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Metodologia Da Pesquisa Científica

Metodologia da Pesquisa Científica 2014 UniSEB Editora Universidade Estácio de Sá Todos os direitos desta edição reservados à UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá. Proibida a reprodução total ou

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Metodologia da Pesquisa Científica 2014 UniSEB Editora Universidade Estácio de Sá Todos os direitos desta edição reservados à UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá. A violação dos direitos autorais é punível como crime (Código Penal art. 184 e ; Lei 6.895/80), com busca, apreensão e indenizações diversas (Lei 9.610/98 Lei dos Direitos Autorais arts. 122, 123, 124 e 126). Sumário Metodologia da Pesquisa Científica Capítulo 1: Conhecimento... 7 Objetivos da sua aprendizagem... 7 Você se lembra? Os riscos do conhecimento Tipos de conhecimento Métodos e formas de raciocínio As ciências: classificação Atividades Reflexão Leitura recomendada Referências No próximo capítulo Capítulo 2: Metodologia Aplicada Objetivos da sua aprendizagem Você se lembra? A leitura e a redação científica: fichamento, resumo e resenha Método científico Definição de pesquisa Tipos de pesquisa Atividades Reflexão Leitura recomendada Referências No próxima capítulo Capítulo 3: Elaboração de Trabalhos Acadêmicos: Normas e Formatação Objetivos da sua aprendizagem Você se lembra? Trabalhos acadêmicos Trabalhos científicos Elementos dos trabalhos acadêmicos Atividades Reflexão Leitura recomendada Referências... 92 No próximo capítulo Capítulo 4: Elaboração de Referências Objetivos da sua aprendizagem Você se lembra? O que é considerado plágio? Categorias Regras de apresentação Referências por tipo de publicação Ordenação das referências Aspectos gráficos Autoria Tipos específicos de publicações Referências legislativas Partes de monografias Trabalhos apresentados em eventos científicos Publicações periódicas Documentos eletrônicos Atividade Reflexão Leitura recomendada Referências No próximo capítulo Capítulo 5: A construção do Conhecimento na Universidade e a Importância do Projeto Político Pedagógico Objetivos da sua aprendizagem Você se lembra? Um passeio muito breve pela história da educação A definição da universidade no Brasil e suas atribuições A atividade científica: a produção científica e as agências de fomento à pesquisa O sistema Lattes e a importância dos periódicos científicos O Projeto Político Pedagógico (PPP) Atividade Reflexão Leitura recomendada Referências Prezados(as) alunos(as) O objetivo da disciplina Metodologia Científica é oferecer ao aluno instrumentos para que possa desenvolver suas potencialidades, ampliando a eficiência e a eficácia de sua aprendizagem. O aluno universitário precisa, muitas vezes, aprender a pensar e a aprender para tornar sua vivência universitária mais proveitosa, reduzindo drasticamente a possibilidade de fracasso. Para tanto, é necessário um maior entendimento sobre o conceito de competência, que pode ser entendida como domínio dos conteúdos, dos métodos, das técnicas das várias ciências, enfim, o domínio das habilidades específicas de cada área de formação e de cada forma de saber e de cultura (Severino 1999, p. 16). A competência é, portanto, uma característica da qual o ensino superior não pode prescindir para não ter que compactuar com o superficialismo e a mediocridade tão comuns no âmbito educacional. O amadurecimento do jovem e do adulto em ambiente de ensino superior é crucial para a aquisição de competência técnica, científica ou profissional, sem a qual se torna difícil dar sentido àquilo que se propuseram a estudar nos cursos que escolheram. Tal amadurecimento não pode ser obtido sem esforço deliberado e persistente por parte do aluno. Nesta disciplina serão apresentados e discutidos aspectos relevantes para a compreensão de diversos fatores que podem contribuir para o crescimento acadêmico, profissional e pessoal do aluno de 3 o grau. Bom estudo! Apresentação