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Diagnósticos Das Entidades Dos Criadores De Abelha (apis Mellifera L.) Do Estado Da Paraíba, Brasil

Diagnósticos das Entidades dos criadores de abelha (Apis mellifera L.) do Estado da Paraíba, Brasil Diagnoses of Entities of the beekeepers (Apis mellifera L.) of the State of Paraíba Brazil LEITE,

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Diagnósticos das Entidades dos criadores de abelha (Apis mellifera L.) do Estado da Paraíba, Brasil Diagnoses of Entities of the beekeepers (Apis mellifera L.) of the State of Paraíba Brazil LEITE, Joaquim Efigênio Maia 1 ; XAVIER, Josilda de França 1 ; CARMO, Leon Denis Batista do 1 1 Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA), PB. Resumo: A apicultura é a arte de criar abelhas, e proporcionar ao homem produtos derivados como o mel, cera, geleia real, própolis, pólen, e, ainda, prestar serviços de polinização às culturas vegetais. Objetivou-se com este trabalho diagnosticar e conhecer a realidade das associações e das cooperativas dos criadores de abelhas (Apis mellifera L.) do Estado da Paraíba. O estudo foi realizado em 54 associações/cooperativas existentes nos municípios paraibanos com aplicação de questionários contendo perguntas estruturadas e semi estruturadas. Para a aplicação dos questionários foi realizado contato com os presidentes das associações/cooperativas para marcar a visita e a aplicação dos questionários junto aos presidentes das mesmas. Conclui-se que o associativismo é o meio para se chegar ao fortalecimento do crescimento dos apicultores. Não só por meio de resolver os problemas da pequena produção, mas como forma de construir o ambiente social mais propicio para a difusão e a assimilação de conhecimento. Palavras-chave: associativismo, cooperativismo, perfil econômico, apicultura Abstract: Beekeeping is the art of beekeeping, and provide the man-products like honey, beeswax, royal jelly, propolis, pollen, and also provide pollination services to crops. The objective of this work to diagnose and understand the reality of associations and cooperatives from the creatores of bees (Apis mellifera L.) in the state of Paraíba - Brazil. The study was conducted in 54 associations/cooperatives existing in paraibanos municipalities with structured questionnaires containing questions and semi-structured. To the questionnaires was conducted contact with the presidents of the associations/cooperatives to mark the visit and application of questionnaires to the presidents of the same. We conclude that the association is means to get to the strengthening of growth in beekeepers. Not only by means of solving the problems of small production, but as a way to build more conducive to dissemination and assimilation of knowledge social environment. Keywords: associations, cooperatives, economic profile, beekeeping Introdução A produção agrícola sustentável, de acordo com Gliessman (), é possuidora de base ecológica na qual a produção seja capaz de, perpetuamente, colher biomassa de um sistema, porque sua capacidade de se renovar ou ser renovado não é Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 1 comprometida. Como não é possível demonstrar no presente o que é perpétuo, somente o futuro poderá comprovar verdadeiramente a sustentabilidade. É impossível saber, com certeza, se uma determinada prática é, de fato, sustentável ou se um determinado conjunto de práticas constitui sustentabilidade. A apicultura permite a oferta de diversos produtos e derivados com expressão econômica, sendo o mel o seu principal produto. Os produtos apícolas, especialmente o mel e a própolis, são consumidos em quase todos os países do mundo, com a produção mundial de mel oscilando por volta de 1.. toneladas/ano e alcançando cerca de toneladas no ano de 1 (ICEPA, 2). Segundo Oliveira e Seabra (6), as abelhas existem há mais de 5 milhões de anos, período durante o qual quase não sofreram transformações evolutivas. Contudo, o início da atividade apícola data de 2.4 anos a.c, no Egito. A apicultura complementa e beneficia as demais atividades da propriedade rural além de evitar queimadas e aumentar a produção das culturas comerciais através da polinização. A apicultura é a arte de criar abelhas (Apis mellifera L.), com o objetivo de proporcionar ao homem produtos derivados como o mel, cera, geleia real, própolis, pólen, e, ainda, prestar serviços de polinização às culturas vegetais (Moreira, 1993). Dentre os produtos apícolas, atualmente o Brasil ocupa o 1º lugar na exportação mundial de própolis, com mais de 25 toneladas anuais, e o Japão é seu maior comprador. O país, também, encontra-se entre os países exportadores de cera, juntamente com Chile, Tanzânia, Holanda e Austrália. Os maiores importadores da cera nacional são Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Japão e França. (Silva, 4). Objetivou-se com este trabalho diagnosticar e conhecer a realidade das associações e das cooperativas dos criadores de abelhas (Apis mellifera L.) do Estado da Paraíba. Metodologia O estudo foi realizado em 54 associações/cooperativas número que representa o total das entidades apícolas do Estado da Paraíba com aplicação de questionários contendo perguntas estruturadas e semi