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Universidade De Caxias Do Sul Camila Ruzzarin A Coluna Memória Como Um Fio De Cultura No Jornal Pioneiro

1 UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CAMILA RUZZARIN A COLUNA MEMÓRIA COMO UM FIO DE CULTURA NO JORNAL PIONEIRO Caxias do Sul CAMILA RUZZARIN A COLUNA MEMÓRIA COMO UM FIO DE CULTURA NO JORNAL PIONEIRO

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1 UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CAMILA RUZZARIN A COLUNA MEMÓRIA COMO UM FIO DE CULTURA NO JORNAL PIONEIRO Caxias do Sul 2014 2 CAMILA RUZZARIN A COLUNA MEMÓRIA COMO UM FIO DE CULTURA NO JORNAL PIONEIRO Trabalho de conclusão de curso para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social Habilitação em Jornalismo, da Universidade de Caxias do Sul. Orientador Prof. Drº Paulo Ricardo Ribeiro Caxias do Sul 2014 3 CAMILA RUZZARIN A COLUNA MEMÓRIA COMO UM FIO DE CULTURA NO JORNAL PIONEIRO Trabalho de conclusão de curso para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social Habilitação em Jornalismo, da Universidade de Caxias do Sul. Aprovada em / / 2014 Banca Examinadora Prof. Dr. Paulo Ricardo Ribeiro Universidade de Caxias do Sul - UCS Prof. Me. Marcell Bocchese Universidade de Caxias do Sul - UCS Profª. Drª. Alessandra Paula Rech Universidade de Caxias do Sul - UCS 4 Dedico este trabalho ao repórter-fotográfico do jornal Pioneiro e meu querido amigo Roni Rigon pelo tempo e atenção dedicados ao meu estudo. Este trabalho é uma homenagem a sua relevante participação na coluna Memória. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais, Neiva Elizabeth Klagenberg Ruzzarin e Luiz Carlos Ruzzarin (in memorian), meus verdadeiros exemplos, por terem me tornado quem sou hoje e por terem me oferecido todas as oportunidades para ser alguém melhor. É imensurável o amor e a admiração que sinto por vocês! Ao meu mestre, amigo e professor Paulo Ribeiro, gostaria de atribuir a você grande parte do meu conhecimento sobre o verdadeiro jornalismo. São profissionais como o senhor que me incentivaram e me convenceram a permanecer na graduação. Além disso, sou profundamente grata por toda a sua dedicação e orientação nestes cinco anos e, principalmente, nesta monografia. Muito obrigada por dividir parte de seus conhecimentos comigo. Você é ótimo! Não posso deixar de agradecer todos os locais por onde passei e tive a oportunidade de exercer a profissão de jornalista: redações do Kzuka Caxias do Sul, jornal Pioneiro, jornal Folha de Caxias e as assessorias de imprensa da Secretaria Municipal da Saúde de Caxias do Sul e Lato Sensu Assessoria de Comunicação e Eventos. Agradeço, principalmente, todas as pessoas que fizeram parte destas minhas jornadas, que iniciou ainda no meu primeiro semestre de universidade. Foram graças a vocês que aprendi tudo que sei. Muito obrigada, amigos! 6 Para considerar-se plenamente cidadão, o homem contemporâneo precisa dispor de fontes informativas que lhe permitam conhecer o que se passa e, em seguida, formar juízos sobre os acontecimentos. Juan Beneyto 7 RESUMO O presente trabalho trata sobre a coluna Memória, do jornal Pioneiro, de Caxias do Sul, sob a assinatura do repórter-fotográfico Roni Rigon, ao longo dos 17 anos em que o profissional esteve à frente do espaço. A monografia busca comprovar que, se desconsiderarmos o caderno de variedades Sete Dias e a Revista Almanaque, que, no decorrer desta pesquisa foram extintos, a seção restou como último reduto de cultura no Pioneiro. Para a validação desta questão, foram apontadas quatro hipóteses: a coluna Memória valoriza a comunidade; a coluna Memória é uma espécie de álbum jornalístico; a coluna Memória como reduto de cultura conquistou espaço no jornal Pioneiro; a consolidação da coluna Memória facilita sua produção. Como metodologia elegemos a qualitativa e como técnica utilizamos a análise de conteúdo. A pesquisa leva em conta seções ligadas ao empresário Abramo Eberle, selecionadas por Rigon, as quais ele considerou serem mais marcantes em sua trajetória. Palavras-chaves: Jornalismo Cultural. Coluna Memória. Jornal Pioneiro. Cultura. Fotografia. 