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eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning MÓDULO I A FORMAÇÃO EM AMBIENTE DE ELEARNING 1 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning ÍNDICE 1. OBJECTIVOS 3 2. INTRODUÇÃO 4 3. O QUE É O ELEARNING? 5 3.1. Ensino a distância e eLearning 5 3.2. Conceito de eLearning 6 3.3. Componentes estratégicos do eLearning 8 3.4. Vantagens do eLearning 11 3.5. Obstáculos ao eLearning 13 4. ARQUITECTURA DE UM PROJECTO DE ELEARNING 14 5. SÍNTESE CONCLUSIVA 17 6. BIBLIOGRAFIA 18 2 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning 1. OBJECTIVOS Pretende-se que no final deste módulo os participantes sejam capazes de:  Definir eLearning;  Distinguir o eLearning de outras modalidades de formação a distância;  Identificar os principais componentes de um sistema de eLearning;  Identificar as principais vantagens e obstáculos ao eLearning;  Enumerar as principais etapas de concepção de um projecto de eLearning. 3 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning 2. INTRODUÇÃO As exigências impostas pelo fenómeno levam as apostar da globalização organizações cada vez mais a na qualificação dos seus recursos humanos, enquanto factor primordial de competitividade. Neste contexto, a criação de alternativas contínua, de formação que permitam responder à necessidade de aprender a um ritmo cada vez mais acelerado, origina novos dispositivos de formação e obriga a repensar alguns conceitos tradicionais. Por outro lado, o actual crescimento do número de utilizadores da Internet comprova a mudança significativa nas mentalidades, que tem vindo a acontecer nos últimos anos, mudança esta que se reflecte, necessariamente, na utilização das novas tecnologias ao serviço da formação. Esta nova abordagem à formação abre múltiplas possibilidades, não só pelo recurso a meios mais apelativos para a transmissão de conteúdos, mas também pelo seu impacto no desenvolvimento da autonomia pessoal e da criatividade do formando. Neste módulo, pretende-se enquadrar o eLearning no contexto das várias modalidades de formação a distância, explorar os principais conceitos e componentes envolvidos e, finalmente, apresentar uma primeira abordagem à arquitectura de um projecto de eLearning. 4 eFormador: Os Novos Desafios 3. Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning O QUE É O ELEARNING? 3.1.Ensino a distância e eLearning Antes de abordarmos especificamente a formação baseada em tecnologias de eLearning, é importante contextualizarmos brevemente o aparecimento do ensino a distância. Veja um pequeno excerto do filme “O Novo Adamastor” que aborda as novas oportunidades que advêm do eLearning. A transmissão de conhecimentos a distância não é de forma alguma uma ideia nova, existindo referências segundo as quais a sua origem data de meados do século XVIII. No entanto, estas primeiras formas de acesso a conteúdos remotos eram basicamente unidireccionais, funcionando no sentido da fonte dos conteúdos para o formando. Já no século XX, os cursos por correspondência começaram a tornar-se mais divulgados e na segunda metade do século começaram a utilizar-se as novas tecnologias como suporte à formação a distância, o que conferiu uma maior interactividade ao processo de assimilação de conhecimentos. 5 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning Contudo, é conveniente distinguir o conceito global de formação a distância, utilizado para descrever situações em que a aprendizagem não requer a presença do formando e do formador no mesmo espaço físico e ao mesmo tempo, do conceito mais específico de eLearning que implica o recurso a tecnologias de informação e comunicação, como veremos mais à frente. 3.2. Conceito de eLearning O eLearning, também conhecido por outras designações (formação virtual, ensino online, teleformação, ensino a distância, etc.) pode ser entendido como: Um processo que permite a transformação da informação em conhecimento, utilizando como recurso as tecnologias de informação e comunicação, quer ao nível da pesquisa e disponibilização da informação, quer ao nível da interacção entre os diversos intervenientes. De uma forma geral, podemos afirmar que a diferença entre a formação tradicional e a formação em eLearning assenta essencialmente nos suportes físicos de apoio ao formando e, consequentemente, na forma como se transmitem os conteúdos para facilitar a sua apreensão e assimilação. Na formação convencional, o formador assume o papel de elemento dinamizador do estudo dos conteúdos e respectiva transferência, utilizando a sala de formação como espaço físico e recorrendo aos tradicionais suportes (quadro, caneta, projector, etc.). No eLearning, independentemente da existência de tutores dinamizadores da formação, é a plataforma online o interface físico entre o formando e a entidade formadora. 