Conhecimento Podemos definir conhecimento como uma tomada de consciência do ato de conhecer. Desde seu nascimento, o homem adapta-se progressivamente a um mundo preexistente e, no processo de socialização, procura encontrar respostas para suas dúvidas e incertezas por meio do questionamento progressivo dos significados do mundo que o cerca. Assim, todo o desenvolvimento experimentado pela humanidade é fruto da incessante busca do homem pela compreensão do universo circundante e o desejo de aprimorá-lo. CCCCCCCCCC Objetivos da sua aprendizagem Refletir sobre a noção de conhecimento. Compreender os diferentes conceitos de conhecimento e suas características. Conhecer os diferentes tipos de conhecimento. Apreender alguns dos métodos científicos: indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo. Discutir sobre o que é ciência. Você se lembra? Você dever ter aprendido ou pelo menos ouvido falar de Galileu Galilei. Lembra-se de que ele foi punido por deter um conhecimento considerado herético no seu tempo? Caso tenha se lembrado, você conhece a importância do conhecimento? É muito provável também que já tenha ouvido alguma informação baseada no senso comum, como, por exemplo, o leite azeda. Esse tipo de informação é denominado conhecimento popular. Nesse capítulo, serão abordadas as características e os tipos de conhecimento e alguns métodos científicos, além da discussão sobre ciência. Metodologia da Pesquisa Científica Definição O conhecimento deve ser compreendido como um processo dinâmico, inacabado e em constante transformação e adaptação. Ao relacionar-se com o meio, o homem faz uso de diversas formas de conhecimento e, por meio dessas formas, ele transforma o mundo ao mesmo tempo em que é transformado. Como veremos mais adiante, a ciência é uma das formas de conhecimento, com características próprias, como a possibilidade de ser verificada e comprovada por outros. 1.1 Os riscos do conhecimento Assim, dada a sua relevância, o conhecimento sempre guarda uma aura de exclusividade, de algo para poucos, sendo inclusive proibido em diversas culturas ou em certos momentos históricos. WIKIMEDIA Proibida a reprodução UniSEB O conhecimento é algo tão importante que sempre corre o risco de ser proibido. Muitos mitos se fizeram em torno dessa legenda, a começar pelo relato bíblico que coloca a descoberta do conhecimento como transgressão de Adão e Eva, seguindo- -se daí as misérias da vida do pecador, com consequente necessidade de salvação vinda de fora. O real pecado original foi menos ter caído em tentação do que ousar conhecer. Parece inegável a dinâmica reveladora do conhecimento, porque nada deixa de pé, para o bem e para o mal. Uma vez rompida a ingenuidade, não há mais volta, a não ser por autoengano. Essa dinâmica reveladora, entretanto, estando sempre entranhada no contexto do poder, ofus- 8 Conhecimento Unidade 1 ca à medida que revela. Por isso, praticamente em todas as sociedades, as pessoas detentoras de conhecimento eram vistas como especiais, desde os pajés. E para se tornarem ainda mais especiais, envolviam o conhecimento em linguagem esotérica, para que só os iniciados a entendessem (DEMO 2000, p. 87). Conexão: Conhecimento é a explicação da realidade. Decorre de um esforço investigativo para descobrir aquilo que não está compreendido ainda, que está oculto. Leia o texto Conhecimento x Informação: uma discussão necessária visitando este site: br/031/31cmatos.htm O conhecimento pode, inclusive, ser perigoso em determinados contextos. Na Idade Média, por exemplo, diversos detentores de conhecimentos não aceitos pelo status quo foram considerados hereges ou feiticeiros e pereceram em masmorras ou em fogueiras. Um caso clássico de interferência religiosa no desenvolvimento da ciência ocorreu com Galileu (Galileo Galilei), um físico e astrônomo italiano (Pisa 1564 Arcetri 1642) que foi preso, torturado e condenado pela Inquisição a negar suas descobertas científicas e a ler em voz alta (em público) e a assinar o manuscrito reproduzido abaixo 1 : Metodologia