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Mãe Menininha Do

Mãe Menininha do Gantois Setembro 4, 2011 por Fernando D'Osogiyan Èbgbé, dando continuidade as homenagens as grandes Iyalorixás do Brasil, Mãe Menininha do Gantois eternizou-se em Mãe Oxun. Nasceu em 10 de fevereiro de 1894, dia de Santa Escolástica, na Rua da Assembléia, entre a Rua do Tira Chapéu e a Rua da Ajuda, no Centro Histórico de Salvador, Mãe Menininha teve como pais Joaquim e Maria da Glória. Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasilei

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  Mãe Menininha do Gantois Setembro 4, 2011 por Fernando D'Osogiyan Èbgbé, dando continuidade as homenagens as grandes Iyalorixás do Brasil, Mãe Menininha do Gantois eternizou-seem Mãe Oxun.Nasceu em 10 de fevereiro de 1894, dia de Santa Escolástica, na Rua da Assembléia, entre a Rua do Tira Chapéu ea Rua da Ajuda, no Centro Histórico de Salvador, Mãe Menininha teve como pais Joaquim e Maria da Glória.Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras. Sucessora de suamãe, Maria da Glória Nazareth, foi sucedida por sua filha, Mãe Cleusa Millet que foi sucedida pela atual IyalorixáMãe Carmem D’Osogiyan.Descendente de escravos africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá do terreiro Ilê Iyá Omi AxéIyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram srcinários deAgbeokuta, sudoeste da Nigéria.O terreiro, que inicialmente funcionava na Barroquinha, na zona central de Salvador, foi posteriormente, foitransferido para o bairro da Federação, instalando-se em terreno arrendado aos Gantois – família de traficantes deescravos e proprietários de terras de srcem belga – pelo cônjuge de Maria Júlia, o negro alforriado FranciscoNazareth de Eta.[1] Situado num lugar alto e cercado por um bosque, o local de difícil acesso era bem convenientenuma época em que o candomblé era perseguido pelas forças da ordem. Geralmente, os rituais terminavamsubitamente com a chegada da polícia.[2]  Maria Escolástica foi apelidada Menininha, talvez por seu aspecto franzino. “Não sei quem pôs em mim o nome deMenininha… Minha infância não tem muito o que contar… Agora, dançava o candomblé com todos desde os seisanos”.Foi iniciada no culto dos orixás de Keto aos 8 anos de idade por sua tia-avó e madrinha de batismo, Pulchéria Mariada Conceição (Mãe Pulchéria), chamada Kekerê – em referência à sua posição hierárquica, Iyá kekerê (Mãepequena). Menininha seria sua sucessora na função de Iyalorixá do Gantois. Com a morte repentina de MãePulchéria, em 1918, o processo de sucessão foi acelerado. Por um curto período, enquanto a jovem se preparavapara assumir o cargo, sua mãe biológica, Maria da Glória Nazareth, permaneceu à frente do Gantois. “Minha avó, minha tia e os chefes da casa diziam que eu tinha que servir. Eu não podia dizer que não, mas tinhaum medo horroroso da missão (…): passar a vida inteira inteira ouvindo relatos de aflições e ter que ficar calada,guardar tudo para mim, procurar a meditação dos encantados para acabar com o sofrimento.” [3]Em 1922, através do jogo de búzios, os orixás Oxóssi, Xangô, Oxum e Obaluaiyê confirmaram a escolha deMenininha, então com 28 anos. Em 18 de fevereiro daquele ano, ela assume definitivamente o terreiro. “Quando osorixás me escolheram eu não recusei, mas balancei muito para aceitar”, contava.A partir da década de 1930, a perseguição ao candomblé vai arrefecendo, mas uma Lei de Jogos e Costumes,condicionava a realização de rituais à autorização policial, além de limitar o horário de término dos cultos às 22horas. Mãe Menininha foi uma das principais articuladoras do término das restrições e proibições. “Isso é umatradição ancestral, doutor”, ponderava a ialorixá diante do chefe da Delegacia de Jogos e Costumes. “Venha daruma olhadinha o senhor também.” Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos – uma abertura que, em muitos terreiros, aindaé vista com certo estranhamento. Mas afinal, a Lei de Jogos e Costumes foi extinta em meados dos anos 1970. “Como um bispo progressista na Igreja Católica, Menininha modernizou o candomblé sem permitir que ele setransformasse num espetáculo para turistas”, analisa o professor Cid Teixeira, da Universidade Federal da Bahia.Nunca deixou de assistir à missa e até convenceu os bispos da Bahia a permitir a entrada nas igrejas de mulheres,inclusive ela, vestidas com as roupas tradicionais do candomblé.[4]Aos 29 anos, Menininha casou-se com o advogado Álvaro MacDowell de Oliveira, descendente de escoceses. Comele teve duas filhas, Cleusa e Carmem. “Meu marido, quando me conheceu, sabia que eu era do candomblé… Agente viveu em paz porque ele passou a gostar de Candomblé. Mas, quando fui feita Iyalorixá, passamos a morarseparados. No meu terreiro, eu e minhas filhas. Marido não. Elas nasceram aqui mesmo”. [5]  Em uma entrevista à revista IstoÉ, mãe Carmem conta que ela adorava assistir telenovelas, sendo que uma desuas preferidas teria sido Selva de Pedra.[6] Era colecionadora de peças de porcelana, louça e de cristais, queguardava muito zelo. Não bebia Coca-Cola, pois certa vez lhe disseram que a bebida servia para desentupir osralos de pias, e ela temia que a ingestão da bebida fizesse efeito análogo em si.[6]Mãe Menininha do Gantois faleceu de causas naturais, aos 92 anos de idade.[editar] HomenagensMãe Menininha, aos 8 anos de idade.O terreiro está localizado na rua Mãe Menininha do Gantois (antiga rua da BoaVista, renomeada em 1986),[3] no Alto do Gantois, bairro da Federação, em Salvador. Após a sua morte, seusfilhos deixaram seu quarto intacto, com seus objetos de uso pessoal e ritualísticos. O aposento foi transformado noMemorial Mãe Menininha e é uma das grandes atrações do Gantois.— Ederaldo Gentil e Anísio Félix. “In-Lê-In-Lá”, 1976In-Lê-In-Lá Lá Lá Ê, In-Lê-In-lá, OiláIn-Lê-In-Lá Lá Lá Ê, In-Lê-In-láOs candomblés estão batendo, foguetes explodem no arEm louvor a Menininha, senhora, mãe e rainha do GantoisPelo seu aniversário de cinquentenário de Ialorixá (3x)Ôôô, ÔôÔôôÔô, salve mamãe Oxum, salve meu pai Xangô (2x)Cinquentenário de batalhas, cinquentenário de féDesde quando recebeu os poderes de Maria dos Prazeres NazaréSua vidência se alastrou, iaô iaô iaô ô (2x)Sacerdotisa de uma raça, rainha de uma nação,na luta na defesa dos descrentes, ela sempre estendeu suas mãosHoje os candomblés estão batendo a seu nome venerarIa-mi-mojubá, salve o seu axé, seu candomblé do Alto do Gantois (2x)———A beleza do mundo, heinTá no GantoisE a mãe da doçura, heinTá no Gantois…— Dorival Caymmi. “Oração de Mãe Menininha”, 1972.Site: Mãe Menininha  O Ilê Iyá Omi Axé YamassêTERREIRO DO GANTOIS O terreiro do Gantois nasceu a após a morte da mãe de santo, Iyá Marcelina que comandava o terreiro daCasa Branca. Com a morte da ialorixá suas duas filhas Maria Júlia da Conceição e Maria Julia Figueiredodisputaram a chefia do candomblé. A liderança da casa coube à Maria Julia Figueiredo, já que esta era asubstituta legal. Com esta decisão, Maria Julia da Conceição afasta-se do terreiro com alguns dissidentes efunda o Terreiro do Gantois. A ORGANIZAÇÃO-TERREIRO