6 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning Para além disso, aqui o sujeito é o elemento central do processo de aprendizagem, e é a partir do seu próprio ritmo e das suas necessidades de aprendizagem que se constrói o percurso de auto-formação. Nesta perspectiva, o formador/tutor assume-se como um parceiro e elemento catalisador do desenvolvimento da aprendizagem. Concebido desta forma, o eLearning é muito mais do que um processo de aprendizagem sustentado nas novas tecnologias e em que formador e formando se encontram em locais geograficamente distantes. Ao tirar o máximo partido da Internet e do serviço World Wide Web, o eLearning vem acrescentar elementos de inovação e um potencial acrescido que é importante destacar e que se relaciona sobretudo com: Diversidade de ferramentas e de serviços de comunicação entre todos os intervenientes no processo de ensino-aprendizagem; Acesso à informação onde e quando quisermos (“just in time”); Conteúdo dinâmico, facilmente publicável e de rápida actualização. 7 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning 3.3. Componentes Estratégicos do eLearning Apesar da diversidade de modelos de eLearning utilizados por instituições e organizações, verifica-se a existência de algumas linhas de orientação pedagógicas comuns, que podem ser sintetizadas em cinco componentes estratégicos, de acordo com o modelo que a seguir se apresenta: Figura 1 – Componentes Estratégicos dos modelos de eLearning1. Materiais Formador/Tutor Scripto Conhecedor Áudio Vídeo Informático Pedagogo COMPONENTES ESTRATÉGICOS DE ELEARNING Criativo Facilitador Multimédia Sistemas de Interacção Informativo Tecnologia Avaliação Voz/Dados Formandos Síncrono/Assíncrono Email Formação Aconselhamento Web Sistemas Auto-ajuda 1 Vídeo/Áudio Fonte: Santos, A. (2000), Ensino a distância & Tecnologias de Informação, FCA, Lisboa 8 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning  Os materiais e conteúdos, que constituem o suporte para os períodos de auto-formação, podendo ser concebidos e apresentados em diversos formatos.  O papel do formador ou tutor deve ser substancialmente diferente num modelo de eLearning. Para além do domínio ao nível científico e tecnológico, o tutor deve garantir o acompanhamento pedagógico do processo de aprendizagem, preocupando-se com a criação das estratégias mais eficazes para estimular a motivação dos participantes.  Os sistemas de interacção consistem nos dispositivos que permitem informar o formando de eventuais actualizações ou trabalhos intermédios, aconselhá-lo quanto à melhor estratégia de autoformação a seguir ou prestar auxílio nas questões de natureza técnica e pedagógica.  As novas tecnologias são, obviamente, um meio indispensável à implementação de uma formação em eLearning. As aplicações e serviços disponíveis permitem apresentar a informação de forma mais transmissão convidativa, de tornando conteúdos a mais interessante e eficaz.  Finalmente, a avaliação deve estar presente nos vários momentos do curso de formação. Referimo-nos não só à aferição dos conhecimentos e aptidões desenvolvidos pelos formandos, mas também à avaliação da acção na sua globalidade e, ainda, do sistema de formação em si. 9 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning A aplicação de cada um destes componentes varia necessariamente de acordo com factores inerentes a cada instituição e com as potencialidades e exequibilidade de cada um deles para cada caso em concreto. 10 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning 3.4. Vantagens do eLearning O eLearning apresenta potencialidades que devem ser eficazmente exploradas, não só do ponto de vista da entidade que promove a formação mas também do ponto de vista do participante no curso e da empresa a que pertence. Para os Formandos e Empresa:  Ao incentivar a auto-aprendizagem, confere uma maior autonomia ao formando, o que estimula o seu desenvolvimento pessoal;  Possibilita uma melhor gestão do tempo e até uma aprendizagem mais rápida, uma vez que o formando pode avançar no conteúdo de acordo com o seu próprio ritmo de aprendizagem; 11 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning  Resulta numa redução de tempo e custos dispendidos com as deslocações, bem como num aumento de produtividade relacionado com a menor necessidade de ausência do local de trabalho;  Podem ser criadas comunidades virtuais em que interagem pessoas com o mesmo interesse, mas com diferentes visões e localizadas em regiões ou países distintos. Para a Entidade Formadora:  Depois de implementado o curso, a transmissão de conhecimentos através de eLearning permite reduzir alguns custos e inconvenientes relacionados com as deslocações, instalações e questões associadas à logística de formação;  Permite a utilização de uma panóplia mais vasta de material e de várias ferramentas interactivas de comunicação, resultando num produto final de elevada qualidade;  Possibilita a formação de um grande número de pessoas ao mesmo tempo;  Facilita a actualização e a personalização dos cursos. 12 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning 3.5. Obstáculos ao eLearning De forma a optimizar a eficácia da formação a distância, é também importante ter em conta as eventuais barreiras que podem ser encontradas no decurso da concepção e implementação de um curso deste género. De seguida destacamos algumas que consideramos mais importantes.  