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Metas Curriculares 9

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As Metas Curricular Curriculares es de Físico-Química: o que muda? Reflexões acerca dos novos desafios no ensino de Físico-Química 9.º ano de escolaridade Explora Duarte Nuno Januário Eliana do Carmo Correia Carlos Brás Oo 2 Introdução A Revisão da Estrutura Curricular, aprovada em março de 2012 pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC, 2012), remeteu para a aprovação de “objetivos claros, rigorosos, mensuráveis e avaliáveis, através da elaboração de novas metas curriculares”. Esta veio a concretizar-se, na Física e Química em particular, através da homologação das Metas Curriculares, em abril de 2013 (MEC, 2013). Pretende-se com estas alterações apostar no desenvolvimento do conhecimento científico do ensino das ciências experimentais (MEC, 2012), fundamental no Ensino Básico. O modelo de desdobramento das aulas de ciências experimentais consegue-se com a alternância entre as disciplinas de Ciências Naturais e de Físico-Química (MEC, 2012). As escolas podem adotar, por exemplo, um modelo de desdobramento semanal com segmentos de 45 minutos, distribuídos uniformemente pelas disciplinas de Ciências Naturais e de Físico-Química. 1.ª semana 2.ª semana 1.º tempo letivo 2.º tempo letivo 1.º tempo letivo 2.º tempo letivo Turno 1 FQ CN FQ CN Turno 2 CN FQ CN FQ 1 Modelo de desdobramento semanal. Existe também a possibilidade de o desdobramento se efetuar quinzenalmente com blocos de 90 minutos, alternando semanalmente a docência das disciplinas de Ciências Naturais e de Físico-química. 1.ª semana 2.ª semana 1.º tempo letivo 2.º tempo letivo 1.º tempo letivo 2.º tempo letivo Turno 1 FQ FQ CN CN Turno 2 CN CN FQ FQ 2 Modelo de desdobramento quinzenal. O processo de ensino-aprendizagem da Físico-Química assume principal relevância no 9.º ano de escolaridade, uma vez que se trata do fim do Ensino Básico. Na disciplina de Físico-Química, importa referir que a implementação das Metas Curriculares ao nível do 9.º ano de escolaridade implica algumas novidades como, por exemplo, a abordagem de alguns conteúdos que habitualmente eram lecionados no início do 3.º Ciclo do Ensino Básico e que agora, transitam para o fim deste ciclo como, por exemplo, os conceitos de energia cinética e energia potencial. As Metas Curriculares de Físico-Química: o que muda? Explora Duarte Nuno Januário Eliana do Carmo Correia Carlos Brás Oo 3 1. Calendarização As Metas Curriculares são o referencial para o ensino da Físico-Química. Para o 9.º ano de escolaridade, as Metas Curriculares tornam-se obrigatórias a partir do ano letivo 2015-16. 2013-14 2014-15 R  e   c  o   7    .  ,  º    m  e   n   8    . º    d    e   a  ç  õ   e   9    . º    s   a  n   o  s   2016-17 2015-16 O  b   O  b   r  i    9    . º     g   a  t    ó   e   o   1    r  i    r  i    7    . º     g   a  t    ó  r   e   i    o   8    . º    a  n   o  s   0    . º    a  n   o  s   2017-18 O  b   r   g   i    1    a   1    ó  r   . º    t    i    a   o   O  b   r   g   i    1    a   2    ó   . º    t    o   a   r  i    n  o   n  o   3 Entrada em vigor das Metas Curriculares. 2. As Metas Curriculares no 9.º ano de Físico-Química As Metas Curriculares da disciplina de Físico-Química do Ensino Básico encontram-se organizadas por domínios e subdomínios. O esquema seguinte traduz essa organização para o 9.º ano de escolaridade. Subdomínio Movimentos na Terra Domínio Forças e movimentos Movimentos e forças Forças, movimentos e energia Forças e fluidos 9.º ano Eletricidade Corrente elétrica e circuitos elétricos Efeitos da corrente elétrica e energia elétrica Estrutura atómica Classificação dos materiais Propriedades dos materiais e Tabela Periódica Ligação química As Metas Curriculares de Físico-Química: o que muda? Explora Duarte Nuno Januário Eliana do Carmo Correia Carlos Brás Oo 4 2.1. Objetivos gerais, por subdomínio Os domínios e subdomínios indicados anteriormente estão associados a objetivos gerais pormenorizados por descritores. Relativamente à Físico-Química do 9.