8 ABSTRACT The present work intends to analyze the Memória column of Pioneiro newspaper from Caxias do Sul, under the signature of the photographical reporter Roni Rigon, throughout the 17 years he spent heading this project. The monograph searches to prove that, if we disconsider the variety section Sete Dias and Almanaque magazine of the newspaper, which, during this research were extinct, the column remains as the last niche of culture on Pioneiro. For the validation of this question, four hypotheses were proposed: the Memória column valorizes the community; the Memória column is a kind of journalistic album; the Memória column as a cultural niche conquered its space on the Pioneiro newspaper; the consolidation of the Memória column facilitates its production. The methodology used was content analysis with qualitative research. The research uses sections connected to the entrepreneur Abramo Eberle, selected by Rigon, which were considered the most remarkable through his history. Key words: Cultural journalism. Memória column. Pioneiro newspaper. Culture. Photography. 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DO JORNAL PIONEIRO A COLUNA MEMÓRIA FASE RONI RIGON FORMAS JORNALÍSTICAS FIOS DE CULTURA - ANÁLISE METODOLOGIA APLICADA A LEITURA DOS FIOS DE CULTURA INFERÊNCIAS A MEMÓRIA E O REPÓRTER-HISTORIADOR CONSIDERAÇÕES FINAIS O FIM DE UM ESTILO REFERÊNCIAS ANEXO... 71 10 1 INTRODUÇÃO O tema da presente monografia se volta à coluna Memória como um fio de cultura no jornal Pioneiro. Publicada diariamente desde 1996 pelo repórterfotográfico Roni Rigon, a seção divulga imagens e dados históricos da Serra Gaúcha. Para delimitar o tema, Rigon sugeriu para este estudo algumas das colunas mais marcantes para ele em sua trajetória. Como a maioria das publicações selecionadas pelo repórter-fotográfico eram sobre Abramo Eberle e levando em consideração a relevância do empresário para a cidade, foram separadas das demais as 17 colunas que restaram e abrangiam Eberle e sua empresa. Casualmente, a quantidade remete também aos 17 anos em que Rigon esteve à frente do espaço. Cada seção apresenta à população relíquias que o repórter-fotográfico descobriu ao longo das pesquisas realizadas para as publicações. Inúmeros materiais, muitas vezes inéditos, possibilitaram inclusive que ele produzisse reportagens sobre conteúdos específicos, já que não era possível incluir tantas informações e detalhes em uma única coluna. Além disso, pela quantidade de conteúdo obtido por Rigon, foi possível fornecer material para distintas publicações (reportagens) no Pioneiro e para alguns livros, entre eles, o Milagre da Montanha, de Álvaro Franco e Sinhorinha Maria Ramos de Franco. O repórter-fotográfico repassou fotos do acervo da família Eberle para contribuir com a produção da obra. Para nos guiar eis a questão norteadora desta monografia: se considerarmos o caderno Sete Dias de variedades como sendo um espaço muito mais de entretenimento, a coluna Memória restou como último reduto de valorização cultural no jornal Pioneiro. Dessa forma, esta pesquisa visa mostrar a importância da coluna Memória dentro da comunidade local. Não pela individualidade de cada fotografia, mas pelo conjunto de temas variados (ligados a Abramo Eberle e à Metalúrgica Abramo Eberle) que cada imagem propiciou e continua propiciando. Para este trabalho elegemos as seguintes hipóteses: a) A coluna Memória valoriza a comunidade; b) A coluna Memória é uma espécie de álbum jornalístico; c) A coluna Memória como reduto de cultura conquistou espaço no jornal Pioneiro; d) A consolidação da coluna Memória facilita sua produção. 