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Professor (a): Thairiny Cruvinel Aluno (a): Série: 2ª Data: / / Lista De Filosofia. A Política Da Atividade Científica

Ensino Fundamental II Unid. São Judas Tadeu Professor (a): Thairiny Cruvinel Aluno (a): Série: 2ª Data: / / LISTA DE FILOSOFIA Orientações: - A lista deverá ser respondida na própria folha impressa

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Ensino Fundamental II Unid. São Judas Tadeu Professor (a): Thairiny Cruvinel Aluno (a): Série: 2ª Data: / / LISTA DE FILOSOFIA Orientações: - A lista deverá ser respondida na própria folha impressa ou em folha de papel almaço. - Caso seja respondida em folha de papel almaço deverá conter cabeçalho completo (Data, nome, disciplina, nome do professor e série). - As listas que não forem realizadas conforme orientações serão desconsideradas. A política da atividade científica Os fatores que se ocultam por trás da satisfação das condições materiais necessárias para o trabalho científico envolvem uma ampla série de interesses outros que não a produção do conhecimento científico. Esse ponto é graficamente ilustrado por Bruno Latour (1987, p ) num trecho impressionante, em que ele compara a atividade cotidiana de uma cientista num importante laboratório californiano com o diretor do laboratório, a quem se refere como o chefe. A cientista se considera interessada no desenvolvimento da ciência pura e desinteressada das questões políticas ou sociais. Procura distanciar-se do governo e do setor privado, para concentrarse em sua pesquisa pura. Em compensação, o chefe está sempre envolvido em atividades políticas em todos os níveis, o que muitas vezes lhe vale a zombaria da cientista. O exemplo de Latour trata da pesquisa de uma nova substância, o pandorin, que promete ter grande significado na fisiologia. Na lista das atividades em que o chefe se envolve numa semana comum, estão as seguintes, entre outras: negociações com as grandes companhias farmacêuticas a respeito do possível patenteamento do pandorin; um encontro com o ministro da saúde francês, onde será discutida a possibilidade de abertura de um novo laboratório na França; uma reunião na Academia Nacional de Ciência, em que o chefe defende a necessidade de mais um subdepartamento; reunião da diretoria da revista médica Endocrinology, onde pede mais espaço para sua área e reclama de conselheiros que pouco sabem sobre a disciplina; uma visita ao matadouro local, em que discute a possibilidade de decapitar ovelhas de modo a causar menos danos ao hipotálamo; reunião na universidade, onde propõe um novo programa de curso contendo mais biologia nuclear e informática; discussão com um cientista sueco sobre os instrumentos recentemente criados por ele para detectar peptídeos e possíveis estratégias para desenvolvê-los; e discurso na Associação dos Diabéticos. Continuemos acompanhando Latour, voltando nossa atenção para o trabalho da cientista no laboratório pouco depois. Descobrimos que ela conseguiu empregar um novo técnico, o que foi possível graças a uma bolsa recebida da Associação dos Diabéticos; há também dois novos estudantes já formados que entraram no campo através dos novos cursos criados pelo chefe. Sua pesquisa beneficiou-se com amostras mais limpas de hipotálamo, que são agora recebidas do matadouro, e com um novo instrumento de grande sensibilidade, recentemente adquirido da Suécia, que aumenta sua capacidade de detectar traços insignificantes de pandorin no cérebro. Os resultados preliminares de sua pesquisa serão publicados numa nova seção de Endocrinology. Ela está refletindo sobre um novo cargo que lhe foi oferecido pelo governo francês, para a implantação de um laboratório na França. Se a cientista da história muito realista de Latour considera-se envolvida na ciência pura, que não é perturbada por questões políticas e sociais mais amplas, ela está muito enganada. A satisfação das condições materiais, que é um pré-requisito para a realização de sua pesquisa, só pode ser obtida como resultado da atividade política, que encerra uma série de interesses sociais, como ilustram as atividades do chefe. CHALMERS, Alan. A fabricação da ciência. São Paulo: Editora Unesp, p Questões 1) O físico e filósofo Alan Chalmers narra o caso de uma cientista que trabalha em um grande laboratório e que se considera interessada em ciência pura, desligada de interesses políticos e econômicos. Com base no texto, responda por que Chalmers e Latour consideram que o interesse da cientista não é realista? 