Preview only show first 10 pages with watermark. For full document please download

O Concílio Vaticano Ii E O Papa Francisco Pe. Jésus Benedito Dos Santos

FORMAÇÃO PERMANENTE LESTE II Belo Horizonte MG de Agosto de 2014 O Concílio Vaticano II e o papa Francisco Pe. Jésus Benedito dos Santos 1 Queridos irmãos, se não formamos

   EMBED

  • Rating

  • Date

    June 2018
  • Size

    4.5MB
  • Views

    4,922
  • Categories


Share

Transcript

FORMAÇÃO PERMANENTE LESTE II Belo Horizonte MG de Agosto de 2014 O Concílio Vaticano II e o papa Francisco Pe. Jésus Benedito dos Santos 1 Queridos irmãos, se não formamos ministros capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar na noite com elas, de dialogarem com as suas ilusões e desilusões, de recompor as suas desintegrações, o que poderemos esperar para o caminho presente e futuro - Papa Francisco, encontro com o episcopado brasileiro JMJ). Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho lhe dou: Jesus Cristo! Levanta-te e anda! (At 3,7). Este foi um gesto petrino, este foi o gesto do Papa Francisco ao chegar ao Brasil. Este é um gesto cristológico, antropológico e e eclesiológico. O papa Francisco traz uma nova perspectiva eclesiológica. Sua eclesiologia passa pelas palavras: pobre, serviço, alegria, ecumenismo, esperança, diálogo, oração, rua, solidariedade. Sua eclesiologia está fundada na opção preferencial pelos pobres Os preceitos que a Igreja acrescentou posteriormente devem ser exigidos com moderação para não tornar pesada a vida dos fieis e transformar nossa religião em uma escravidão, quando a misericórdia quis que fosse livre (Summa Theologie, I-II, q 107, art. 4). E o papa Francisco acrescenta: Esta advertência, feita vários séculos atrás, possuiu uma tremenda atualidade. Deveria ser um dos critérios a se considerar na hora de pensar uma reforma da Igreja e de sua pregação que permita realmente chegar a todos (EG 43). Não se deve pensar que o anúncio do evangelho tenha de ser transmitido sempre com determinadas fórmulas preestabelecidas (EG 129). A realidade é superior à ideia (EG 231). É uma suposta segurança doutrinal ou disciplinar que dá lugar a um elitismo narcisista e autoritário, onde, em vez de evangelizar, se analisam e classificam os demais e, em vez de facilitar o acesso à graça, consomem-se as energias a controlar (EG 95). O Papa Francisco catalisa um sonho de renovação da Igreja: Profeticamente ele aponta para a miséria de uma Igreja fechada sobre si mesma, autorreferencial, e a necessidade de sair para as ruas. Acena para um perfil de um novo papa: um homem que, desde a contemplação e a adoração de Jesus Cristo, ajude a Igreja a sair de si em direção às periferias existenciais; que ajude a Igreja ser fecunda, que vive a doce e confortadora alegria de evangelizar (EG 9-10) O papa Francisco catalisa um sonho que vem sendo trilhado pelo povo de Deus. Mas que decisões, o papa Francisco está continuamente sinalizado com gestos, atitudes e palavras o teor das mudanças e criando as condições para que as reformas aconteçam na corresponsabilidade do Colégio Os pronunciamentos, neste primeiro ano de seu pontificado, são muitos: homilias, discursos, entrevistas e, recentemente, a publicação da Evangelii Gaudium, numa mescla de Lumen Gentium, Gaudium Coração 70 vezes Amor 61 Vezes Esperança 60 vezes Encontro 52 vezes Alegria 38 vezes Misericórdia 13 vezes Graça 9 vezes Abraçar 8 vezes Perdão 5 vezes Acredito que o grande acerto do novo estilo papal, com sua clara opção de orientar a Igreja por estes caminhos, reside justamente em ter assumido a evidência eclesiológica de que seu ofício é pastoral. Ao pastor cabe organizar a Igreja, fomentar a prática e procurar Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo. É preciso considerarmo-nos como que marcados a fogo por esta missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar (EG 