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Relatório Final. Formação De Facilitadores De Processos Participativos Para A Definição Do Bem-estar Dos Câmara-lobenses

Relatório final Formação de facilitadores de processos participativos para a definição do Bem-Estar dos Câmara-lobenses 6, 7 e 8 de julho de 2015 Índice Introdução O bem-estar na perspetiva dos

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Relatório final Formação de facilitadores de processos participativos para a definição do Bem-Estar dos Câmara-lobenses 6, 7 e 8 de julho de 2015 Índice Introdução O bem-estar na perspetiva dos cidadãos Câmara-lobenses 3 2. O incremento da corresponsabilidade para o bem-estar de todos em Câmara de Lobos Avaliação da Formação 11 Anexos Dados por Grupo Homogéneo Guião com as 9 dimensões e 68 componentes de bem-estar Lista de instituições participantes na formação (Rede de Facilitadores) Introdução O presente relatório foi elaborado no âmbito da implementação do Programa Intervenção Social Participada, fruto da Agenda 21 Câmara de Lobos vetor as Pessoas 1 e consiste no resumo das principais conclusões da ação de formação da Rede de Facilitadores que incluiu a realização de oficinas de participação, onde foram ouvidos cerca de 240 cidadãos Câmara-lobenses, nos dias 6, 7 e 8 de julho de O estudo realizou-se baseou-se na metodologia SPIRAL - Societal Progress Indicators and Responsabilities for All tendo sido apurados ao todo 2900 critérios de bem-estar, que foram entretanto introduzidos no site oficial da Rede Together, através do programa ESPOIR - Élaborer le Progrèss Sociétal par l'organisation d'indicateurs Raisonnés, facultado gratuitamente pelo Conselho da Europa 2. Esta metodologia visa a construção do progresso social para o bem-estar dos cidadãos e comunidades e tem vindo a ser aplicada, não só ao nível da Europa como em diversos outros territórios. A SPIRAL, partindo da premissa de que a definição de bem-estar de todos deve ser construída a partir da visão dos próprios cidadãos, assenta na realização de reuniões, com pequenos grupos homogéneos, organizados segundo o que se pretende conhecer (território, instituição, grupo-alvo), possibilitando extrair, de forma expedita, extrair resultados para Diagnóstico Social. O documento encontra-se estruturado em três partes distintas. Na primeira parte do presente relatório, fazemos uma abordagem sobre a metodologia SPIRAL e apresentamos os resultados das oficinas de participação. Na segunda parte, explicamos o modo como pode vir a ser incrementada a corresponsabilidade para o bem-estar de todos, na perspetiva da Rede de Facilitadores. Na terceira e última parte, damos conta das opiniões expressadas pelos Facilitadores sobre a ação de formação e os seus impactos 1. O bem-estar na perspetiva dos cidadãos Câmara-lobenses Segundo um estudo do INE 3, em 2013, o Índice de Bem-estar em Portugal recuperou da redução verificada em 2012, estimando-se a continuação deste crescimento em Dos 10 domínios que integram o IBE, a Educação, o Ambiente e a Saúde são as componentes do bem-estar com evolução mais favorável no período analisado. Inversamente, os domínios Trabalho e remuneração e Vulnerabilidade económica são aqueles cuja evolução foi mais desfavorável. Os dois índices sintéticos, Condições materiais de vida e Qualidade de vida, evoluíram em sentidos opostos, com o primeiro a evidenciar uma tendência decrescente, que se atenuou a partir de 2012, e o segundo a apresentar uma tendência crescente, ligeiramente atenuada após Em Câmara de Lobos decidiu-se aplicar a metodologia SPIRAL, com o objetivo de conseguir apurar as principais dimensões de bem-estar dos cidadãos ouvidos, permitindo retirar algumas orientações e pistas para a definição de futuros projetos de intervenção social, com grupos e indivíduos específicos (crianças, adolescentes, adultos e idosos).tendo em conta que se pretende obter um olhar sobre todo o território, foram identificados grupos homogéneos representativos da malha social em questão, assegurando que os resultados obtidos seriam variados