º ano de escolaridade, a cada subdomínio está associado um objetivo geral e a este estão associados vários descritores, alguns deles de carácter experimental obrigatório. Na tabela seguinte resumem-se os objetivos gerais para cada subdomínio. Subdomínio Objetivos gerais Subdomínio Movimentos na Terra • Compreender movimentos no dia a dia, descrevendo-os por meio de grandezas físicas. Efeitos da corrente elétrica e energia elétrica Forças e movimentos • Compreender a ação das forças, prever os seus efeitos usando as leis da dinâmica de Newton e aplicar essas leis na interpretação de movimentos e na segurança rodoviária. Forças, movimentos e energia Forças e fluidos Corrente elétrica e circuitos elétricos • Compreender que existem dois tipos fundamentais de energia, podendo um transformar-se no outro, e que a energia se pode transferir entre sistemas por ação de forças. Estrutura atómica Propriedades dos materiais e Tabela Periódica • Compreender situações de flutuação ou afundamento de corpos em fluidos. Ligação química • Compreender fenómenos elétricos do dia a dia, descrevendo-os por meio de grandezas físicas, e aplicar esse conhecimento na montagem de circuitos elétricos simples (de corrente contínua), medindo essas grandezas. As Metas Curriculares de Físico-Química: o que muda? Explora Objetivos gerais • Conhecer e compreender os efeitos da corrente elétrica, relacionando-a com a energia, e aplicar esse conhecimento. • Reconhecer que o modelo atómico é uma representação dos átomos e compreender a sua relevância na descrição de moléculas e iões. • Compreender a organização da Tabela Periódica e a sua relação com a estrutura atómica e usar informação sobre alguns elementos para explicar certas propriedades físicas e químicas das respetivas substâncias elementares. • Compreender que a diversidade das substâncias resulta da combinação de átomos dos elementos químicos através de diferentes modelos de ligação: covalente, iónica e metálica. Duarte Nuno Januário Eliana do Carmo Correia Carlos Brás Oo 5 2.2. Descritores obrigatórios de carácter experimental Assinalam-se de seguida todos os descritores eminentemente práticos, ainda que não sejam evidentemente de carácter experimental. Movimentos e forças Electricidade Classificação dos materiais • Medir posições e tempos em movimentos reais, de trajetória retilínea sem inversão do sentido, e interpretar gráficos posição-tempo assim obtidos. • Determinar valores da aceleração média, para movimentos retilíneos no sentido positivo, a partir de valores de velocidade e intervalos de tempo, ou de gráficos velocidade-tempo, e resolver problemas que usem esta grandeza. • Representar uma força por um vetor, caracterizá-la pela direção, sentido e intensidade, indicar a unidade SI e medi-la com um dinamómetro. • Definir resultante das forças e determinar a sua intensidade em sistemas de forças com a mesma direção (sentidos iguais ou opostos) ou com direções perpendiculares. • Verificar a Lei de Arquimedes numa atividade laboratorial e aplicar essa lei em situações do dia a dia. • Identificar componentes elétricos, num circuito ou num esquema, pelos respetivos símbolos e esquematizar e montar um circuito elétrico simples. • Identificar o voltímetro como o aparelho que mede tensões, instalá-lo num circuito escolhendo escalas adequadas, e medir tensões. • Identificar o amperímetro como o aparelho que mede a corrente elétrica, instalá-lo num circuito escolhendo escalas adequadas e medir correntes elétricas. • Representar e construir circuitos com associações de lâmpadas em série e paralelo, indicando como varia a tensão e a corrente elétrica. • Ligar pilhas