da Pesquisa Científica Proibida a reprodução UniSEB Eu, Galileu Galilei, filho do falecido Vicente Galilei, de Florença, com 70 anos de idade, tendo sido trazido pessoalmente ao julgamento e ajoelhando-me diante de vós, eminentíssimos e reverendíssimos Cardeais Inquisitores-Gerais da Comunidade Cristã Universal contra a depravação herética, tendo frente a meus olhos os Santos Evangelhos, que toco com minhas próprias mãos; juro que sempre acreditei e, com o auxílio de Deus, acreditarei de futuro, em cada artigo que a sagrada Igreja Católica de Roma sustenta, ensina e prega. Mas porque este Sagrado Ofício ordenou- -me que abandonasse completamente a falsa opinião, a qual sustenta que o Sol é o centro do mundo e imóvel, e proíbe abraçar, defender ou ensinar de qualquer modo a dita falsa doutrina [...] Eu desejo remover da mente de Vossas Eminências e da de cada cristão católico esta suspeita corretamente concebida contra mim; portan- 1 Galileu vida e pensamento. Ed. Martin Claret, Disponível em: http://www.internext.com.br/valois/ pena/1633.htm . Acesso em: 10/9/2009 9 Metodologia da Pesquisa Científica to, com sinceridade de coração e verdadeira fé, abjuro, maldigo e detesto os ditos erros e heresias, e em geral todos os outros erros e seitas contrários à dita Santa Igreja; e eu juro que nunca mais no futuro direi, ou afirmarei nada, verbalmente ou por escrito, que possa levantar semelhante suspeita contra mim; mas se eu vier a conhecer qualquer herege ou qualquer suspeito de heresia, eu o denunciarei a este Santo Ofício ou ao Inquisidor Ordinário do lugar onde eu estiver. Juro, além disso, e prometo que cumprirei e observarei todas as penitências que me foram ou sejam impostas por este Santo Ofício. Mas se por acaso eu vier a violar qualquer uma de minhas ditas promessas, juramentos e protestos (o que Deus não permita), sujeitar-me-ei a todas as penas e punições que forem decretadas e promulgadas pelos sagrados cânones e outras constituições gerais e particulares contra delinquentes assim descritos. Portanto, com a ajuda de Deus e de seus Santos Evangelhos, que eu toco com minhas mãos, eu, abaixo assinado, Galileu Galilei, abjurei, jurei, prometi e me obriguei moralmente ao que está acima citado; e, em fé de que, com minha própria mão, assinei este manuscrito de minha abjuração, o qual eu recitei palavra por palavra. Assim, há formas diversas de apreender a realidade. Interessa-nos, contudo, esta apreensão no campo científico. Para isso ocorrer é preciso que o sujeito (aquele que conhece) traga para si algo que está fora dele e que se quer conhecer (o objeto). Esquematicamente, pode ser assim visualizado: S O Conhecimento Proibida a reprodução UniSEB Conhecimento S = Sujeito O = Objeto A produção do conhecimento fruto dessa relação entre Sujeito e Objeto é crivada pela teoria que a explica. Assim, dependendo da teoria, a preponderância é dada ora a um ora a outro. Para Contandriopoulos (1999, p. 29), uma teoria é uma explicação sistemática dos fenômenos observados e das leis relativas a eles. Uma teoria se expressa pelos enun- 10 Conhecimento Unidade 1 ciados das relações que existem entre conceitos. Na análise do autor, há teoria quando os enunciados são muito gerais ou formalizados, como, por exemplo, a teoria da relatividade e, quando são de alcance mais reduzido, têm-se os modelos teóricos. Exatamente porque as teorias são sempre revisadas, alteradas, recriadas o conhecimento científico não é dotado de verdade absoluta. Assim, o trabalho científico caminha em duas direções: Numa, elabora suas teorias, seus métodos, seus princípios e estabelece seus resultados; noutra, inventa, ratifica seu caminho, abandona certas vias e encaminha para certas direções privilegiadas. E, ao fazer tal percurso, os investigadores aceitam os critérios da historicidade, da colaboração e, sobretudo, incumbem-se da humildade de quem sabe que qualquer conhecimento é aproximado, é construído (MINAYO, 1994, p ). Esta citação é importante à medida que revela o caráter transitório