e demonstrativos da realidade em análise (diferentes idades, sexo, condições socioeconómicas, formações, situação face ao emprego, freguesias). Mais do que uma representatividade estatística, procurou-se através desta metodologia, uma representatividade de facto dos diferentes papéis e pertenças. Assim, foram selecionados grupos homogéneos de crianças, grupos de adolescentes e grupos de idosos que frequentavam determinada resposta social ou projeto ocupacional, mas também, grupos de desempregados e beneficiários de determinada prestação ou apoio social. O estudo envolveu ao todo 27 facilitadores (incluindo os formadores) e 238 cidadãos, a residir ou a trabalhar no concelho, com idades entre os 5 e os 85 anos de idade, num total de 169 mulheres e 69 homens. Os participantes foram selecionados de forma totalmente aleatória, de acordo com as instituições que se inscreveram na Rede de Facilitadores. Antes de apresentarmos os resultados finais, gostaríamos de salientar que os mesmos deverão ser interpretados à luz das caraterísticas específicas e perfil de participantes, na medida em que na sua maioria, se tratavam de utentes ou beneficiários das respostas sociais existentes nas cinco freguesias do concelho (ex.: Centro de Dia Lar, Equipa de Rua, Campos de Férias, Clube de Emprego, Rendimento Social de Inserção, Escola, Infantário). 3 INE. Índice de Bem-estar para Portugal (2015) 3 Dimensões de Bem-estar dos Câmara-lobenses Neste ponto faremos a apresentação e análise dos resultados globais, constando em anexo a este relatório, dados mais detalhados relativos a cada grupo homogéneo. Numa primeira fase do processo, foram constituídos 26 grupos homogéneos 4, compostos por cidadãos de todas as freguesias do concelho e agrupados de acordo com as seguintes categorias: Crianças e adolescentes: 7 grupos homogéneos Adultos: 12 grupos homogéneos Idosos: 7 grupos homogéneos Nos gráficos seguintes descrevemos a distribuição dos 26 grupos homogéneos e dos 238 participantes, por freguesias, sendo que a maioria residia ou trabalhava nas freguesias de Câmara de Lobos (136) e Estreito de Câmara de Lobos (58), coincidindo dessa forma com a proveniência da maioria das instituições inscritas na ação de formação. Oficinas de participação Distribuição dos 26 grupos homogéneos por freguesias Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos Jardim da Serra Quinta Grande CL/ECL e JS Fonte: CMCL/ Divisão de Desenvolvimento Social (2015) 4 Ver em anexo Lista de instituições participantes na formação Designações exatas conforme constam no site oficial da Rede Together Adolescentes; Adultos com Deficiência Intelectual; Alunos da USCL; Assistentes Operacionais; Centro Convívio Idosos Casa do Povo do Curral das Freiras; Centro de Dia; Colaboradores; Crianças do Pré-escolar; Crianças e Jovens 1; Crianças e Jovens 2; Crianças e Jovens 3; Crianças e Jovens 4; Desempregados; Encarregados de Educação; Equipa de Rua Crianças e Jovens; Facilitadores Oficinas Participação 1; Facilitadores Oficinas Participação 2; Funcionários de Centro de Dia; Grupo 1 do Ribeiro Real; Idosos - Centro Comunitário Vila Viva; Idosos do lar e centro de Dia; Professores de 1º Ciclo; Utentes Consulta Alcoologia e Grupo Mensal de Apoio; Utentes do centro Dia / Convívio do Jardim da Serra - G 2; Utentes do centro Dia / Convívio do Jardim da Serra - G 1 e Utentes RSI - Segurança Social. 4 Dimensões do Bem-Estar Oficinas de Participação com os Cidadãos ISP 2015 Oficinas de participação Distribuição dos 238 cidadãos ouvidos por freguesias Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos Jardim da Serra Quinta Grande CL/ECL e JS 9 Fonte: CMCL/ Divisão de Desenvolvimento Social (2015) 26 grupos homogéneos 238 cidadãos 2900 respostas ou critérios de bem-estar registados R 5 Relações na Sociedade 311 Atitudes e Iniciativas 689 Sentimentos de Mal-Estar/Bem-Estar 244 Equilíbrios Pessoais 510 Equilíbrios Societais 147 Relações Pessoais Relações com e entre as Organizações Quadro da Vida Acesso aos meios de Subsistência Número de Critérios Expressados Fonte: Extraído do site