2) Leia o trecho a seguir, apresentado pela Fiocruz, e responda às questões. Um estudo recente sobre o financiamento mundial de inovação para doenças negligenciadas (G- Finder2, na sigla em inglês) revelou que menos de 5% deste financiamento foi investido no grupo das doenças extremamente negligenciadas, ou seja, doença do sono, leishmaniose visceral e doença de Chagas, ainda que mais de 500 milhões de pessoas sejam ameaçadas por estas três doenças parasitárias. VALVERDE, Ricardo Doenças negligenciadas. Disponível em www.agencia.fiocruz.br/doen%c3%a7as-negligenciadas . Acesso em 9 jun a) Relacione a notícia com o relato de Chalmers e Latour. b) Com base nos dados da Fiocruz, importante instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, analise as consequências sociais e econômicas para países emergentes ou para os de extrema pobreza. 3) Leia o trecho e analise por que, embora o teor da citação seja verdadeiro, os benefícios citados não se encontram distribuídos igualitariamente na humanidade. E n t r a m o s n o s é c u l o X X a c a v a l o. S a i r e m o s d e l e a b o r d o d e n a v e s e s p a c i a i s. I n g r e s s a m o s n e s t e s é c u l o m o r r e n d o d e f e b r e t i f o i d e e v a r í o l a, e n o s d e s p e d i r e m o s d e l e t e n d o v e n c i d o e s s a s d o e n ç a s. N a v i r a d a d o s é c u l o X I X, t r a n s p l a n t e s d e ó r g ã o s e r a m i n c o n c e b í v e i s, e n q u a n t o n a v i r a d a d e s t e s é c u l o [ X X ] m u i t o s t e r ã o s o b r e v i v i d o p o r q u e o c o r a ç ã o o u o u t r o ó r g ã o v i t a l d e u m a o u t r a p e s s o a o s s u s t e n t a. E m , a e x p e c t a t i v a d e v i d a h u m a n a e r a d e 4 7 a n o s. H o j e é d e 7 5. A d e n t r a m o s e s t e s é c u l o [ X X ] c o m u n i c a n d o - n o s a c u r t a d i s t â n c i a c o m o r e c é m - i n v e n t a d o r á d i o. H o j e e n v i a m o s s i n a i s e i m a g e n s c o l o r i d a s a t r a v é s d e b i l h õ e s d e q u i l ô m e t r o s n o e s p a ç o. BRODY, David Eliot; BRODY, Arnold R. As sete maiores descobertas científicas da história. São Paulo: Companhia das Letras, p ) Baseando-se na citação abaixo, desenvolva um texto (em seu caderno) que explique a principal diferença entre as ciências humanas e as ciências da natureza e como a sociologia tentou aproximar os métodos e critérios de investigação científica das ciências exatas com as ciências sociais. O q u e o f í s i c o e n u n c i a c o m o o r e s u l t a d o d e u m a e x p e r i ê n c i a n ã o é o r e l a t o d o s f a t o s c o n s t a t a d o s ; é a i n t e r p r e t a ç ã o d e s s e s f a t o s, é s u a t r a n s p o s i ç ã o p a r a o m u n d o a b s t r a t o, s i m b ó l i c o, c r i a d o p e l a s t e o r i a s q u e e l e c o n s i d e r a c o m o e s t a b e l e c i d a s. DUHEM, Pierre. Algumas reflexões acerca da física experimental. In: Ciência e filosofia. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, n. 4. p Leia e responda: O que é política? Força e poder Em sentido bem amplo, todos nós temos poderes: poder de produzir, de consumir, de criar, de punir, de comandar; poder de seduzir, de agraciar... O menos poderoso dos indivíduos deve ter poderes, mesmo que secretos! Aliás, Freud percebeu com muita argúcia que certos doentes indefesos manipulam pessoas, mantendo-as na sua dependência. No entanto, para que alguém exerça de fato poder, é preciso que possua força. Convém lembrar que o conceito de força não precisa estar necessariamente ligado ao de coerção ou violência, assim como o conceito de poder não significa exclusivamente dominação ou constrangimento. Mas afinal, o que é o poder? É a capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos (sobre indivíduos ou grupos humanos). Portanto, o poder não é um ser, mas uma relação. Mais ainda, é um conjunto de relações, por meio das quais indivíduos ou grupos interferem na atividade de outros indivíduos ou grupos. Preciso de força física para poder carregar um pacote pesado. Se amo alguém, sou