das verdades científicas e ressalta que todas são historicamente construídas e como tal devem ser compreendidas. Como então se organiza o método científico? Organiza-se assumindo o rigor em sua construção e elaboração. Entretanto, é importante ressaltarmos que não há uma caracterização unívoca, isto é, uma única de ciência na contemporaneidade. Guiado pela teoria escolhida para realizar as análises, o conhecimento científico é produzido e resultará naquilo que denominamos pesquisa. Sobre pesquisa, trataremos mais adiante. Metodologia da Pesquisa Científica Proibida a reprodução UniSEB 1.2 Tipos de conhecimento Há várias formas de se obter conhecimento, o qual apresenta em sua constituição níveis e estruturas diferentes. Cada um desses níveis de estrutura do conhecimento possui seu nível de complexidade e suas características específicas. São divididos em quatro categorias os tipos de conhecimento e de busca do sentido das coisas: Conhecimento popular Conhecimento filosófico Conhecimento religioso Conhecimento científico 11 Metodologia da Pesquisa Científica PAHA_L / DREAMSTIME.COM Conhecimento popular Proibida a reprodução UniSEB E senso comum, o que é? Muitas vezes, o entendimento repousa sobre as constatações feitas, vinculadas às observações pessoais que são construídas de forma assistemática, fruto da vivência cotidiana e dos valores que perpassam essas relações. Por isso são generalizados, isto é, disseminados em grupos como possuidores de verdade. A esse tipo de conhecimento denominamos senso comum. As explicações produzidas podem até possuir certo grau de exatidão, porém não há preocupação com os princípios, com a sistematização e o rigor que a ciência exige. Em contraponto, o conhecimento científico é racional, metódico e passível de ser comprovado. Este tipo de conhecimento, também chamado de espontâneo, vulgar ou empírico, surge do viver cotidiano e geralmente se apresenta desprovido de método e sistematicidade, pautando-se unicamente pela prática e percepções cotidianas. Na tentativa de encontrar explicações para os acontecimentos cotidianos, consegue basicamente uma percepção do que o rodeia, sem se preocupar com relações de causa e efeito e sem uma postura racional. O conhecimento popular é prioritariamente intuitivo, imediato, concreto e não se pauta pela lógica. Por ser pouco racional, apresenta respostas ambíguas e nem sempre verdadeiras, que se pautam em aparências. 12 Conhecimento Unidade 1 Além disso, muitas vezes contribuem para superstições e discriminações, que com o tempo fixam-se em determinadas culturas. Podemos citar inúmeros exemplos de conhecimento popular nas explicações diárias de fenômenos do dia a dia que independem do nível cultural de quem as utiliza. Assim, muitas pessoas podem prever a proximidade de chuva por meio da percepção de alterações ambientais, às vezes sutis, como a direção do vento, o tipo das nuvens ou o comportamento das aves. Da mesma forma, todos nós sabemos que se o leite for deixado fora da geladeira ele irá azedar. Estes são exemplos de conhecimento popular, uma vez que a maioria não saberia explicar tecnicamente o porquê da ocorrência dos fenômenos citados. Assim, afirma-se que o conhecimento popular está no âmbito da doxa, isto é, da opinião. Mesmo assim, em geral, ele é a base que provoca um caminhar mais refinado no campo das reflexões rumo à ciência. Quando a ciência constrói teorias, por vezes, interage com o senso comum, construindo mudanças por meio de incorporações de novas informações e abandonando as informações que já possuía. Metodologia da Pesquisa Científica Proibida a reprodução UniSEB Conhecimento filosófico Antes de mais nada, é importante definirmos a palavra filosofia, a qual foi criada por Pitágoras: philos significa amigo e sophia significa sabedoria. A ideia de conhecimento filosófico tem como base conceitos subjetivos, relacionados ao conhecimento especulativo, o qual busca constantemente o sentido do mundo e das coisas por meio de hipóteses que podem ou não ser submetidas à observação, ou