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Dança E Adaptabilidade

Dança e adaptabilidade Dance and adaptability Thábata Marques Liparotti 1 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Orientador: Prof.Dr. Jorge Albuquerque Vieira 2 Resumo Este estudo tem como objetivo

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    June 2018
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Dança e adaptabilidade Dance and adaptability Thábata Marques Liparotti 1 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Orientador: Prof.Dr. Jorge Albuquerque Vieira 2 Resumo Este estudo tem como objetivo analisar a relação entre a dança e o processo de adaptabilidade nos corpos a partir da interação corpo-ambiente. A dança é um processo evolutivo que permite aos corpos, por meio da percepção, estabelecer relações coerentes com o mundo tendendo a maior chance de sobreviver. A adaptabilidade trata de mudanças observadas num dado período de tempo, no qual a troca de informações do corpo com o ambiente possibilita criar ajustes necessários à sobrevivência. Essa pôde ser observada durante o processo de criação proposto aqui com o objetivo da adaptabilidade. Quatro bailarinos investigaram durante um ano soluções eficientes de movimentos em uma montanha. Notou-se que com o tempo o corpo reconhecia tanto o estado corporal imbricado no ambiente, como as condições climáticas e ajustes no movimento para uma fluência livre. Desta forma, a troca de informações entre corpo e ambiente possibilitou maior disponibilidade de recursos para se lidar com estes dados mais imediata e precisamente, resultando num corpo mais adaptado. Palavras-chave: Dança, Processo de Criação, Corpo-Ambiente, Adaptabilidade, Corpomídia, Ajustes. Abstract This study analyses the relationship between dance and the process of adaptability in bodies through interaction body-environment. Dance is an evolutionary process that enables bodies, through perception, establish coherent relations with the world, tending to a bigger chance to survive. The adaptability refers to changes observed in a period of time, which the information exchange between body and environment enables to create adjustments to survive. This can be observed during the creation process with this aim. Four dancers 1 Graduada em Dança bacharelado e licenciatura pela Faculdade de Artes do Paraná e mestranda do Programa de Pós Graduação em Comunicação e Semiótica PUC-SP. 2 Professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Professor Assistente Doutor da Faculdade de Dança Angel Viana. investigated during a year efficient solutions of movements in a mountain. It is noted that with time the body can recognize as the body condition in that environment, as the weather and the movement adjustments to become more free (flow release). So this exchange promote means to deal with that information faster and more precise, results in an more adapt body. Key words: Dance, Creation Process, Body-Environment, Adaptability, Adjustments. Introdução Sabendo que, como aponta Vieira (2006), toda e qualquer forma de conhecimento se baseia na necessidade de sobrevivência do sistema cognitivo. Assim a fusão sistêmica entre arte, filosofia e ciência parece ser uma forma de crescimento de complexidade na produção do conhecimento. A produção, por meio de estudos e pesquisas acadêmicas, em Dança como possibilidade de pesquisa a partir do conhecimento artístico, é uma necessidade emergente para a área em crescente expansão dentro das universidades no cenário nacional. O conhecimento artístico será considerado neste trabalho como um tipo de conhecimento que é orientado pela busca de possibilidades do real, partilhando o ato de criação como um núcleo em comum às duas formas de conhecimento - arte e ciência. Este artigo é baseado em uma experiência em dança, na qual se buscava responder a um problema de pesquisa por meio um processo de criação. Desta forma, esta pesquisa tenta analisar como a investigação de movimento em dança pode também subsidiar problemas e teorias já existentes a cerca da realidade, como o problema da permanência apontado por Vieira: O problema da permanência como um parâmetro sistêmico básico é um problema do Universo. O Universo, por algum motivo desconhecido, existe. E por outro motivo também desconhecido, ele tenta continuar existindo. Podemos citar isso na forma de um princípio. Não chega a ser uma proposta ontológica fundada, mas é um princípio: o Universo tende a permanecer (VIERIA, 2006: 106). Este princípio sistêmico da permanência envolve o Universo e por conseqüência todos os sistemas existentes nele, tudo tende a permanecer. Assim muitas questões a cerca da realidade se explicam a partir do principio da permanência, como a ideia da Evolução. A teoria da evolução de Darwin explica o modo pelo qual, por meio da seleção natural, a simplicidade vem se transformando em complexidade, apontando assim para a sobrevivência do mais apto. Como explica Brum (2006: 164): A partir de sua teoria da evolução pela seleção natural, se estabelece a ideia de que a evolução não é uma