEITO DOSE-RESPOSTA – CONT.  RESPOSTA NULA EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Efeitos fisiológicos dos tóxicos  O conhecimento do mecanismo de acção dos tóxicos permite identificar os efeitos e os sinais precoces de lesão para:  definir os limites aceitáveis de exposição  estabelecer um conjunto de testes aplicáveis à sua vigilância  prevenção ou a detecção precoce de alterações do estado de saúde dos trabalhadores expostos, profissionalmente a factores de risco de natureza química Mecanismos de acção dos tóxicos  Interferência com o transporte ou utilização de oxigénio  Acção sobre as enzimas  Toxicidade celular  Produção de radicais livres  Alteração do equilíbrio ácido-base  Acção sobre o sistema imunológico  Efeitos genotóxicos e cancerigénese  Efeitos sobre a reprodução EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS  • RESPOSTA NULA  Quando existe uma reacção biológica ou química do organismo quando em contacto com substâncias estranhas, desde que estas reacções sejam apenas desvios ligeiros, sem prejuízos fisiológicos do estado normal do organismo. Interferência com o transporte ou utilização de oxigénio Por diversos processos, alguns tóxicos são capazes de interferir com a capacidade de transporte ou de utilização de oxigénio, podendo levar a uma carência drástica de disponibilidade de O 2 nos tecidos:  com consequente anóxia (ausência de oxigénio) no cérebro;  em casos extremos, asfixia tissular (baixa oxigenação dos tecidos);  e morte celular; EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS  • Acção sobre as enzimas Numerosos agentes químicos na natureza profissional podem interferir com a actividade enzimática, quer de forma inibitória, quer estimuladora 8 05-01-2011 EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS  Toxicidade celular Numerosos tóxicos afectam as funções e as estruturas celulares podendo conduzir, dessa forma, à morte celular e ainda:  Alterar a fosforilação oxidativa e/ou o controlo do Ca2+ intracelular (ex.: metilmercúrio)  Lesar directamente a membrana celular (ex.: alguns solventes)  Lesar a membrana lisossómica (ex.: hidrocarbonetos)  Destruir o citoesqueleto (ex.: toxinas endocelulares)  Alterar a síntese proteica (ex.: etanol) • EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS  • • • EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS  • Produção de radicais livres (cont.) Exemplos de tóxicos que podem gerar radicais livres:  Paraquat  Tetracloreto de carbono  Ozono  Fosgénio  Clorofórmio • • • Acção sobre o sistema imunológico Os tóxicos interagem com o sistema im unitário; A imunotoxicidade tem como função estudar o relacionamento da capacidade contra as agressões externas e acções internas (ex.: vigilância imunológica contra a formação de células tumorais) A exposição a substância químicas que atinjam o sistema imunitário pode ter uma acção de imunossupressão (deficiência), de imunoestimulação ou de modificação da resposta imunitária Um radical livre é uma molécula (ou fragmento molecular) de uma substância química que possui um ou mais electrões sem emparelhamento, na sua órbita externa; A sua produção relaciona-se com a perda, aceitação ou alteração de ligações covalentes de electrões sendo, por isso, substâncias instáveis e de grande reactividade química; A decomposição química que se encontra na base da sua formação necessita de energia que pode ser produzida por uma reacção química ou pela exposição a factores físicos (ex.: radiação ultravioleta); EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS  • • EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS  Produção de radicais livres Alteração de equilíbrio ácido-base Vários são os tóxicos que podem alterar o mecanismo ácido base; ex.: a toxicidade do metanol resulta da sua oxidação em ácido fórmico; A acumulação deste metabolismo (que pode ser mensurado na urina), encontra-se relacionado com o desenvolvimento de acidose metabólica EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS  • • • Acção sobre o sistema imunológico (cont.) Acção imunosupressora: PCB’s (bifenis policlorados), amianto, medicamentos citostáticos e corticóides Imunoestimulação: indução do lúpus (doença sistémica do colagéneo) pelas aminas aromáticas ou pelo hexaclorobenzeno Modificação da resposta imunitária, com o desencadear de reacções alérgicas: níquel e crómio (hipersensibilidade