273). Existe maior encíclica do que a do Papa Francisco com um báculo de madeira de uma embarcação naufragada na Ilha de Lampedusa? Existe maior encíclica do que um papa em seu pequeno veículo percorrendo as ruas do RJ com a janela aberta, visitando favelas? Em tão pouco tempo, o papa Francisco devolveu aos católicos o orgulho de ser católico, reorientou o leme da barca de Pedro e está fazendo a Igreja passar da condenação à ternura, da Para o papa Francisco a posição do discípulo missionário não é uma posição de centro, mas periferia. Ainda como bispo de Buenos Aires, criticava as pastorais distantes, pastorais disciplinares que privilegiam os princípios, as condutas, os procedimentos organizacionais, sem proximidade, sem ternura, nem Uma Igreja autorreferencial é uma Igreja que se adoece: Não se fechem, por favor! Isso é um perigo: fechamo-nos na paróquia, com os amigos, no movimento, com aqueles que pensam como nós (...) porém, sabem o que acontece? Quando a Igreja se fecha, adoece, fica doente. Pense em uma moradia fechada durante um ano. Quando se entra nela cheira mofo, muitas coisas não estão bem. Uma Igreja fechada é a mesma coisa: é uma Igreja adoecida. A Igreja deve sair de si mesma. Por onde? Para as periferias existenciais, quaisquer que sejam (Vigília de pentecostes maio de 2013) Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo O papa Francisco vem demonstrando com gestos e palavras a revolução da ternura : precisamos todos aprender a abraçar, como fez São Francisco. Em entrevista à Revista Civiltà Cattolica, advoga por uma Igreja Samaritana : Vejo com clareza que aquilo de que a Igreja mais precisa hoje é a capacidade de curar as feridas e de aquecer o coração dos fieis, a proximidade. Vejo a Igreja como um hospital de campanha depois de uma batalha. É inútil perguntar a um ferido grave se tem o colesterol ou o nível de açúcar altos. Primeiro, deve-se O tempo do papa Francisco não é para a cúria nem sequer para a Igreja entendida como instituição hierárquica. E muito menos para o Vaticano. Seu tempo é para os fieis, os quais ele acaricia, deseja, abraça, com os quais se mistura e compartilha e aos quais fala, não a partir da cátedra nem a partir do púlpito, mas a partir da vida e colocando-se no nível deles, a seu lado. Com uma comunicação de massas e, ao mesmo tempo, individualizada. Relação direta e acolhedora de um papa que encarna como ninguém a Igreja Mãe. A mãe (...) dá carinho, toca, beija, ama. Quando a Igreja, ocupa com mil coisas, se descuida dessa proximidade, se descuida disso e só se comunica por documentos, é como uma mãe que se comunica com seus filho por carta (Entrevista ao Jornalista Gerson Camrotti - JMJ) Em EG, o papa Francisco afirma que sair de si mesma significa, antes de tudo, uma Igreja com portas abertas. Sair em direção dos outros para chegar às periferias humanas não significa correr para o mundo, sem rumo e sem sentido. Muitas vezes, implica antes deter os passos, deixar de lado a ansiedade para olhar e escutar, ou renunciar as urgências para acompanhar quem ficou à beira da estrada. Às vezes é como o pai do filho pródigo que fica com as portas abertas para que, quanto regresse, possa entrar sem dificuldades (EG 46) Isto acena Na inauguração de seu pontificado, o papa Francisco expressou seu sonho incômodo: Como eu gostaria de um Igreja pobre, para os pobres (EG 198). E começou por ele mesmo, pagando suas contas, simplificando trajes, trocando trono por cadeira, conservando a cruz peitoral e seus sapatos pretos, utilizando um carro modesto e morando num apartamento de 70 metros. Em entrevista a um jornalista italiano, disse: os chefes da Igreja, geralmente, têm sido narcisistas, adulados e exaltados pelo seus cortesãos. A corte é a lepra do papado. Uma Igreja pobre para os pobres começa indo até a carne de Cristo. Quando vamos até a carne de Cristo, começamos a entender alguma