questão de aperfeiçoamento, mas de uma adaptação das espécies ao ambiente, como forma de garantir a sua sobrevivência. Neste sentido, a ideia de adaptabilidade pode ser relacionada com a dança a fim de propor como que, por meio do movimento, o corpo se adapta a circunstâncias ambientais que podem ser novas. A dança enquanto estratégia evolutiva é a interação do espaço-tempo pelo movimento, o bailarino utiliza-se de sua percepção para conectar-se ao mundo e assim explorar o mapa que o conecta ao real. Como explica Katz (2006: 16): Quando um corpo aprende a dançar, promove uma das mais extraordinárias assembléias entre as suas aptidões evolutivas, uma vez que dançar implica a montagem de uma teia sofisticadíssima de acordos entre os sistemas envolvidos na formação do corpo humano. A dança que se vê no corpo do bailarino existe antes como mapa no seu cérebro. Ela começa lá, como sinapse. A dança surge neste continuo entre o mental, o neuronal e o carnal. E se estende para incluir também o ambiente, empregado aqui no sentido dos estudos desenvolvidos em Teoria da Evolução.. O processo de criação analisado neste artigo teve como problema de pesquisa a seguinte questão: como ocorre o processo de adaptabilidade dos corpos em um ambiente específico? O ambiente escolhido para este estudo foi o Parque Estadual do Pico do Marumbi (Serra do Mar, Paraná, sul do Brasil), um conjunto de montanhas que apresenta inúmeras especificidades como rochas, rios e trilhas. Neste contexto quatro bailarinos investigaram durante um ano movimentos que emergiam da sua relação com o ambiente. Foram criadas propostas de improvisação que buscavam selecionar quais movimentos eram necessários naquela especificidade de modo que o corpo pudesse se mover de maneira eficiente. Esta eficiência no movimento foi analisada durante o processo e pode ser mensurada pela liberação do fluxo do movimento (Laban, 1978), assim os corpos que iam atingindo um movimento cada vez mais livre e mais eficiente eram considerados mais adaptados. Utilizaremos aqui a teoria corpomídia (Katz e Greiner) para explicar como o corpo por meio de seus movimentos aponta para a ideia de adaptabilidade e a transforma em dança. Constituindo um processo de criação que tem como sua característica principal a relação inerente da construção do movimento da dança com o ambiente em que ela se configura. Este ambiente influência os modos de organização deste processo criando particularidades. Katz e Greiner (2005: ) comentam a importância do ambiente nas trocas de informações: O semioticista Thomas Sebeok (1991) salienta que o contexto onde tudo isso acontece é muito importante e que o onde tudo ocorre nunca é passivo. Assim, o ambiente no qual toda mensagem é emitida, transmitida e admite influências sob a sua interpretação, nunca é estático, mas uma espécie de contexto-sensitivo. Para quem estuda as manifestações contemporâneas de dança, teatro e performance como processos de comunicação, isso é facilmente reconhecível. Já há alguns anos o onde deixou de ser apenas o lugar em que o artista se apresenta, transformando-se em um parceiro ativo dos produtos cênicos. Ao invés de lugar, o onde tornou-se uma espécie de ambiente contextual. Este artigo pretende analisar o processo de criação em questão, construindo um referencial teórico que fundamente o processo de adaptabilidade observado através dos modos de organização destes corpos para a criação. Para tanto, serão envolvidas ideias a cerca da auto-organização, dos estados corporais e dos ajustes dos movimentos. A Dança e o processo de adaptabilidade Pois, os seres humanos, afinal, são surpreendentemente adaptáveis (MORAN, 2010: 21). A partir das ideias de Moran (2010) acerca da adaptabilidade humana se sabe que adaptações são conseqüências da exposição a fatores físicos e químicos existentes no ambiente e da interação com outras espécies ou com outros indivíduos da mesma espécie. Deste modo, o autor classifica esses processos de adaptabilidade de dois modos: a adaptação genética ou evolutiva, que envolve alteração nas freqüências dos genes e o ajustamento do corpo as condições ambientais, esta mais freqüente e a nível individual. Utilizaremos aqui estes ajustamentos como forma de adaptabilidade, e os mesmos partem do que foi observado durante um ano nesta investigação de movimento em dança. Os bailarinos envolvidos neste estudo exploraram por meio da improvisação modos de ajustar sua movimentação de forma que esta se tornasse eficiente para a sobrevivência em uma montanha. Ao abordar a sobrevivência cabe ressaltar que o ambiente de montanha é uma situação extremada ao corpo e que envolve risco, como se sugere ao classificar atividades praticadas nela (montanhismo, escalada, rapel) como atividades de aventura. Moran afirma ainda que Cada obstáculo é também uma oportunidade. (2010: 25). Entendemos, assim, que os obstáculos impostos pelo ambiente, sugerem ao corpo uma necessidade de se ajustar, envolvendo também a possibilidade do ato de criação, podendo justificar a relação entre adaptabilidade e dança neste estudo. Sabe-se que a interação