oficial da Rede Together https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=infos+c%c3%a2mara%20de%20lobos 5 Análise de resultados: Numa primeira leitura, os resultados revelam um forte capital de proatividade presente nos(as) cidadãos(ãs) ouvidos, tendo em conta os dimensões de bem-estar imateriais dominantes, por ordem decrescente de respostas: Atitudes e iniciativas, Relações pessoais e Equilíbrios pessoais. Na sua maioria, os cidadãos ouvidos valorizam componentes de bem-estar que passam pelas atitudes e iniciativas (689 respostas), do sujeito para o meio envolvente, tomados individualmente ou com outros, tais como o trabalho sobre si ou respeito de si próprio, as atividades e iniciativas privadas, as atitudes e o ser sociável, o encontrar, ouvir e ser solidário, a responsabilidade, o compromisso com a sociedade, a dinâmica e vontade coletiva. Com efeito, este tipo de critérios está associado aos seguintes aspetos da vida quotidiana 5 : Aceitar, afrontar; aprender; parar de fumar, de beber, etc. preocupar-se com si próprio, ter uma higiene de vida; ter tempo para si, aproveitar, ouvir-se a si próprio; Fazer, realizar projetos, sonhos; criar, desenvolver, trabalhar; fazer o melhor possível, ter bons resultados; mudar de vida, partir Comportamento com os outros, boa educação; amar/ser amado, falar, discutir, comunicar/bater-se, disputar-se; ter paciência, gentileza/ maldade, zombaria, ter confiança; Ajudar, dar, fazer um favor, ir ao encontro, ocupar-se de; estar ao serviço de, atento, disponível, estar lá para, estar à escuta; generosidade; fazer o bem; Assumir as suas responsabilidades, ser responsável (na sociedade, para com a sua família - educação das crianças ), respeitar a lei, respeitar as regras de coabitação e de segurança (limites de velocidade, ruído ), triagem de resíduos, respeitar o ambiente, os espaços e os bens comuns; Participar, investir-se individualmente nas ações e organizações coletivas, dar um contributo à sociedade, ser cidadão ativo (voto, voluntariado, ); Organizações, ações, sinergias coletivas levadas a cabo a nível da sociedade; movimentos e dinâmicas orientando o pensamento e a reflexão coletiva; lutas comuns e propostas de compromissos coletivos. Com o segundo maior número de critérios ou respostas surge a dimensão das relações pessoais (523 respostas), do meio envolvente para o sujeito, relativos às relações do indivíduo com a família, os amigos ou as pessoas em geral, tais como relações de casal/relações sexuais e/ou sentimentais, vida de família/relações familiares, amizade/amigos, relações de vizinhança, relações nos lugares de atividade (trabalho, escola,...) e contactos com animais, estando assim estes critérios associados aos seguintes aspetos da vida do dia-a-dia do cidadão 6 : Ter relações sexuais e/ou sentimentais, viver em casal, estar casado, qualidade destas relações; Ter uma família, pais, vida de família/estar em família, proximidade com a sua família, dificuldades e virtudes da vida familiar, entendimento familiar, ter filhos; Ter amigos, poder contar com os amigos, momentos passados com os amigos, amizade recíproca; Ter contactos/relações com os vizinhos, acordos/desacordos com os vizinhos, tempo passado com os vizinhos, tranquilidade da vizinhança; Ter animais de estimação, sentimentos em relação a animais de estimação, atividades com animais de estimação; Relações na escola (para alunos) ou com o seu empregador, os seus colegas, relações de hierarquia no trabalho; ser aceite, respeitado pelos colegas; qualidade das relações no trabalho (boas relações de trabalho, conflitos/abusos, ambiente) ou na escola. 