coisa, o que é esta pobreza, a pobreza do Senhor. Isso não é fácil (Vigília de pentecostes maio de 2013). Hoje e sempre os pobres são os destinatários privilegiados do Igreja pobre para os pobres, esta é uma das atitudes e pronunciamentos mais impactantes do Papa Francisco. O papa mostrou, assim, que está em continuidade com o Fundamento e Mestre do Cristianismo, Jesus Cristo: Ele mesmo feito pobre com os pobres. O Concílio Vaticano II está em continuidade com esse posicionamento. A eclesiologia do Papa Francisco é uma continuidade com o compromisso da Igreja com os pobres como o Papa João XXIII, que pronunciou às vésperas do Concílio: A Igreja se apresenta tal como é e quer ser: Igreja de todos e, particularmente, a Igreja dos Pobres (AAS, 54) Inspirada por tal preferência, a Igreja fez uma opção pelos pobres, entendida como uma «forma especial de primado na prática da caridade cristã, testemunhada por toda a Tradição da Igreja». Como ensinava Bento XVI, esta opção «está implícita na fé cristológica naquele Deus que Se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com sua pobreza». Por isso, desejo uma Igreja pobre para os pobres. Estes têm muito para nos ensinar (EG 198). No final da quarta e última sessão do Conc. Vat II, os bispos seguidores da Igreja dos Pobres assinaram o que ficou conhecido como Pacto das Catacumbas : 40 bispos comprometeram-se a viver na pobreza, e rejeitar todos os símbolos e os privilégios do poder e a colocar os pobres no centro do seu ministério pastoral; posteriormente, esse compromisso recolheu a assinatura de mais de 500 padres conciliares Esse pacto foi o precursor da Teologia da Libertação na AL. Outro documento conciliar que nos recorda a opção pelos pobres e PO, 17: São convidados a abraçar a pobreza voluntária, pela qual mais claramente se configuram com Cristo e ser tornam mais aptos para o sagrado ministério (...) evitem tudo o que possa afastar os pobres... Nos quatros períodos de duração do Vat.II, foram realizadas 168 congregações gerais e pronunciados discursos, tendo sido elaborados e aprovados 16 documentos (4 constituições, 9 decretos e 3 declarações). Na história da Igreja, tivemos 21 concílios ecumênicos. O Vat. II realizou-se de e reuniu em torno de bispos com o papa João XXIII e, depois com o papa Paulo VI No Brasil, o papa Francisco repetiu diversas vezes: A Igreja deve sempre lembrar que não pode afastar-se da simplicidade. Prestígio e poder são classificados por ele de mundanidade, pois afasta a Igreja da proposta evangélica do Reino de Deus. Em EG, afirma que esta escura mundanidade se manifesta em muitas atitudes aparentemente opostas, mas com a mesma pretensão de dominar o espaço da Igreja. Em alguns, há um cuidado ostentoso da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, mas sem preocupálos que o Evangelho tenha uma real inserção no povo de Deus e nas necessidades concretas da história. Assim, a vida da Igreja converte em peça de museu ou em uma Quero, com esta Exortação, dirigir-me aos fiéis cristãos a fim de os convidar para uma nova etapa evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos (EG 1). A nossa alegria cristã brota da fonte do seu coração transbordante. Ele promete aos seus discípulos: «Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria» (Jo 16, 20). E insiste: «Eu hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» (Jo 16, 22) (EG 50). Consequentemente, um evangelizador não deveria ter constantemente uma cara de funeral. Recuperemos e aumentemos o fervor de espírito, «a suave e reconfortante No Brasil, o papa Francisco disse: ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo ; quero que a Igreja saia às ruas, defendendo-se de tudo o que seja mundanismo, instalação, comodidade, clericalismo, estar fechada em si mesma ; o grande desafio para os cristãos é não deixar entrar em nosso coração a cultura do descartável. Ninguém