estruturadas, segundo metodologia proposta por Lourezon et al. (12). Os questionários/entrevistas foram aplicados junto aos presidentes das associações/cooperativas no período de março a dezembro de 13. Essas entidades desenvolvem suas atividades apícolas em áreas de flora nativas que estão localizadas distantes de campos de cultivos com agrotóxicos. As perguntas realizadas aos representantes das associações/cooperativas foram: Tipo de entidade, número de sócios por associação, fonte de receita da associação, Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 2 valor da mensalidade do associado, Frequência dos associados às assembleias nas reuniões, Frequência de assembleias das associações, possuir unidade de beneficiamento de produtos apícolas, Estado das unidades de beneficiamento, quantidade de entrepostos, possui ou não CNPJ, possui conta corrente, Filiação da associação à federação, Filiação da associação à cooperativa e possui sede própria. Os dados e gráficos foram realizados no programa microsoft Office Excel 7. Resultados e discussões Verifica-se na Figura 1, que diante os dados coletados através da pesquisa foram identificadas em todo o Estado da Paraíba 5 associações que correspondem a 92,7% do total e 4 cooperativas 7,3%, respectivamente. Tipo de Entidade (%) 1 92, ,4 Associação Cooperativa Figura 1. Dados referentes ao tipo de entidade apícola. Observa-se na Figura 2 que 51,9% de apicultores em associação com mais de sócios, 42,5% de apicultores estão em associação com mais de 1 e menos de sócios e 5,6% de apicultores em associação com menos de 1 sócios, no caso dessa última frequência fica claro que tem associação que é composta apenas da diretoria. Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 3 Número de sócios por associação (%) 5,6 Menos de 1 42,5 De 1 à 51,9 Acima de Figura 2. Frequência relativa do número de sócio por associação. Na Figura 3, fica evidente que 85,2% da contribuição, mensalidade ou anuidade é de origem dos associados, e sendo que em muitas das associações uma boa parte dos associados ficam inadimplentes, (depoimento do presidente consequentemente, gerando dificuldade de manutenção das associações) e 14,8% da receita é oriunda de outras fontes, que é em muitos casos vinda de percentual da venda do mel, já esta receita permite uma reserva para garantia de pelo menos dos serviços básicos da associação. Fonte de receitas (%) 5 85, ,8 1 Associados Outros Figura 3. Frequência relativa dos dados referentes à fonte de receita da associação. Observando o valor da mensalidade (Figura 4) vêm de contribuição mensal dos associados, com 42,6% contribuem com R$ 5,, 16,6% contribuem com R$ 2,, 3,7% contribuem com R$ 3,, 5,6% contribuem R$ 4,, 5,6% com valores acima de R$ 5,, e nesse caso pode-se incluir os contribuintes que tem a mensalidade oriunda de um percentual da venda do mel, e ainda que em 25,8% das associações não tem Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 4 contribuição, fato que torna associações insustentáveis, vivendo mendigando apoio do poder público ou até de promoção de eventos e sorteios de rifas. Valor da mensalidade (%) 5 42, ,7 3,7 5,6 5,6 25,9 Figura 4. Frequência relativa dos dados referente ao valor mensalidade do associado. Na Figura 5, observa-se que maior frequência de participação dos associados/cooperados nas reuniões nota-se em apenas 24% das associações/cooperativas de apicultura do Estado da Paraíba, através desses resultados pode-se verificar o desinteresse pelo associativismo e cooperativismo ,3 Menos de 3% Frequência dos Associados nas reuniões (%) 66,7 Mais de 3 % e menos de 8% 24 Mais de 8% Figura 5. Frequência dos associados às assembleias nas reuniões. Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 5 Verifica-se que na Figura 6, que 51,9% das associações/cooperativas fazem assembleia mensalmente, 14,8% bimestral, 5,6% trimestral,,4% raramente e 7,3% apenas quando precisa. Frequência das Assembléias (%) 6 51, ,8 5,6,4 7,3 Mensal Bimestral Trimestral Raramente Apenas quando precisa Figura 6. Frequência de assembleias das associações. Na Figura 7, encontram-se os resultados de unidades de beneficiamento, onde posese observar que 51,9% possuem uma casa de mel e 5,5% possuem duas casas de mel. A maioria adquirida através de projetos com recursos não reembolsável, aprovados em instituições públicas tais como: Governo do Estado/COPERAR, Fundação Banco do Brasil, INCRA, PETROBRAS. Possui unidades de beneficiamento (%) ,9 5,5 42,6 Uma Duas Não possui unidades Figura 7. Frequência relativa dos dados referente à possuir de unidade de beneficiamento de mel. Verifica-se na figura 8, os dados encontrados sobre o estado das unidades de beneficiamento de mel, sendo que apenas 11,1% estão em excelente estado, 38,9% em boas condições, 9,3% estão razoável, ruins e paradas representam juntas 7,4%, e Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 6 33,3% ainda não tem unidade de extração de mel e em muitas delas foi registrado casas de mel totalmente fora de condições de uso para extração do mel Estado das unidades de beneficiamento (%) 11,1 38,9 9,3 3,7 3,7 33,3 Figura 8. Estado das unidades de beneficiamento de mel. Na Figura 9, apresenta os resultados de possuir entreposto, onde 16,7% dos