cutânea de contacto), isocianatos, berílio e sais de platina (alergia respiratória) 9 05-01-2011 EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS  • Efeitos genotóxicos e cancerigénese EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS  A genotoxidadade está relacionada com a capacidade de certos tóxicos poderem actuar sobre o DNA • Efeitos genotóxicos e cancerigénese (cont.) A carcinogénese induzida por substância químicas, apesar dos mecanismos não serem totalmente conhecidos, desenvolve-se segundo um processo complexo, em que as características genéticas têm elevada importância em alguns tipos de cancro e que envolve vários acontecimentos sequenciais:  Activação: processo de biotransformação originando substâncias intermediárias capazes de induzir mutagénese EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Iniciação: mutação do genes envolvidos no crescimento celular e na diferenciação (ex.: cloreto de vinilo, cádmio, benzopireno)  EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Classificação da carcinogenicidade de tóxicos (segundo o IARC - International A gengy for Research on Cancer)   Promoção: estímulo da expansão clonal das células sujeitas a mutação em colónias, isto é, os agentes químicos podem estimular o desenvolvimento de células pré-cancerosas (ex.: amianto, tetracloreto de carbono, benzopireno)  Progressão: ocorrência de mutações adicionais que favoreçam o crescimento e a diferenciação das células EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS    Cancro do fígado  Efeitos sobre a reprodução 35 substâncias químicas demonstram alterações perinatais (ex.: mercúrio, chumbo, clorobifenis, óxido de etileno); algumas têm efeitos nefastos também para o recém-nascido decorrentes da excreção do tóxico pelo leite materno (pesticidas, arsénico,mercúrio); segundo a OMS -Organização Mundial de Saúde, temos que: Cancro do rim 10 05-01-2011 EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO  Embriotoxicidade: potencial que uma determinada substância química tem para induzir efeitos adversos no embrião, no primeiro trimestre da gravidez (entre a concepção e o estado fetal) •  Fetotoxicidade: potencial que de uma determinada substância química tem para induzir efeitos adversos no feto •  Teratogenicidade: potencial que uma determinada substância química tem para produzir malformações estruturais ou defeitos num embrião ou num feto • AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO   • • • •  • • • o número de substâncias químicas a que se encontram expostos os trabalhadores em ambientes profissionais é cada vez mais elevado; Existem 100.000 substâncias químicas com utilização industrial e consideradas agentes de doença profissional; AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO A Saúde Ocupacional, responsabiliza-se pelo diagnóstico e prevenção das doenças profissionais Assenta esquematicamente em 4 etapas metodológicas Estudo das situações de trabalho Diagnóstico das situações de risco de doença profissional Selecção dos indicadores de exposição mais per tinentes Definição dos decorrentes programas de prevenção AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO  As substâncias químicas constituem o mais extenso dos grupos de factores de risco de natureza profissional; O conhecimento das relações existentes entre a exposição profissional e as repercussões na saúde dos trabalhadores expostos adquire-se pelo estudo simultâneo dos factores ambientais e dos respectivos efeitos, com adequada caracterização das denominadas relações exposição - efeito e exposição – resposta; A exposição ambiental é assente em: Vigilância ambiental Vigilância biológica Vigilância médica AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO    Vigilância ambiental: quantificação e controlo dos factores de risco no local de trabalho para avaliação da exposição ambiental e os riscos para a saúde, comparados com uma referência apropriada Vigilância biológica: quantificação e controlo dos factores de risco ou seus metabolismos nos tecidos, secreções, excreções, ar expirado ou qualquer combinação destes, para avaliar o risco de exposição e os riscos para a saúde, comparados com uma referência apropriada Vigilância médica: observações periódicas médico-fisiológicas dos trabalhadores expostos com o objectivo de proteger a saúde e prevenir as doenças relacionadas com o trabalho 11