é descartável (EG 53). A dignidade da pessoa humana e o bem comum estão por cima da tranquilidade de alguns que não querem renunciar aos seus privilégios. Quando estes valores são afetados, é necessária De uma igreja fechada na sacristia a uma Igreja acidentada por sair às ruas (EG 49). O papa Francisco desafia a Igreja a sair de si mesma, do centro, e ir para as ruas, às fronteiras: Se a Igreja inteira assume este dinamismo missionário, deve chegar a todos, sem exceções. Porém, a quem privilegiar? Quando lemos o Evangelho, nos encontramos com uma orientação contundente: não tanto aos amigos e vizinhos, mas, sobretudo, aos pobres e enfermos, aos costumeiramente desprezados e esquecidos, àqueles que não têm com que recompensar-te (EG 48) É uma Igreja missionária, capaz de O papa Francisco tem consciência de que o modelo romanocêntrico e eurocêntrico está sem saída ; não apresenta mais condições de resgatar o frescor do Evangelho e a alegria que a mensagem cristã produz. Gerou-se o que se chama de desertificação espiritual (86). A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração (EG 14) A palavra saída é uma categoria que atravessa toda a exortação da Evangelli Guadium. Mostra uma Igreja que deixa para trás a saudade de seu castelo medieval e sai para mergulhar no mundo moderno, complexo e contraditório, mas sedento de sentido e da Palavra de Deus( EG 49). Não creio que se deve esperar do magistério papal um palavra definitiva ou completa a respeito de todas as questões que afetam a Igreja a o mundo. Não é conveniente que o papa substitua os episcopado locais no discernimento de todas as problemáticas que se apresentem em seus territórios. Neste sentido, percebo a necessidade de avançar em uma saudável descentralização (EG 16). No Celam o papa disse: a Igreja quando se erige em centro, deixa de ser Esposa, para acabar sendo administradora. Aparecida quer uma Igreja Esposa, Mãe, Neste momento, não nos serve uma «simples administração». Constituamonos em «estado permanente de missão», em todas as regiões da terra (EG 25). Em muitas partes, predomina o aspecto administrativo sobre o pastoral, bem como uma sacramentalização sem outras formas de evangelização (EG 63) A maior tentação dos padres é de serem administradores e não pastores. O papa Francisco nos lembra que a Igreja não é uma ONG ou organização burocrática: a Igreja é uma história de amor. A Igreja é missionária: o povo de Deus não pode ser tratado como uma clientela, e a Igreja não é uma empresa que fica, passivamente, à espera que o freguês venha procurá-la! Prefiro uma Igreja acidentada do que doente por fecharse (Vigília de Pentecoste 2013) 17/06/2013) Sejam em todos os lugares portadores da palavra de vida, em seus bairros, onde as pessoas estiverem. Temos uma ovelha e noventa e nove estão desaparecidas: vão buscá-las, pecamos a graça de sair para anunciar o Evangelho, porque é mais fácil ficar em casa com uma ovelha, escová-la, acariciá-la. Mas o Senhor nos quer sacerdotes, e também vocês, cristãos, pastores e não escovadores de ovelhas (Abertura do Congresso da Diocese de Roma Em entrevista a um jornalista italiano o papa afirma: o clericalismo não tem nada a ver com o cristianismo. Quando tenho na minha frente um clericalista, institivamente me transformo num anticlerical. No Celam, o papa Francisco pergunta: Nós, pastores, bispos e presbíteros, temos consciência e convicção da missão dos fieis leigos e lhes damos a liberdade para irem discernindo, de acordo com o seu caminho de discípulos, a missão que o Senhor lhes confia? Apoiamo-los e acompanhamos, superando qualquer tentação de manipulação ou indevida submissão? Estamos sempre abertos para nos deixamos interpelar pela busca do bem da Igreja e pela sua missão no mundo? (...) os conselhos paroquiais de pastoral e de O sacerdócio ministerial assuntos é um econômicos dos meios que são Jesus espaços