seja, geralmente não são verificáveis e, portanto, não podem ser confirmadas ou refutadas. De acordo com Barros e Lehfeld (2007, p. 42), a filosofia tem a finalidade de compreender a realidade e fornecer conteúdos reflexivos e lógicos de mudança e transformação dessa realidade. A filosofia cumpre a tarefa de elaborar pressupostos e princípios norteadores das ações humanas. Assim, mesmo entre os grandes filósofos, não há uniformidade de pensamento e de forma de reflexão, já que a filosofia consiste na observação, reflexão e interpretação do mundo sob pontos de vista diferentes e, às vezes, inconciliáveis. A filosofia não é um castelo abstrato, estéril e distante de ideias. Ideias difíceis e herméticas, como, às vezes, de forma detratora, se diz. Ela é uma forma de conhecimento prático, orientadora do exer- 13 Metodologia da Pesquisa Científica cício de nossa sobrevivência em sociedade. Ela pode não garantir o ganha-pão, como se diz vulgarmente, mas certamente é com ela e com sua ajuda que conseguimos o pão nosso de cada dia, pois dela depende o encaminhamento de nossa ação (LUCKESI 1984, p. 67). Assim, a filosofia cumpre a tarefa de compreender a realidade e contribuir com conteúdos reflexivos e lógicos para que essa realidade possa ser transformada. WIKIMEDIA Proibida a reprodução UniSEB O Mito da Caverna, narrado por Platão no livro VII de A República (escrito entre a.c.), é, provavelmente, uma das mais poderosas metáforas criadas pela filosofia, em qualquer tempo, por descrever de forma atemporal a situação em que se encontra a humanidade, condenada a uma terrível condição. Imaginou toda uma população presa desde a infância no interior de uma caverna, imobilizada e obrigada, por correntes, a olhar sempre a parede em frente. O que as pessoas dessa população veriam então? Supondo que existissem algumas pessoas no exterior da caverna, carregando para lá para cá, sobre suas cabeças, estatuetas de homens, animais, vasos, bacias e outros vasilhames e havendo ainda uma escassa iluminação; O Mito disse que os habitantes daquele lugar infeliz só poderiam enxergar o bruxuleio das sombras dos objetos sendo carregados, surgindo e se desfazendo diante deles. Era assim que viviam os homens, 14 Conhecimento Unidade 1 concluiu Platão: acreditavam que as imagens fantasmagóricas que apareciam (chamadas de ídolos por Platão) eram verdadeiras, considerando o espectro como realidade. Toda a existência era, portanto, inteiramente dominada pela ignorância. Para Platão todos nós estamos condenados a ver apenas sombras à nossa frente, tomando-as como verdadeiras. Esta crítica à condição dos homens, que foi escrita há quase anos, inspirou e ainda inspira incontáveis reflexões, sendo a mais recente delas no livro de José Saramago A caverna Conhecimento religioso O conhecimento religioso, também chamado de teológico, é aquele que se revela por meio da fé divina ou da crença religiosa. Do ponto de vista religioso/teológico, a existência divina é evidente e inquestionável e, portanto, não necessita de demonstração ou experimentação, ou seja, dispensa qualquer procedimento experimental. No entanto, o conhecimento religioso se analisa, se interpreta e se explica (BARROS E LEHFELD, 2007). Este tipo de conhecimento depende da formação moral e das crenças de indivíduos, grupos ou povos e requer a autoridade divina, seja de forma direta seja de forma indireta. O conhecimento religioso não pode ser confirmado ou negado, ao contrário do que ocorre no conhecimento científico, uma vez que se baseia em proposições reveladas pelo sobrenatural e, portanto, sagradas e valorativas. As verdades oriundas do conhecimento religioso são tidas como infalíveis e inquestionáveis. A fonte do conhecimento geralmente está presente nos livros sagrados, independentemente da religião ou da doutrina. Metodologia da Pesquisa Científica Proibida a reprodução UniSEB Conhecimento científico O conhecimento científico se caracteriza pela busca da compreensão dos fenômenos existentes por meio da utilização de procedi