associados/cooperados responderam, estão ligadas aos entrepostos, este percentual é baixo, mas vale salientar que os entrepostos estão bem distribuídos dentro das mesorregiões do Estado da Paraíba. Ainda na Figura 9, observa-se que 83,3 % das associações não possuem Entrepostos. Possui Entreposto (%) ,7 83,3 Figura 9. Frequência relativa dos dados referente da quantidade de entrepostos de mel. Observa-se na Figura 1 que 96,3 % das associações/cooperativas são registradas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ, desta forma as entidades apícolas do Estado da Paraíba são cadastradas no CNPJ. Esses resultados evidenciam que associações/cooperativas estão regularizadas para concorrerem aos editais publicados pelas instituições públicas para financiamento de instalações, material e equipamento Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 7 para beneficiamento da cadeia produtiva. Apenas 3,7% das entidades apícolas na Paraíba não tem cadastro no CNPJ, isso leva a crer que essas entidades são recémcriadas. Possui CNPJ (%) 1 96, ,7 Figura 1. Frequência dos dados das entidades apícolas da Paraíba que possuem ou não o CNPJ. Através dos dados encontrados durante a pesquisa observa-se na Figura 11, que 64,8% das associações/cooperativas na Paraíba possui conta corrente em instituição bancária, mais através dos relatos dos associados, grande parte das associações estão com as contas são praticamente inativas, pois os valores das receitas das associações são originadas das contribuições feitas pelos apicultores. Ainda pode-se verificar que 35,2% das associações/cooperativas na Paraíba não possuem contas correntes. Possui conta corrente (%) ,8 35,2 Figura 11. Frequência relativa dos dados referente das entidades apícolas da Paraíba em possuir ou não à conta corrente. A Figura 12 apresenta os resultados referentes à filiação da associação a federação onde 18,5% das associações são filiadas a Federação Paraibana de Apicultores e Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 8 Meliponicultores (FEPAM). Ainda pode-se verificar que 81,5% das associações/cooperativas não são filiadas, esses resultados evidenciam o baixo nível de organização da maioria dos apicultores paraibanos para enfrentar os problemas de mercado e de políticas públicas relacionadas à atividade apícola. Filiada a Federação Apícola (%) 1 81, ,5 Figura 12. Filiação da associação à federação Paraibana de Apicultores e Meliponicultores. Observa-se na Figura 13 que 7,4% das associações não são filiadas a cooperativas esse resultado pode evidenciar alguns problemas, segundo o código Civil Brasileiro, a cooperativa é a instâncias da cadeia produtiva, que pode comercializar os produtos da atividade, enquanto que para a associação não lhe é permitido. Filiada à Cooperativa (%) 8 7, ,6 Figura 13. Filiação da associação à cooperativa. Na Figura 14, percebe-se que 75,9% das associações não possui sede, de acordo com os entrevistados as reuniões são realizadas em áreas livres, sala de escolas da Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 9 comunidade e até nas câmeras de vereadores. Ainda verifica-se na Figura 14, que só 24,1% dos entrevistados possuem sede própria. 8 6 Possui Sede Própria (%) 75,9 4 24,1 Figura 14. Frequência relativa dos dados das associações referente a possuírem ou não sede própria. Conclusões Conclui-se que o associativismo/cooperativismo é um meio para se chegar ao fortalecimento do crescimento dos apicultores, visando o aumento da quantidade e qualidades dos produtos apícolas, consequentemente gerando emprego, renda e melhoria da qualidade de vida dos criadores de abelha. Não só por meio de resolver os problemas da pequena produção em escala, mas como forma de construir o ambiente social mais propicio para a difusão e a assimilação dos conhecimentos apícolas na Paraíba. Agradecimentos Ao Banco do Nordeste do Brasil-BNB, a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA), aos associados/cooperados das Associações e Cooperativas Apícolas do Estado da Paraíba e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (EMATER). Referências bibliográficas GLIESSMAN, S. R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS,, 653p. ICEPA. Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina de 1-2. Florianópolis: Ed. ICEPA/SEDRA, 2, 4p. LORENZON, M C. A.; TASSINARI, W. DE S.; KOSHIYAMA, A. S.; ALMEIDA, C. T. Indicadores & Desafios da Apicultura Fluminense: um retrato Brasileiro. Vila Velha- ES. Above Publicações, 12. Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 1 JOLLIVET, M Agricultura e meio ambiente: reflexões sociológicas. In: Estudos Econômicos: São Paulo, USP. Vol. 24º, nº especial, p MOREIRA, A. S. Apicultura. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, p. (Documento Técnico, 2). OLIVEIRA, F. A. M. A.; SEABRA, M. A. M. Apicultura em Imbassaí: viabilidade econômica. Mata de São João, 6. Disponível em: http://www.institutoimbassai.org.br/arquivos/projetos/apiculturarelatorio.pdf . Acesso 14 de set. de 14. SILVA, N. R. Aspectos do perfil e do conhecimento de apicultores sobre manejo e sanidade da abelha africanizada em regiões de apicultura. Dissertação de Mestrado. Florianópolis, SC, agosto de 14. Cadernos de Agroecologia ISSN Vol 9, No. 4, Nov 14 11