5 Informação extraída do site oficial da Rede Together: 6 idem 6 A terceira maior dimensão de bem-estar dos cidadãos ouvidos é a dos equilíbrios pessoais (510 respostas), partindo igualmente do meio envolvente para o sujeito, relacionando-se com critérios de bem-estar/mal-estar associados a equilíbrios internos (físicos, psicológicos, organizacionais, etc) específicos da pessoa que expressa o critério, tais como equilíbrios pessoais em geral, equilíbrio físico e saúde, autonomia, liberdade, utilização do tempo e equilíbrio entre as atividades, equilíbrio mental/emocional, espiritualidade e religião, equilíbrio nas relações à sociedade, equilíbrio nas relações à natureza e desenvolvimento pessoal, como destaque para os seguintes itens: Boa ou má saúde, doença, sono, repouso/cansaço, obesidade, doenças mentais (depressão, anorexia); Liberdade de expressão, de escolhas, de ação; independência/capacidades físicas, faculdades intelectuais; Estar disponível/estar sobrecarregado ; ter tempo livre, para si ; ocupação do tempo; equilíbrio/organização das atividades; ritmo do dia; tempo de trabalho; Depressão, mal-estar/prazer de viver ; humor (cólera, alegria); motivação; estar bem consigo próprio; Crenças pessoais, fé, práticas religiosas; Relações com os outros; olhar dos outros; estatuto social; capacidade de se exprimir; carisma/timidez; Desenvolvimento pessoal; sucesso/insucesso; amar a vida; criatividade. Por outro lado, apesar de numa avaliação global as dimensões mais valorizadas pelos participantes terem sido as mencionadas anteriormente, a tendência de resposta variou de acordo com a questão colocada. Assim, conforme podemos verificar no gráfico abaixo, enquanto nos critérios relativos ao bem-estar as dimensões mais valorizadas foram os equilíbrios pessoais, as relações pessoais e o acesso aos meios de subsistência, nos critérios relativos ao mal-estar, este último aspeto foi preterido face às relações na sociedade. Quando os cidadãos foram questionados sobre o que poderiam fazer para assegurar o seu bem-estar e o bem-estar dos outros, a tendência de resposta concentrou-se sobretudo nas atitudes e iniciativas. Fonte: Extraído do site oficial da Rede Together https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=infos+c%c3%a2mara%20de%20lobos 7 Não obstante terem sido privilegiados os critérios anteriores, de cariz sobretudo imaterial, dominando a tendência de respostas dos cidadãos, há que ter em atenção que a quarta dimensão imediatamente a seguir, tem um cariz material, uma vez que se refere ao acesso aos meios de subsistência (367 respostas) ou a elementos materiais essenciais para a vida do locutor, tais como a alimentação, os cuidados e medicamentos, o alojamento, o vestuário, a educação/formação, o emprego/trabalho/atividade, o lazer, cultura e desporto, o poder de compra/acessos às finanças, os serviços à pessoa, a mobilidade e as Informações/ intercâmbios. Imediatamente a seguir à dimensão relacionada com o acesso aos meios de subsistência, é valorizada a dimensão das relações na sociedade (311 respostas), ou seja, entre os membros da sociedade em geral, onde se incluem relações de género, relações entre gerações, relações entre culturas, relações entre classes sociais, relações de proximidade, cortesia, respeito e tolerância, solidariedade, partilha e transmissão dos saberes e dos recursos e inclusão/exclusão. Imediatamente a seguir aos meios de subsistência, tivemos os sentimentos de bem-estar/mal-estar (244 respostas), isto é, os sentimentos de autoestima/vergonha, satisfação/frustração, serenidade/medo, stress/tranquilidade e alegria/tristeza. Por sua vez, os campos menos valorizados pelos cidadãos, no que diz respeito ao seu bem- estar foram os relacionados com os equilíbrios societais (147 respostas), relacionados com as questões de identidade e valores, saberes, consciência e equilíbrio na educação, equidade e mobilidade social, coabitação social, violência e paz, equilíbrios económicos, equilíbrios demográficos, relações entre as sociedades e o meio ambiente e o progresso científico e técnico; o quadro de vida (73 respostas), ou seja, aspetos relacionados com questões como a salubridade/poluição/ruido, as infraestruturas, equipamentos e redes, os serviços e comércios de proximidade, os espaços de vida social, a meteorologia e os fenómenos naturais, o ambiente e paisagem e o quadro de produção e trabalho; e por último, as relações com e entre as organizações (31 respostas), diretamente relacionadas com direitos fundamentais/reconhecimento, funcionamento