Numa fase inicial, o custo de implementação da estrutura de um curso em eLearning é significativamente maior, comparativamente com a formação tradicional, sobretudo no que diz respeito à criação dos suportes em formato multimédia;  Do ponto de vista pedagógico, e uma vez que assentam em períodos de autoestudo, este tipo de cursos poderão originar dificuldades de auto-motivação, ao mesmo tempo que exigem maior disciplina e organização por parte dos participantes;  Ao nível técnico, pelo facto de não se conhecer o software instalado nos computadores dos utilizadores, poderão gerar-se problemas relacionados com o acesso a alguns conteúdos ou com a velocidade de transmissão de imagens e vídeos;  Pode apresentar limitações ao nível do desenvolvimento da socialização do formando, devido ao empobrecimento da troca directa de experiências, pelo que há que criar comunidades virtuais;  Ao desconhecimento e consequente desconfiança quanto à utilização deste tipo de estratégia formativa, acresce uma certa acomodação, de ainda parte significativa da população, em relação aos métodos tradicionais de aprendizagem, o que aumenta a importância da criação de estratégias de motivação diversificadas e eficazes. 13 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning 4. ARQUITECTURA DE UM PROJECTO DE ELEARNING A concepção de um curso em eLearning pode ter dois tipos de origens distintas: pode dar-se o caso de o curso que se pretende já existir, mas ser necessário convertê-lo para uma versão online, ou pode acontecer que se pretenda criar um curso de raiz. Figura 2. Arquitectura de um projecto de eLearning. 14 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning Em qualquer dos casos, existem algumas etapas que consideramos fundamentais à criação de um curso de formação em eLearning, tendo sempre em mente que não existe uma solução única ou universal. O esquema que a seguir se apresenta pretende situar cada uma destas etapas e constitui uma proposta de arquitectura de um projecto de eLearning. De uma forma geral, estas etapas podem ser enquadradas em três sistemas, sendo que a forma como cada um destes é definido e estruturado constitui um factor decisivo para a eficácia da formação. São eles: Sistema de Planeamento e Concepção: A criação de um curso em eLearning exige, antes de mais, a identificação de todos os profissionais que integrarão o projecto nas suas diferentes fases, a definição da população a que se destina o curso e sua caracterização, a selecção da plataforma tecnológica a utilizar e, ainda, a formulação dos principais objectivos (pedagógicos e de formação). Depois de estarem definidas as condições iniciais da formação, torna-se possível estruturar a metodologia para o seu desenvolvimento, criar os conteúdos e recursos pedagógicos e elaborar o guião que irá orientar o trabalho da equipa de desenvolvimento. 15 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning Sistema de Implementação e Acompanhamento: A concretização do projecto implica, por um lado, que se assegurem as condições materiais e humanas necessárias à execução da formação e, por outro, que se definam estratégias de acompanhamento e tutoria que permitam aos formandos beneficiar de apoio técnico e pedagógico, ao longo de todo o percurso formativo. Sistema de Avaliação: Por fim, o Sistema de Avaliação, nas suas vertentes diagnóstica, formativa e somativa, é fundamental não só para averiguar o cumprimento dos objectivos estabelecidos, mas também como um elemento primordial de validação do próprio processo formativo. Cada uma das fases aqui apresentadas será abordada em maior detalhe nos módulos seguintes. 16 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning 5. SÍNTESE CONCLUSIVA Com este módulo, pretendemos, em primeiro lugar, introduzir o conceito de eLearning e chamar a atenção para o potencial acrescido que advém da utilização das novas tecnologias de informação e comunicação na formação profissional, não esquecendo os desafios que devem ser tidos em consideração aquando da implementação de uma estratégia formativa deste género. Numa segunda fase, apresentámos uma proposta de arquitectura de um projecto de eLearning, tendo em mente que não existem receitas adequadas para todas as situações. Na verdade, cabe-lhe a si a tarefa de ponderar e ajuizar acerca da adequação dos diversos procedimentos, em função do tipo de curso a implementar, do objectivo final da formação e dos recursos humanos e materiais disponíveis. 17 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning 6. BIBLIOGRAFIA (1) Duggleby, J (2002), Como ser um tutor online, Monitor, Lisboa (2) Ferra, A. (1982), Pedagogia centrada na pessoa, Ed. Ulmeiro, Lisboa (3) Instituto para a Inovação na Formação (2003), Guia para a Concepção de Conteúdos de eLearning, Lisboa (4) Lesne, M. (1977), Trabalho Pedagógico e Formação de Adultos, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (5) Mão de Ferro, A . (1999), Na Rota da Pedagogia, Ed. Colibri, Lisboa (6) Santos, A. (2000), Ensino a distância & Tecnologias de Informação, FCA, Lisboa (7) Sprinthall, N. & Sprinthall, R. (1990), Psicologia Educacional, MacgrawHill, Lisboa 18 eFormador: Os Novos Desafios Mód. I: A Formação em Ambiente de eLearning FICHA TÉCNICA TÍTULO A Formação em Ambiente de eLearning AUTORIA, COORDENAÇÃO GERAL E PEDAGÓGICA E CONCEPÇÃO GRÁFICA Nova Etapa – Consultores em Gestão e Recursos Humanos, Lda. ANO DE EDIÇÃO 2010 19