em série e indicar a finalidade dessa associação. • Medir a resistência de um condutor diretamente com um ohmímetro ou indiretamente com um voltímetro e um amperímetro. • Descrever os efeitos térmico (efeito Joule), químico e magnético da corrente elétrica e dar exemplos de situações em que eles se verifiquem. • Distinguir, através de algumas propriedades físicas (condutividade elétrica, condutibilidade térmica, pontos de fusão e pontos de ebulição) e químicas (reações dos metais e dos não metais com o oxigénio e reações dos óxidos formados com a água), duas categorias de substâncias elementares: metais e não metais. As Metas Curriculares de Físico-Química: o que muda? Explora Duarte Nuno Januário Eliana do Carmo Correia Carlos Brás Oo 6 3. Algumas diferenças significativas As Metas Curriculares, em comparação com as Metas de Aprendizagem, desaconselham a abordagem de algumas temáticas, sugerindo a introdução de outras. Não se considera essencial… • Abordagem do deslocamento e da velocidade média. • Abordagem da corrente alternada. • Estudo de circuitos eletrónicos e distinção entre circuitos eletrónicos e elétricos. 9.º ano • Estudo de compostos orgânicos (álcoois, cetonas, ácidos carboxílicos, etc.), à exceção dos hidrocarbonetos. Sugere-se... • Compreensão da existência dos dois tipos fundamentais de energia (cinética e potencial). • Análise da transformação da energia potencial gravítica em energia cinética e vice-versa. • Análise das transferências de energia entre sistemas por ação de forças. 4. Notas finais A implementação das Metas Curriculares ao nível do 9.º ano de escolaridade não comporta, na prática, a lecionação de novos conteúdos. No entanto, importa referir que alguns conteúdos que anteriormente eram abordados durante o 7.º ano de escolaridade transitam agora para o 9.º ano de escolaridade. A título de exemplo, referem-se os seguintes: • Energia cinética e energia potencial. • Transformação da energia potencial gravítica em energia cinética e vice-versa. • Análise das transferências de energia entre sistemas por ação de forças. As Metas Curriculares clarificam muito do que deve ser o trabalho do professor de Físico-Química de 9.º ano de escolaridade. Também revelam sensatez ao ir ao encontro de alguns dos anseios e das práticas consolidadas pelos professores, nomeadamente no que toca à eletrónica. Em jeito de conclusão desta série de documentos acerca das Metas Curriculares, os autores do projeto Explora esperam ter contribuído para melhorar o entendimento acerca destes importantes documentos, apoiando, assim, os professores no desenvolvimento de processos de ensino-aprendizagem mais enriquecedores. As Metas Curriculares de Físico-Química: o que muda? Explora Duarte Nuno Januário Eliana do Carmo Correia Carlos Brás Oo 7 Referências MEC – Ministério da Educação e Ciência (2012). Revisão da Estrutura Curricular. Em http://bit.ly/H8Cr2e, consultado em março de 2014. MEC – Ministério da Educação e Ciência (2013). Metas Curriculares do 3.º Ciclo do Ensino Básico – Ciências Físico-Químicas. Em http://bit.ly/16loHba, consultado em março de 2014. DEB – Departamento da Educação Básica (2001). Orientações Curriculares de Ciências Físicas e Naturais – 3.º Ciclo . Em http://bit.ly/10or2nP, consultado em março de 2014. Legislação relevante • Revogação do “Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais” Despacho n.º 17 169/2011, de 23 de dezembro de 2011. Em http://bit.ly/X0K7Jj, consultado em março de 2014. • Homologação das Metas Curriculares Despacho n.º 51 22/2013, de 16 de abril de 2013. Em http://bit.ly/17eSjKV, consultado em março de 2014. • Calendário de implementação Despacho n.º 15 971/2012, de 14 de dezembro de 2012. Em http://bit.ly/19e8Yee , consultado em março de 2014. As Metas Curriculares de Físico-Química: o que muda? Explora Duarte Nuno Januário Eliana do Carmo Correia Carlos Brás Oo