da justiça, concertação/democracia, transparência/comunicação, organização, gestão finanças, acesso, informações e contactos e políticas públicas. Numa abordagem mais individualizada dos resultados gráficos, relativos aos diversos grupos homogéneos 7, é interessante verificar algumas diferenças de grupo para grupo (adolescentes, adultos, idosos, utentes do serviço x), o que pode ser relevante na definição de ações ou projetos de intervenção com esses grupos específicos. Na grande maioria dos grupos homogéneos em análise, a tendência de respostas recaiu sobre a dimensão de bemestar associada às atitudes e iniciativas. Contudo, em alguns grupos, a primazia foi dada às dimensões dos equilíbrios pessoais e das relações pessoais e/ou sentimentos de bem-estar/mal-estar. Foi o caso dos grupos Crianças e jovens 1, 2 e 3, Crianças do Pré-escolar, Centro de Dia, Professores do 1.º Ciclo, Grupo 1 do Ribeiro Real, Alunos da USCL e Adultos com Deficiência, conforme consta em anexo Dados por Grupo Homogéneo. No grupo Professores do 1.º Ciclo a dimensão das atitudes e iniciativas chegou mesmo a ser a menos valorizada pelos participantes no que diz respeito ao bem-estar. Por outro lado, no grupo Grupo 1 do Ribeiro Real, logo depois das relações pessoais, a dimensão do acesso aos meios de subsistência foi a mais importante. 7 idem 8 Ocorreram ainda dois casos atípicos em que a tendência de resposta recaiu sobre uma dimensão não escolhida pela maioria. Foi o caso do grupo Encarregados de Educação e Adolescentes que optaram pela dimensão das relações na sociedade em primeiro lugar. De salientar também a ocorrência de algumas dicotomias dentro do mesmo grupo etário e com caraterísticas semelhantes, no caso concreto, os participantes no Campo de Férias Lobos Radical, promovido pela autarquia. Verificou-se uma diferença significativa entre os grupos homogéneos Crianças e Jovens 1, 2 3, com idades entre os 9 e os 13 anos, comparativamente ao grupo Crianças e Jovens 4, com idades entre os 8 e os 9 anos. Neste último, a dimensão que mais se destacou foi a do acesso aos meios de subsistência, tendo sido aliás o único grupo homogéneo (no total de 26) em que isso aconteceu, evidenciando, uma maior vulnerabilidade social destas crianças. Não será alheio a esta situação o facto de alguns dos participantes nesta atividade, estarem previamente identificados como crianças em risco pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco e, nesse contexto, terem sido encaminhados para esta atividade como medida de prevenção e promoção. Pelo contrário, nos restantes grupos de crianças, as dimensões mais privilegiadas foram as relações pessoais, equilíbrios pessoais e sentimentos de bem-estar/mal-estar. Este facto é bastante curioso pois leva-nos a concluir que muito embora essas crianças apresentassem traços semelhantes do ponto de vista de idade, nível de ensino, género, escola frequentada, concelho de residência, o aspeto que mais determinou os resultados parece ter sido o da condição socioeconómica. Efetivamente, o critério da condição económica não determinou a escolha da amostra ou dos grupos. No caso daquelas crianças foi privilegiado o fator idade, para além do critério ser participante no campo de férias, ou seja, os subgrupos de crianças foram basicamente agrupados consoante as idades (8-13 anos). Os resultados levam-nos então a concluir que coincidentemente, as crianças com uma condição socioeconómica mais desfavorável terão ficado agrupadas no mesmo subgrupo de idades. Nesta ótica, cabe-nos salientar, que para além do grupo anteriormente referido, existiram outros em que a dimensão do acesso aos meios de subsistência assumiu especial importância, posicionando-se, em termos de tendência de respostas, em segunda posição ou muito próxima desta. Nesta situação encontramos, por exemplo, o Grupo 1 do Ribeiro Real, os Funcionários do Centro de Dia, os Utentes da consulta de Alcoologia e o grupo Colaboradores. Estes resultados, embora experimentais, podem contribuir para conceber atividades e projetos de intervenção social, junto de