entre corpo e ambiente é antiga, como comentada abaixo: Nós, seres humanos somos resultados de 0,6 a 1,2 bilhão de anos de evolução metazoária (organismos unicelulares não estão sendo contabilizados, apesar da sua singular rede química). Evidentemente, um tempo tão longo resulta de um sem-números de adaptações, isso é, de negociações entre corpos e ambientes Katz (KATZ, 2006: 16-17). Apesar de a adaptabilidade ser um processo antigo, a utilização desta enquanto processo de criação só pôde se desenvolver quando o ambiente passou a ser considerado como parceiro ativo na construção da dança. A dança, para Laban (1978), é a exploração do espaço-tempo por meio do movimento, sendo assim um processo evolutivo que permite aos corpos, por meio da percepção, estabelecer relações coerentes com o mundo e, assim, tais corpos tendendo a uma maior chance de sobreviver. A percepção pode ser considerada uma importante ferramenta ao formular conhecimento sobre o mundo, como explica Vieira: A consciência teria origem a partir da locomoção, pois esta implica rompimento de contato com o meio, ou seja, um intervalo de espaço entre contatos distintos. Percepção requer espaço; objetos podem ser percebidos somente quando separados do corpo pelo espaço. Assim, diz Flores (1982), o espaço é pré-requisito de todo o conhecimento. É somente através do espaço que uma coisa pode ser conhecida pois é ele que permite a diferença entre os movimentos do sujeito e do objeto (VIEIRA, 2006: 120) Nöe (2004), pesquisador da percepção e das ciências cognitivas, afirma também que a aparência de algo irá se modificar para nossos olhos a partir de como nos movemos em relação a isso ou como isso se move em relação a nos. Então a percepção seria o modo como nos relacionamos com algo conforme nossos movimentos. Velloso (2007, p.34), pesquisadora da dança, conclui que: Relação demanda movimento e movimento estabelece um tipo de relação. Levando em conta os estudos Vieira, Flores, Nöe e Velloso sobre a percepção, os bailarinos, partindo de suas percepções, captaram as informações do ambiente e as reorganizaram em forma de movimento ajustado utilizando-se da improvisação para testar suas hipóteses de movimento. O processo de adaptabilidade trata de modificações observadas em um dado período de tempo, no qual a partir da troca de informações do corpo com o ambiente, tal processo possibilita a este corpo criar ajustes no movimento que serão estruturados posteriormente como uma obra artística chamada A(da)pto. Notou-se que com o tempo os corpos dos bailarinos podiam reconhecer duas condições para a adaptabilidade ocorrer: tanto o estado corporal imbricado no ambiente, como os ajustes mais eficientes e recorrentes no movimento para uma fluência livre. Estas condições parecem resultar na identificação de propriedades do ambiente e como reflexo a identificação também de propriedades específicas do movimento necessárias a este ambiente. A afirmação de Moran Cada obstáculo é também uma oportunidade. (2010: 25) poderia ser reescrita em termos de dança para este processo como Cada estado é também uma possibilidade de criação. Portanto analisaremos a seguir estas duas condições de adaptabilidade elencadas para a criação: os estados e os movimentos, sendo uma conseqüência direta da outra. Estados do ambiente e estados dos corpos Sistemas possuem propriedades, características, e estas propriedades podem variar no tempo e, importante são concebidas como dependentes entre si [... ]. Ou seja, em um determinado instante de tempo, um sistema tem suas propriedades apresentando, cada uma, uma determinada intensidade e se passiveis de medida, um certo valor de medida no contexto de uma teoria e de instrumentos de medida. Neste último caso, podemos associar números às intensidades vigentes destas propriedades. O conjunto destas intensidades vigentes, neste instante de tempo, fornece o estado em que o sistema se encontra. (VIERIA, 2007: 50). O estado em que se encontra um sistema num dado momento apresenta informações importantes para o entendimento dele próprio. Quando podemos reconhecer quais propriedades ou características estão evidenciadas temos uma maior chance de lidar de maneira eficiente com esta informação e assim uma maior chance de sobrevivência. A partir de uma visão sistêmica, explicada por Vieira (2006) pode-se considerar três características gerais de sistemas abertos: Sensibilidade: sistemas são sensíveis a variações, diferenças de energia, matéria e portanto informação. Função memória: sistemas nunca são completamente transparentes à interação com o ambiente. Acabam por acumular informações, criando uma memória que os conecta ao processo temporal, passado presente e futuro. Elaboração: sistemas são capazes de elaborar informação a partir da memória, possibilitando que o sistema tome decisões hábeis para a sua permanência ou sobrevivência. Portanto, por meio destes princípios pode-se pensar que um sistema que tem a sensibilidade para perceber as mudanças de estado, tanto do ambiente quanto de si próprio e que consegue acessar suas memórias para assim elaborar a informação