11 Como objetivo geral, pretendemos demostrar que o jornal Pioneiro ainda mantém um espaço essencialmente cultural em suas edições. Entre os objetivos específicos, elegemos três tópicos: - Observaremos como se dá o resgate da memória de Caxias do Sul; - Demonstraremos como os recortes fotográficos formam uma espécie de álbum de flagrantes do passado; - E, por fim, valorizaremos os textos e fotos que retratam a tradição e a cultura de Caxias do Sul. Para tanto, será feito uma revisão bibliográfica para obter um resultado mais preciso. Utilizaremos conceituados livros de Nilson Lage e a obra Dicionário de comunicação, de Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Guimarães, para auxiliarem nas definições das formas jornalísticas e ajudarem a compreender se a coluna Memória realmente pode ser considerada uma coluna. Como base para a construção da história do jornal Pioneiro, usaremos os livros 100 anos de imprensa regional e Histórias da imprensa em Caxias do Sul. Também elencaremos outras obras que contribuirão para a fundamentação teórica ao longo dos capítulos. Como metodologia, utilizaremos a análise de conteúdo, com pesquisa qualitativa, por meio da qual serão avaliados textos e fotos selecionados por Roni Rigon. A análise de conteúdo, conforme a indicação de Fonseca Jr. (2005), que se baseia em um processo esquematizado por Laurence Bardin, é dividida em três fases principais: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados obtidos e interpretação. Neste estudo buscaremos aplicar todas as etapas do método. O caminho percorrido pelo presente trabalho e assim estruturado será o seguinte: no capítulo dois ( A história do jornal Pioneiro ) serão abordadas as histórias do jornal Pioneiro e da coluna Memória, utilizando-se como base livros sobre a trajetória da imprensa local e entrevistas com Rigon e com o editor-chefe do Pioneiro, Roberto Nielsen. No capítulo três ( Formas jornalísticas ) recorreremos a renomados estudiosos para exemplificar com clareza a diferença entre notícia, reportagem, crônica, coluna, fotorreportagem e fotolegenda. Seguindo pelo capítulo quatro ( Fios de cultura Análise ), faremos as análises das 17 colunas selecionadas por Rigon e desenvolveremos as considerações parciais. Este trabalho, ao mesmo tempo que presta uma homenagem a repórterfotográfico Roni Rigon, busca demonstrar como a coluna Memória é o único reduto 12 de cultura, se desconsideramos os cadernos Sete Dias e Revista Almanaque, enquanto existiam. 13 2 HISTÓRIA DO JORNAL PIONEIRO Era final da década de Caxias do Sul, que já era emancipada, estava cada vez mais desenvolvida. A colônia localizada na Serra Gaúcha atraía colonos não apenas da região, mas também os do vale do rio Caí. Nesta época, os imigrantes de outros continentes se tornaram, por decreto, brasileiros. Podiam participar das lutas políticas e sociais do país em situações de direito. Podiam votar e ser votados para cargos públicos. Com isso, passaram a interessar-se mais pela realidade brasileira. Decorrente a essas mudanças, os jornais nacionais começaram a circular na Serra Gaúcha. Neste período, a política influenciava, e muito, nos meios de comunicação. O primeiro periódico regional, O Caxiense, por exemplo, impresso em 1897, era de propriedade do doutor Augusto Diana Terra, que mantinha vínculos com o Partido Republicano. O Caxiense, segundo Pozenato e Giron (2004), era, na verdade, um periódico mais ligado à política do que à região. Exatamente em 1897, foi criado o primeiro jornal da região, quando a população regional era superior a 80 mil habitantes e já havia conseguido que os distritos se tornassem municípios. Dessa forma, a emancipação política e a existência de um número significativo de futuros leitores possibilitaram a criação da imprensa regional. Outro fato relevante foi a existência de tipografias. Foi nelas que nasceram os jornais. [...] Seguindo esse raciocínio, os donos das tipografias tornavam-se importantes figuras políticas regionais que, colocando à disposição de outros políticos tanto suas tipografias quanto seus jornais, conseguiam amealhar capital e melhorar sua condição social, influenciando os rumores da política. (POZENATTO e GIRON, 2004, p. 30 e 31) Com pouco tempo de duração, o jornal semanal, criado em 15 de outubro data escolhida pelo fato de ser o dia da padroeira da paróquia (Santa Teresa) e feriado da cidade, fechou as portas naquele mesmo ano de sua criação (1897). Após ele, vieram muitos outros em Caxias do Sul, como o Il colono italiano que após sete anos passou a