mobilizado pela força do seu charme, portanto o amado exerce um poder de atração sobre o amante. Nas sociedades democráticas os partidos têm poder e força quando demonstram ser formas atuantes de mobilização social e de interferência em outros centros de poder. As pessoas interagem por meio de forças criativas que atuam e movimentam as relações humanas. Abordamos aqui três tipos de uso positivo de força; a física, a psíquica e a moral. Tratase ortanto de energias que nos possibilitam viver melhor e enfrentar as dificuldades da vida. E isto é positivo, dinâmico e vital. Se o confronto de forças em si não é um mal, deveria ser normal as pessoas tolerarem as divergências, conviverem com as diferenças, aprenderem a trabalhar os conflitos. Mas sabemos que, na maior parte das situações, as forças não estão equilibradas. Ao contrário, a força física com frequência se transforma em mera coerção e portanto em violência toda vez que visa o constrangimento de indivíduos ou grupos obrigados a agir conforme uma vontade exterior ou impedidos de agir de acordo com sua própria intenção. As forças psíquicas e morais se convertem em persuasão perversa quando, por meio da ideologia, grupos dominados são levados a pensar, sentir e querer o que interessa ao grupo dominante, a fim de serem mantidos privilégios. Retomando o exemplo dos amantes: o medo da perda, o ciúme, o desejo de controle degeneram o poder e a força originários da atração amorosa e transformam a relação inicialmente voluntária em obrigação e constrangimento. Da mesma forma, em todos os segmentos da vida comunitária, o indevido exercício do poder e da força instaura relações hierárquicas e estabelece a dominação. Consideremos agora os conceitos de força e poder no domínio estrito da política. O que é política A política é a atividade que diz respeito à vida pública. Etimologicamente, polis, em grego, significa cidade . A política é portanto a arte de governar, de gerir os destinos da cidade. O homem político é aquele que atua na vida pública e é investido de poder para imprimir determinado rumo à sociedade, tendo em vista o interesse comum. A ação política não é exclusividade de alguns seres especiais. Cada indivíduo, enquanto cidadão (filho da cidade), deveria ter espaços de participação efetiva que em absoluto não se restringem apenas ao exercício do voto! Este é apenas um dos instrumentos da cidadania na sociedade democrática. Portanto, todos nós temos uma dimensão política que precisa ser atuante. Embora não se confunda com as atividades comuns do homem (na família, trabalho, lazer etc.), a política de certa forma permeia todas as atividades humanas o tempo todo. Interfere na vida de cada um de múltiplas maneiras: na regulamentação legal das ações dos cidadãos, já que as leis são feitas pelos representantes escolhidos pelo povo; na gestão dos assuntos relativos à educação, saúde, abastecimento, transportes; nos aparelhos repressivos como tribunais, polícia, prisões. É impossível pensar em um setor sequer onde, de uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, a influência da política não se exerça na vida de cada um. Por exemplo, nas esquinas movimentadas das grandes cidades costumamos ver vendedores de balas, limões, panos de pó. Na maioria das vezes são crianças. A primeira impressão é de que certas pessoas escolhem de livre e espontânea vontade esse tipo de serviço, mas a análise cuidadosa revela a realidade cruel do desemprego e consequentemente de formas marginais de sobrevivência, como o subemprego. Diante das taxas de escolarização, ficamos sabendo que pelo menos um terço das nossas crianças em idade escolar se encontra fora da escola. Não é possível analisar tal situação como simples decorrência da vontade de cada um: as crianças não frequentam escola e estão soltas na rua não por vontade própria, nem porque seus pais são relapsos. Antes, é preciso tentar entender por que o Brasil tem um dos índices mais vergonhosos de distribuição de renda, ao mesmo tempo que se situa entre os oito ou dez países mais ricos do mundo! É por estas situações e muitas outras que ninguém pode se considerar apolítico, sob pena de a pretensa neutralidade justificar a política vigente. O homem despolitizado compreende mal o mundo em que vive e é facilmente manobrado por aqueles que detêm o