de maneira eficiente e habilidosa, tende a uma maior chance de permanecer. É dada assim a importância da informação advinda dos estados do sistema, pois ao abordar a adaptabilidade ao haver uma oscilação no estado do sistema ambiente haverá diretamente uma necessidade de ajuste que pode influenciar o estado do sistema corpo. Desta forma, dois diferentes tipos de estados foram apurados: primeiramente o estado em que o ambiente pesquisado se encontra, que seria o estado do Marumbi, e posteriormente o estado dos corpos já com os ajustes daquele instante. Quanto ao estado do ambiente pode-se observar que as mudanças ocorridas variavam entre as condições climáticas, a variação de pressão, a umidade relativa do ar. O fato do estado do ambiente Marumbi se alterar com freqüência, por propriedades ambientais peculiares, foi um dos motivos determinantes para a escolha deste ambiente e não outro. Estas mudanças citadas inicialmente eram identificadas já no momento em que se chegava ao ambiente e eram consideradas mais estáveis, pois variavam nos diferentes dias em que a investigação se deu,ou no máximo em algumas horas. Mas também havia aquelas mudanças que ocorriam a cada instante que eram: a intervenção de animais; sons e cheiros do vento, das plantas, dos rios; e mesmo as condições em que estavam as trilha, os rios ou as rochas pelo excesso ou falta de chuva. Todas estas alterações ainda eram somadas ao fato do ambiente da montanha destoar fortemente do ambiente em que os corpos dos bailarinos estão adaptados. Isso quer dizer que, estes corpos para sobreviver precisavam explorar sua percepção tentando de certo modo ampliá-la para poder lidar com todas estas informações até então novas. E assim entrar em um processo de adaptabilidade à estas novas circunstâncias. Entendendo que estas mudanças solicitam ao corpo uma reformulação constante de suas elaborações sendo assim um estímulo intenso e de fluxo ininterrupto para o ato de criação. É como se o ambiente provocasse a criação do movimento devido as suas características de instabilidade. Como afirma Katz e Greiner (2001: 90): As informações do meio se instalam no corpo; o corpo, alterado por elas, continua a se relacionar com o meio, mas agora de outra maneira, o que leva a propor novas formas de troca. Meio e corpo se ajustam permanentemente num fluxo inestancável de transformações e mudanças. Atendo-se agora no estado dos corpos - pois são eles que vivenciam o processo de adaptabilidade - estes corpos na montanha sofrem diretamente a ação do estado do ambiente e suas flutuações. Isso pôde ser observado claramente durante o processo. A umidade relativa do ar, a pressão atmosférica e a altitude apontavam para mudanças bruscas na respiração dos bailarinos. A sensação descrita era como se o ar fosse insuficiente e o corpo trabalhava intensamente mesmo em uma simples caminhada. Isso se evidenciava muito ao iniciar as subidas e à medida que se aproximava do cume, as alterações de temperatura e a intensidade do vento, novamente havia alteração na respiração. O período de aquecimento, em torno de 30 minutos inicialmente, se caracterizava por esta insuficiência. Entrava-se em um novo estado, mais estável em termos respiratórios, porém gradativamente somado a fadiga muscular que necessitava de pausas, por vezes longas que retomavam o processo de aquecimento, só que com duração menor. Durante o ano de investigação estes tempos de aquecimento e os efeitos extremados tendiam a diminuir apontando para o processo de adaptabilidade. Este é um dos exemplos de alteração do estado do corpo durante apenas uma caminhada de reconhecimento. Portanto as improvisações tinham como objetivo explorar especificidades da montanha, como se fossem sub-sistemas dentro do sistema, assim as improvisações se utilizavam de movimentos que iam além dos padrões de marcha. Os três sub-sistemas característicos encontrados eram as rochas, os rios e as trilhas. Lembrando que estas combinações de elementos variavam em larga escala de um lugar para outro. Por exemplo, o mesmo rio em sua extensão podia conter mais ou menos rochas; rochas expostas ou submersas; rochas de tamanhos, formas e com texturas distintas, rochas estáveis ou móveis; quedas d água; vegetação, além do volume de água se alterar de um dia para o outro e até mesmo em poucas horas devido a uma chuva intensa. Estas combinações solicitavam ao corpo uma percepção apurada para que este evitasse uma possível queda. Este estado de percepção constante foi chamado aqui de estado de alerta, ou seja, o corpo precisava estar sempre em prontidão para a resolução de problemas apresentados. Sobre os estados corporais Greiner afirma que: Quando se começa a estudar o corpo a partir de estados diferentes (e, muitas vezes simultâneos), é como se identificássemos múltiplos escaneamentos nos quais imagens se atravessam umas às outras e mudam a cada instante (GREINER, 2005: 109). Como aponta Greiner estes estados do corpo eram por vezes simultâneos, como reflexo à pressão, à temperatura, à especificidade do sub-sistema gerando aos corpos a criação de soluções de