chamar-se Staffetta Riograndense, O Cosmopolita, A Gazeta Colonial, A Folha, A Verdade, O Bandeirante, O Orientador, La Libertá, Tribuna Colonial, Cidade de Caxias, Città di Caxias, Correio do Município, O Evolucionista, Caxias, Correio Colonial, O Regional, Il Giornale del Agricultore, O Estímulo jornal 14 humorístico, A Pérola, O Nordeste, A Tribuna, O Popular, O Democrata, A Resistência, O Correio Riograndense que permanece em circulação e O Momento. No período compreendido entre 1897 e 1945, circularam 75 jornais na região das antigas colônias. Tal número revela tanto o interesse pelas notícias em geral quanto o interesse político que movia seus habitantes. A concentração dos periódicos em Caxias demostra que nesse município reuniu-se um grupo altamente politizado e, ainda, que havia dinheiro e meios para a elaboração de jornais. (POZENATO e GIRON, 2004, p.84) No final da década de 1940, a cidade de Caxias do Sul conhecia mais um periódico, desta vez, um que seguiria até os dias atuais. Em 04 de novembro de 1948 nascia o jornal O Pioneiro. De acordo com Pozenato e Giron (2004), o periódico era formado por membros da antiga Ação Integralista Brasileira, que se reuniam após a redemocratização sob a sigla do Partido de Representação Popular (PRP), grupo comandado por Plínio Salgado. Segundo relatos de Elvo Marcon, aos livros 100 anos de imprensa regional (2004, p. 115) e História da Imprensa em Caxias do Sul (1998, p. 40), o O Pioneiro foi organizado por José Eberle, Humberto Bassanesi, Américo Garbin, Sílvio Toigo, Isidoro Moretto, Sílvio Daré, entre outras figuras da sociedade caxiense, com objetivos políticos e dentro de uma orientação partidária do Partido de Representação Popular. A iniciativa foi dada na época pelo deputado Luiz Compagnoni. O Pioneiro foi uma iniciativa do Deputado Estadual Dr. Luiz Compagnoni e surgiu baseado em duas ordens de influência. Uma, voltada à valorização das raízes socioculturais da cidade, e outra, político-partidária, ligada à Ação Integralisa Brasileira, que já havia criado outros dois jornais em Caxias do Sul: O Bandeirante (1935 a 1937) e O Nordeste (1941). (POZENATTO e GIRON, 2004, p.114) O primeiro diretor foi Elvo Janir Marcon que deixou O Pioneiro em 1 de junho de 1949 para assumir como redator-chefe na Rádio Caxias. Na época, o gerente era Onil Xavier dos Santos. Fizeram parte deste período inicial também nomes como Guido Mondin, Jovita Santos e João Spadari Adami, além de 15 Compagnoni e Moreto. Nesse período, o impresso tinha como bandeira a luta contra o comunismo. A edição de estreia trazia uma reportagem que falava sobre infraestrutura na cidade, uma vez que três anos haviam se passado da Segunda Guerra Mundial e havia muito a se fazer no município. Já no segundo exemplar, educação foi pauta junto com uma bandeira social levantada, buscando respostas de governos quanto à qualidade de vida dos presos nas cadeias da região. E outro ponto importante, que surgiu logo no início e segue forte até hoje foi a integração comunitária. (ZULIAN, 2012, p. 39) Em seus primeiros anos, O Pioneiro circulava semanalmente, com oito páginas e sob forma de tabloide. A edição era vendida, nas bancas, por Cr$ 0,80 e a assinatura anual a Cr$ 35. As matérias eram escritas durante a semana e impressas aos domingos. O jornal saía aos domingos à noite. O nome O Pioneiro surgiu para ressaltar o primeiro periódico de Caxias do Sul de cunho totalmente informativo, com uma grande equipe e uma redação qualificada, segundo relatos do próprio jornal, publicado em um caderno especial sobre os seus 50 anos, em Certa altura, lembro que numa noite o falecido Dalabília disse: - O nome, para ser bonito, tem que ter bastante a, tem que ter numerosos ás, e o falecido Bassanesi, que tinha uma ironia Voltaireana, ele era terrível, então muito ironicamente disse: - Então eu já descobri o nome vai ser A Banana. Depois de muitas tratativas foi escolhido o nome O Pioneiro. (ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL, 1988, p. 40) Nesta época, segundo Pozenato e Giron (2004), apesar do veículo se qualificar como digno, honesto