utiliza reais ao serviço para a do seu povo, mas a grande participação dignidade vem laical do na Baptismo, consulta, que organização é acessível e a todos. A configuração do sacerdote planejamento com Cristo pastoral? Cabeça isto é, como fonte principal da graça não comporta uma exaltação que o coloque por cima dos demais (EG 104). O papa Francisco resgata a imagem Povo de Deus, fortemente sublinhada no Vat. II, e nesta destaca não só a dimensão da Igualdade fundamental dos batizados, como também a missionariedade de toda a Igreja: A imagem da Igreja de que gosto é a do povo santo e fiel de Deus. A pertença a um povo tem um forte valor teológico: Deus na história da salvação salvou um povo. Não existe plena identidade sem pertença a um povo (Civiltà Cattolica, ) Os evangelizadores contraem assim o cheiro de ovelha, e estas escutam a sua voz. Em seguida, a comunidade evangelizadora dispõe-se a acompanhar. Acompanha a humanidade em todos os seus processos, por mais duros e demorados que sejam São Francisco de Assis já imaginava que restaurar a Igreja do seu tempo não era fácil. O caminho seria longo e as dificuldades enormes. O papa Francisco sabe das dificuldades e complexidades que significa renovar a Igreja em nossos tempos. Três pontos ajudam a compreender as dificuldades e o empenho do Papa Francisco em renovar a Igreja. Primeiro: Ser Igreja não só para si, mas o mundo. Este desafio não aparece de saída. Mas é a missão fundamental deixada por Jesus (Mt 28, 16-20) e que traz muitas consequências. O papa precisa falar para dentro e para fora da igreja; e claro, com o mesmo Espírito, mas por linguagens diferentes. O papa acompanha o que se passa no mundo. Mostra solidariedade com os que sofrem, sem olhar suas crenças; dialoga com governantes; interage na mídia ate com pessoas críticas e descrentes. Para dentro diz que a igreja não pode ser uma ONG fechada, mas ser comunidade que vive em missão e contribuir com a dignidade e justiça solidária no mundo. Segundo: Ser Igreja com o poder de Jesus. Mas o poder de Jesus não é impor nem acumular prestígio para dominar (Mc ), mas serviço para o bem da humanidade. O papa mostrou isto com a cerimônia do lavapés fora do Vaticano, com presidiário em 2013.Para se reunir com o presidente da Itália, foi com seu carro simples, se escolta; não se mostrou como chefe de Estado. Dentro da Igreja nem todos gostam disto, muitos gostam dos Terceiro: Ser Igreja participativa. Este é outro desafio enorme, de solução difícil, mas que toca nas estruturas das organização da Igreja. A necessidade de diferentes serviços na Igreja acabou gerando privilégios que dificultam a participação. Jesus alertou: Um só e vosso mestre, e vós todos sois irmãos (Mt 23, 1-12). O papa Francisco renova com formas mais participativas em suas próprias decisões. Criou o conselho de cardeais, convocou o sínodo da Família para 2014, escreveu a primeira exortação Com o papa Francisco, trata-se de assumir o Concílio Vaticano II atualizando, superando de uma vez por todas a tentação de cristandade, vivendo numa Igreja plural e pobre, de opção pelos pobres, uma eclesiologia de participação, de libertação, de diaconia, de profecia, de martírio. É uma Igreja Povo de Deus 39 O estilo do papa Francisco serve de exemplo para muitos párocos. Os mais velhos, que entregaram sua vida a uma Igreja pósconciliar, ele os devolve ao encanto dos anos de juventude. Os mais jovens, educados para ser párocos-funcionários, ele os questiona e os faz mudar de chip, mesmo que a alguns lhes custe e resistam. 40 a) O perfil de Igreja que o papa Francisco sonha para a Igreja é possível? b) Como vamos de Igreja do Concílio Vaticano II? c) Parafraseando Dom Helder Câmara podemos dizer que, se a Igreja que o Papa Francisco sonha for um ideal só dele, será apenas um sonho; mas se seu sonho for também nosso sonho, é o começo da realidade - Dialogar sobre isso. 41