poder. Política: teoria e prática Em todos os tempos e lugares, nas mais diversas situações, sempre houve homens dominando homens: homens lutando pela conquista e manutenção do poder e homens lutando contra a opressão. É inevitável que perguntemos: afinal, o que justifica o poder? Quando é legítimo? Quais os seus fundamentos e limites? Ou ainda: como conquistar o poder e como mantê-lo? Como tratar aqueles que se submetem ao poder? Ou ainda: por que tantos se submetem a tão poucos? Ao tentar responder a questões como essas, homens de todos os tempos elaboraram teorias as mais diversas, buscando explicações ora nos mitos e nas religiões, ora em tentativas predominantemente racionais. Em qualquer caso, as teorias políticas são a expressão do mundo em que vivemos. E não são apenas teorias, pois sempre trazem um convite à ação: para manter e justificar o status quo; ou para levar à transformação da sociedade, seja pela utopia, pela reforma ou pela revolução. Por isso é importante estudar os clássicos, para examinar como eles perceberam os problemas do seu tempo. Sem dúvida isso nos auxiliará na interpretação do presente. A soberania consiste no poder de mando de última instância, ou seja, o poder supremo. Quando perguntamos qual o lugar ocupado pelo poder, constatamos a diversidade das respostas dadas, assim como são diferentes as justificativas de todo tipo de poder, inclusive o despótico. A partir da Idade Moderna, o Estado surgiu como o único representante supremo do poder e do uso legítimo da força. Com as teorias contratualistas nos séculos XVII e XVIII são discutidas a origem e a legitimidade do poder, e essa fecunda reflexão acentua a tendência de deslocamento da soberania do Executivo para o Legislativo (como na concepção de Locke), de forma a valorizar o poder que os cidadãos depositam nas mãos de seus representantes. A teoria da soberania popular atinge o seu auge na concepção de democracia direta de Rousseau. Tais questões ainda hoje são atuais, estando presentes nas discussões, pelas correntes liberais, sobre a não-intervenção do Estado em áreas que antes eram de sua competência. O mesmo ocorre nos países do Leste europeu que, a partir do fim da década de 80, começaram a reagir à excessiva centralização do poder estatal. Em meio a tais discussões, continuam a surgir propostas que visam maior participação política, com ampliação dos espaços possíveis de expressão da cidadania ativa, em busca de um tipo de exercício de poder que permita a instauração de uma sociedade sem privilégios. O Brasil é considerado a 8ª potência econômica do mundo ocidental e nesses termos se aproxima dos países industrializados da Europa. Por outro lado, os indicadores sociais o aproximam dos países menos desenvolvidos do mundo afro-asiático: conforme os dados comparativos do Banco Mundial (referentes a 1985), o Brasil encabeça a lista dos cinco países de mais alta taxa de concentração de renda. Em termos numéricos, essa potência econômica tem cerca de 65% da população vivendo numa faixa que se estende da mais absoluta miséria a um nível de estrita pobreza. Já os 10% mais ricos têm acesso a quase 50% da renda da população (sendo que apenas 5% dos mais ricos detêm 33%). (Hélio Jaguaribe.) Observação: Este texto do Hélio Jaguaribe é de 1986; nas estatísticas mais recentes o Brasil ocupa a posição de 11ª potência mundial. 5) A má política (a politicagem ) se caracteriza pela indevida confusão entre o espaço público e o privado. Explique. Para exemplificar, consulte jornais e revistas. 6) Considerando os espaços possíveis de atuação política do cidadão comum (como família, escola, trabalho, bairro, cidade), escolha um destes espaços para discutir sobre as formas possíveis do exercício do poder. 7) Explique: A passividade do cidadão só interessa ao déspota. 8) Há quem pense que certos povos não estão preparados para a democracia e por isso precisam de tutela até chegarem à maioridade política. São pessoas assim que também consideram que o povo brasileiro ainda não sabe votar . Como poderíamos criticar essa maneira de pensar? Explique: a) O poder não é uma coisa, mas uma relação. b) Qual é a diferença entre poder constituído e poder constituinte? Com qual desses poderes se identifica a democracia e por quê? Fique atento(a) ao prazo de devolução das listas!!!