e criterioso, não tinha intenção alguma em apresentar-se como um jornal neutro. Em suas publicações, não havia cuidados com a linguagem jornalística. Como O Pioneiro, os jornais desse período apresentavam mais notícias de interesse político do que informações de interesse público. Segundo relatos de Jimmy Rodrigues, ao livro Histórias da imprensa em Caxias do Sul (1988), O Pioneiro só conseguiu se manter economicamente quando parou de ter vinculo direto com a política: Veja-se o caso dos jornais que sobreviveram: Pioneiro somente equilibrouse financeiramente, depois de atravessar a fase difícil, quando desvinculouse de qualquer tipo de orientação político-partidária e passou a ser jornal eminente comercial. Progrediu, tornou-se diário, em cuja condição foi, há pouco, afetado pela crise econômica que avassala o país. Manteve-se porque possuía estrutura, isto é, oficina própria, não dependendo de 16 terceiros para a sua composição e impressão. (ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL, 1988, p.68) De acordo com Pozenatto e Giron (2004), o jornal O Pioneiro circulou por muitos anos como semanal, depois se tornou bisssemanário e, por fim, tornou-se diário, em 21 de fevereiro de 1981 (p. 154), quando Bernardino Conte e Régis Luiz Conte estavam na direção do impresso. No início da década de 1980, o periódico mudou seu nome, passando de O Pioneiro para somente Pioneiro. Nesse período, a sede do jornal que funcionava até então na Rua Dr. Montaury, 1.022, no centro de Caxias do Sul, passou para a Rua Jacob Luchesi, 2.374, no bairro Santa Catarina local onde permanece até os dias atuais. Ainda segundo Pozenato e Giron, a necessidade de mudanças técnicas, com altíssimos investimentos, levou a Empresa Jornalística Pioneiro, cujo principal acionista e diretor-presidente era Bernardino Conte, a ser vendida, em 1993, para a Rede Brasil Sul de Comunicação (RBS). E no segundo semestre 2002 a Empresa Jornalística Pioneiro foi incorporada pela Zero Hora Editora Jornalística S/A. Com a venda, ocorreram profundas mudanças, tanto em sua apresentação gráfica, como em sua tiragem e área de abrangência. A tiragem começou a ser feita a cores, equiparando-o aos mais modernos veículos impressos do país. No momento da venda, segundo Conte, o Pioneiro atingia 32 municípios. Após a venda, aumentou sua área de abrangência para 53 municípios. A tiragem do jornal, que era de até exemplares antes da venda à RBS, chegou, em 2002, a uma tiragem diária de exemplares de segunda a sexta-feira, elevando-se a exemplares aos sábados. [...] Pela primeira vez na história da imprensa caxiense, uma empresa da capital passou a dirigir o maior jornal diário da região, evidenciando a formação de uma corporação jornalística que não mais representa as posições da imprensa regional, mas passou a fazer parte de um grupo de amplitude nacional. (POZENATO e GIRON, 2004, p.155) século 21: E Zulian (2012) completa a respeito das mudanças ocorridas no início do Surgiram os primeiros equipamentos modernos, semelhantes aos dos jornais do Centro-Oeste do país. Um ano depois, o Pioneiro identificou que precisava se reinventar, formando nichos e meios de idealizar opiniões com notícias e relatos sérios, divididos em campos. Criaram-se, então, vários cadernos: Sete Dias, para o campo cultural, seções de Economia, Esportes e os Classificados. A preocupação com o pessoal leitores, os grandes donos do jornal estava também nas promoções periódicas, como o Troféu Caxias e o Troféu Jovens Senhoras, objetivando incentivar os talentos locais. (ZULIAN, 2012, p.40) 17 Em agosto de 2014, o jornal Pioneiro passou por reformulações. As páginas do impresso ganharam mais cores e um visual mais parecido com revista. O corpo das letras aumentou. Já os conteúdos passaram a ser organizados em dois cadernos. O primeiro chama-se Cotidiano e traz notícias da vida pública. O caderno Sete Dias e a Revista Almanaque se uniram e agora circulam em todas as edições em uma segunda seção chamada Comportamento, que se identifica mais com os temas de cultura, lazer e vida em família. Segundo o editor-chefe do jornal Pionei